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Artigo

Lá Fora

Uma análise das novidades de editoras menores nos EUA

ÉA
24.04.2007, às 00H00.
Atualizada em 06.08.2017, ÀS 06H05

Na coluna "LÁ FORA", o Omelete lê e comenta todos os grandes lançamentos em quadrinhos nos Estados Unidos.

Nessa edição da Lá Fora, nada de Marvel e DC. A gente dá uma olhada em lançamentos recentes das pequenas editoras que estão chamando atenção nos EUA.

Omelete Recomenda

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CHRONICLES OF WORMWOOD 2

O Anti-Cristo é produtor de TV em Nova York, bebe Guinness com Jesus Cristo depois do expediente e estupra Joana D’Arc antes de voltar pra casa.

Se fosse uma brincadeira ou uma edição especial para exercitar a veia cômica, tudo bem. Mas é a nova série, na editora Avatar, de Garth Ennis (Preacher, Justiceiro), um cara que realmente parece ter esgotado as boas idéias.

Ainda por cima, os desenhos de Jacen Burrows são absurdamente terríveis, como em 90% das séries da Avatar. Apesar da editora conseguir bons roteiristas - como Ennis, Warren Ellis, Alan Moore (cujos poemas e histórias são adaptados por outros escritores) -, parece que não tem força editorial para policiar o trabalho dos caras da prancheta.

GIRLS 24

Depois de Ultra, os irmãos Luna provavelmente tinham convites para trabalhar aonde quiserem. Fizeram alguma coisa para a Marvel, mas investiram as fichas mesmo numa novo trabalho pessoal na Image - a mistura de terror e ficção científica Girls.

Começou com uma proposta interessante. Uma misteriosa mulher nua aparece numa cidadezinha dos EUA, "estupra" o loser local e, de repente, gera várias gêmeas idênticas - que vão atrás dos outros homens, bastante "receptivos", da cidade, e começam a reproduzir-se em progressão geométrica e aceleradamente. Mas o problema começa mesmo quando uma redoma invisível, aparentemente criada pelas estranhas, fecha a cidade e elas começam a matar as outras mulheres do local.

Até a terceira, quarta edição a idéia parecia interessante. Depois, os leitores perceberam que aquilo andava lento demais. Quando chegou aí pelo décimo número, e sem previsão de fim, a história estava bem cansativa. Mas os Luna resolveram seguir em frente, empurrando sua saga por mais de dois anos.

Enfim: história interessante, mas não o suficiente para você aguentar 24 edições. Tomara que o próximo trabalho dos dois seja um pouco mais contido.

SUPER BAD JAMES DYNOMITE 5 (de 5)

Outro trabalho de irmãos, mas dessa vez de um trio: os Wayans, autores dos primeiros Todo Mundo em Pânico, fazem sua primeira HQ, pela editora IDW.

A minissérie brinca com o gênero da blaxpoitation, os filmes de ação dos anos 70 com heróis negros. Super Bad James Dynomite é um muthafucka à moda Shaft, mas com a cabeleira black power no lugar do cérebro.

Como nos filmes dos Wayans, o que passa por "roteiro" é uma desculpa mal ajambrada para soltar piadas ou politicamente incorretas ou envolvendo algo nojento. Uma ou duas se salvam, como, no final, quando Dynomite derrota o vilão - um cafetão do mal, é claro -, a polícia chega e desce o sarrafo no próprio herói, antes de perceber que o criminoso é o branco.

A arte de Robert Reed, entre outros - que mistura desenho, pintura digital, colagem e manipulações de fotos dos Wayans -, segue o estilo do roteiro: confusa, exagerada, mais voltada para construir piadas visuais do que manter alguma consistência.

Mas, para quem gosta do trabalho cinematográfico dos caras, Super Bad James Dynomite é o filme deles que nunca vai ser produzido.

TALENT 4 (de 4)

Editora recente no mercado, a Boom! Studios tem uma preocupação bem explícita: criar quadrinhos que possam ser adaptados para filmes, videogames ou outras mídias onde possam render mais. É o que aconteceu com outra produção da editora, Tag, e o que se espera de Talent.

O jovem professor universitário Nicholas Dane é o único sobrevivente de um acidente aéreo. O avião com 150 pessoas caiu no mar e, inexplicavelmente, Dane sobreviveu embaixo d’água até a chegada do resgate, mais de 10 horas depois. A história fica mais interessante quando descobre-se que ele herdou memórias e habilidades dos outros passageiros - que deve usar para descobrir o que, ou quem, provocou a queda do avião.

A história é dos veteranos Christopher Golden e Tom Sniegoski, que estruturam as quatro edições para dar um storyboard preciso a um potencial diretor. Já a arte de Paul Azaceta lembra bastante John Paul Leon (Terra X), mas ainda meio cru.

O roteiro envolve sociedades secretas, assassinos profissionais e essas figurinhas fáceis de um filme de ação B. Mas até vale o ingresso no cinema se achar um diretor bom.

TRUTH, JUSTIN & THE AMERICAN WAY 5 (de 5)

O criador de PvP, Scott Kurtz, co-escreve esta mini ao lado de outro autor de webcomic, Aaron Williams. Como em PvP, o foco é um humor escrachado cheio de referências da cultura pop.

Kurtz e Williams citam principalmente o pop dos anos 80 para contar a história de Justin, um jovem que descobre uma roupa que lhe concede super-poderes poucos dias antes de seu casamento. Entre tentar explicar-se para a noiva e diminuir o entusiasmo dos amigos, ele tem que encarar um insano agente do FBI.

A mini tem suas boas piadas, como um dos agentes federais enviados para pegar Justin: o Homem de Seis Bilhões de Dólares Canadenses. Mas o mais interessante é a arte de Giuseppe Ferrario, que lembra os quadrinhos Disney italianos que de vez em quando aparecem por aqui. Não por acaso, Ferrario trabahava na Disney italiana.

Vale a pena dar uma conferida na coletânea da mini, que saiu no fim do ano passado.

MOUSE GUARD 6 (de 6)

A série publicidada independentemente - coisa cada vez mais rara no complicado mercado de quadrinhos americano - pelo criador David Petersen foi bastante comentada lá fora. É uma aventura à la Senhor dos Anéis, mas estrelando ratinhos guerreiros de capa e espada em um mundo apropriadamente diminuto.

Petersen recebeu todos os elogios possíveis pela criação, mas fica devendo muito nos roteiros - especialmente nos diálogos que exageram nos clichês. Os desenhos, porém, são fantásticos.

É material para público infantil, mas pode encantar um ou outro adulto.

EMO BOY 11

Esta série mal entra no top 300 de HQ mais vendidas dos EUA, mas aos poucos vem sendo descoberta por seus méritos. A criação de Steve Emond é invariavalmente divertida e, vez por outra, genial.

São as desventuras de um típico garoto emo, chamado apenas de Emo Boy, para quem nada dá certo. A menina que ele ama não lhe dá bola, os valentões se aproveitam todo dia, suas notas são um terror. Tudo que lhe resta é viajar na sua angústia com fones enterrados nos ouvidos.

O engraçado é que Emond tira sarro dos adolescentes em constante depressão, que parecem só viver se puderem continuar chorando. Mesmo quando as coisas dão certo para Emo Boy, e sua menina dos olhos vem procurá-lo, ele encontra motivos para ficar cabisbaixo, pensando em todo o sofrimento do mundo reunido em seu jovem corpo.

Embora o texto seja inteligente e hilário, os desenhos (do próprio Emond) não acompanham. Mas é só um detalhe quando a idéia mesmo é escrachar os emos.

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