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Lá fora

Os lançamentos nos EUA

ÉA
09.05.2005, às 00H00.
Atualizada em 24.12.2017, ÀS 18H01
Na coluna semanal LÁ FORA, o Omelete lê e comenta todos os grandes lançamentos em quadrinhos nos Estados Unidos.

Omelete Recomenda

SUPERMAN #215

Final da saga "For Tomorrow", a longa super-aventura de Brian Azzarello e Jim Lee.

Considero Azzarello superestimado. 100 Bullets, a série que revelou seu nome ao mundo, é muito legal - mas pela rede complexa de personagens e acontecimentos que ele criou, não pelas histórias. Cada edição é um exercício de Azzarello fazendo sua própria pose de mau e dando pose de mau e coolness aos seus personagens. Encontram-se diálogos bons, mas o desespero em mostrar como o mundo é cão faz tudo virar clichê.

Em seu primeiro trabalho de grande calibre com super-heróis - e logo com o mais icônico de todos -, Azzarello deixa de lado o mundo cão, mas mantém a pose de cool. As primeiras histórias são bem interessantes: após uma catástrofe mundial, Super-Homem discute com um padre sobre os limites de seu poder, em diálogos rápidos e inteligentes. Diferente de tudo o que o kryptoniano já falou em todos esses anos.

Da metade pro final, porém, "For Tomorrow" entra em ritmo de super-aventura-colorida, cheia de raios, roupas espalhafatosas (os vilões criados por Jim Lee fariam a alegria de Rob Liefeld) e esconderijos secretos. Para excitar os fãs, tem até sutis cenas de sexo entre Clark e Lois. O início da saga é simplesmente esquecido.

Podia ser um conto diferente do Super, pra ficar pra história, e o início dava esperança disso. Mas a coisa degringolou pro banal de tal forma que as 30 e tantas páginas do capítulo final podiam ser esquecidas.

BLOODHOUND #10

Semana dos cancelamentos: primeira parte.

Era impossível esperar alguma coisa de Bloodhound. Nos previews, só aparecia o personagem principal como um loiro cabeludo parrudão, do tamanho do Cable, com uniforme de super-herói. Oh, não, é a volta da Era Image!

As primeiras edições já diziam que a série não estava ali para repetir clichês. Clevenger, o personagem principal, é um ex-policial que vai para a prisão após um crime mal explicado. Anos depois, o FBI entra em contato porque precisa de alguém para solucionar casos com super-humanos - Clevenger tem a mente treinada para analisar psicologicamente super-vilões. Sem contar que a falta do que fazer na prisão lhe deu um corpo de herói.

Ainda parece piloto de série de TV dos anos 80? Então leia a série. Dan Jolley aprendeu muito bem a estruturar cada história para ir revelando o passado de Clevenger aos poucos enquanto lida com o vilão do mês. E nada desses vilões burros, que usam poderes fantásticos para roubar bancos. Os supervilões em Bloodhound são assassinos sádicos que têm que ser enfrentados com cérebro, não com músculos.

A série não tem nada de revolucionária. O desenhista regular, Leonard Kirk, apenas fazia o serviço, nada de destaque. Mas era uma HQ boa, bem escrita e com personagens interessantes. E mais: tinha um bom subplot sobre a origem de Clevenger se desenvolvendo. Nunca vamos saber o final.

SPECTACULAR SPIDER-MAN #27

Segundo cancelamento da semana.

Paul Jenkins dá adeus ao Homem-Aranha em alto estilo. Desde que entrou na vida do aracnídeo seus momentos de fama foram poucos. O melhor deles foi quando assumiu Peter Parker: Spectacular Spider-Man, a série antecessora a esta, em 2000.

Mas o fato é que o roteirista anterior, Howard Mackie, vinha destruindo as duas aracno-séries (esta e Amazing Spider-Man) há um ano e meio. Jenkins, recém-saído de Inumanos, fez uma primeira edição que abordava a relação entre Peter e Tio Ben de um jeito sem precedentes, ao mesmo tempo dramático e engraçado.

Mas foram só as primeiras edições. Jenkins logo desceu ao nível de Mackie, começou histórias sem pé nem cabeça e assim seguiu até o ano passado.

Para essa última edição, Jenkins felizmente lembrou que sabia escrever. E voltou a seu primeiro trabalho com o aracnídeo: mais uma história comovente e divertida sobre a relação entre Peter e Tio Ben. Daquelas para serem lembradas pelos fãs do Aranha para o resto da vida.

E as páginas que Mark Buckingham desenha no estilo Calvin & Hobbes, que já circularam pelas páginas de notícias há alguns dias, são a cereja do bolo. Ótima história do Aranha.

HUMAN TARGET #21

E a terceira série cancelada da semana!

Human Target também chegou ao fim. A série da Vertigo era uma desculpa de Peter Milligan para explorar questões sociais dos Estados Unidos nesse início de século. Não me agradou. E nem a muitos leitores, pelo jeito.

A última história voltava ao que Milligan frisava em suas primeiras histórias com o personagem: o conflito de personalidades e as dúvidas existenciais de um homem que trabalha para ser outras pessoas. Um ex-assistente de Christopher Chance toma a sua identidade, rouba sua mulher e vira as coisas de cabeça para baixo de tal jeito que no final o próprio leitor não sabe quem é o impostor. Boa sacada. Pena que foi só no final.

Esse cancelamento tem um significado especial. Depois de mais de dez anos com as raízes fincadas na Vertigo (com Shade The Changing Man, Minx, Human Target e milhões de minisséries), parece que Peter Milligan não volta mais para a linha adulta da DC. Que ganhe muito dinheiro escrevendo X-Men e o que mais quiser. Só, por favor, que volte logo a escrever boas histórias.

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