<i>Osamu Tezuka: Uma biografia mangá</i>
<i>Osamu Tezuka: Uma biografia mangá</i>
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A colossal indústria do mangá tal qual conhecemos hoje tem um único, grande e absoluto responsável: Osamu Tezuka, nomeado por seus fãs como Deus do Mangá ainda em vida.
Nascido em 1928 e falecido em 1989, Osamu Tezuka (em tempo: leia Ossamu), lançou as pedras fundamentais do moderno mangá: narrativa cinematográfica, olhos grandes e expressivos e uma estreita ligação com a indústria do desenho animado. E hoje, quando o mangá ocupa espaço de destaque nas bancas e as TVs ocupam várias horas de sua programação com séries de animação japonesa, é fundamental conhecer o trabalho do autor que influenciou, direta ou indiretamente, todos os autores da Terra do Sol Nascente que vieram depois dele.
No Brasil, o público pôde conferir, desde décadas atrás, várias de suas criações, como as séries O Vingador do Espaço (live-action), Menino Biônico (variação de seu famoso Astro Boy), A princesa e o cavaleiro (em animê e mangá), Kimba, Don Drácula e o recente e aclamado longa Metrópolis.
Agora, lançada em livrarias e comic shops pela Conrad Editora, a vida de um dos maiores artistas da história do Japão começa a ser contada de modo simples e direto para o público brasileiro.
A edição brasileira possui dois prefácios. O primeiro, assinado pelo intérprete e tradutor Alberto Tihiro Suzuki, é uma respeitosa explicação sobre a importância de Osamu Tezuka na cultura pop japonesa. Depois, um texto mais extenso assinado pela professora Sonia M. Bibe Luyten (autora do livro Mangá O Poder dos Quadrinhos Japoneses) narra sua experiência pessoal com Tezuka quando ele veio ao Brasil, em 1984.
A história é apresentada na forma de um documentário, em que o quadrinhista Toshio Ban (caracterizado como uma personagem de Tezuka) é o apresentador. A narrativa é simples e sem grandes ousadias, mas muito bem amarrada. Mesmo nas passagens mais enfadonhas, como os relatos sobre captura e classificação de insetos (uma paixão de Tezuka quando criança), o autor consegue se sair bem, pois o entusiasmo inocente do jovem desenhisita é bem captado pelo seu trabalho. A obra destaca a imensa curiosidade do Deus do Mangá, sua sensibilidade e sua incrível compulsão em desenhar e criar histórias a todo momento. As passagens em que a imaginação do jovem gênio criava brincadeiras, como um planetário caseiro, são repletas de encantamento. O traço é caricato e simpático, conferindo uma atmosfera simples e envolvente à leitura.
Esse primeiro volume (de um total de 4) aborda a infância de Osamu, traz a origem de seu apelido Osamushi (trocadilho de seu nome com um tipo de besouro) e vai até o final da Segunda Guerra, fato que encheu o jovem artista de esperanças no futuro.
Fácil de entender, inteligente, cativante e agradável, o relato da vida do maior quadrinhista do Japão rendeu ela própria uma boa história em quadrinhos.
Está começando a entrar no mundo do mangá? Quer tirar suas dúvidas sobre o assunto? Confira a matéria O bê-a-bá do mangá
