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A chuva cai torrencialmente. É noite e, de repente, seu carro quebra numa estrada vazia, assustadora. Você não tem à mão um celular e sua chance de pedir ajuda é uma casa estranha, a única desse lugar aterrorizante. Você sai do carro e toca a campainha. Do outro lado da porta, que se abre com o som de dobradiças velhas, sem óleo, está o anfitrião - Átila! Cabelos brancos, olhos vermelhos, impecavelmente vestido de roupas escuras e um sorriso frio costurado ao rosto. A visão de tal ser fantasmagórico já bastaria para você sair correndo e só parar na próxima cidade. Mas, não. Você entra, toma chá e começa a conhecer o estranho mundo dos assassinos em série...

Bem vindo a Contos bizarros, publicação que a Editora Abril acaba de lançar pelo selo Super Interessante, o primeiro número de uma série que promete continuar. São nove contos em quadrinhos, baseados em histórias reais sobre a vida de famosos serial killers.

A iniciativa é valiosa, apesar do tema um tanto áspero, às vezes difícil de ser encarado. O tom dos contos é de informação e de conhecimento, um dos pontos chaves da revista Super Interessante: trabalhar temas polêmicos e tratar de questões variadas dando margem às mais diferentes fontes de conhecimento.

No traço de desenhistas brasileiros como Octavio Cariello, Kipper, Vicente Mendonça, Rogério Nunes, Bruno D Angelo, Marcelo D Salete, Fábio Moon e Gabriel Ba, desfilam os horrores cometidos por assassinos como, destacando-se John Wayne Gacy, Ted Bundy, Eddie Gein, Albert Fish, Jeffrey Dhamer, Charles Manson, David Bukowitz, o Assassino do Zodíaco e o pai de todos os matadores em série, Jack, o Estripador. Difícil é saber qual o pior deles: o que mata e come criancinhas? O que desenterrou o cadáver da mãe e o levou para casa? O que abria a cabeça das vítimas com uma furadeira e comia as vísceras? Ou o que retalhava prostitutas? Esse é o pior - ou o melhor - de Contos bizarros: as histórias são reais. Apesar de parecerem absurdas, aconteceram e marcaram época.

Há apenas um problema: se a revista tenta atingir os leitores de histórias em quadrinhos, ou mesmo os leitores de forma geral, ela não comunica muito bem o seu recado. A capa é bem trabalhada, mas peca pela poluição, informando quase tudo, menos que se trata de uma história em quadrinhos. Com isso, ela corre o risco de se perder nas bancas, onde, muitas vezes, os jornaleiros não conhecem o material que têm à mão, colocando a revista em local incorreto e fazendo com que ela possa. passar desapercebida ao leitor.

No mais, abre-se um novo espaço de leitura para os leitores brasileiros, assim como se abre o mercado para bons autores de histórias em quadrinhos.

Contos Bizarros tem 66 páginas coloridas e custa R$ 7.95.

Maria Alice Romano Caputo é pesquisadora do Núcleo de Pesquisas de Histórias em Quadrinhos da Escola de Comunicações e Artes da USP. É mestre em Ciências da Comunicação pela ECA.

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