HQ: Aldebaran
HQ: Aldebaran
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Existem poucos criadores nos quadrinhos que oferecem o pacote completo: roteiro e arte de qualidade. O carioca Luis Eduardo de Oliveira é um desses talentos - e vai além. Conhecido profissionalmente como Leo, o quadrinhista não apenas é capaz de criar histórias fantásticas e possui um traço extremamente limpo e agradável, como também colore seu próprio trabalho com enorme competência.
Todas essas qualidades podem ser conferidas em Aldebaran, série que a Panini Comics está lançando no Brasil como parte de sua linha de álbuns europeus. Exato. Álbuns europeus. Apesar de ter nascido no Rio de Janeiro, Leo é mais um exemplo de talento não-aproveitado pelo mercado (e pelo público) nacional, tendo que cruzar o Oceano para conseguir voltar com seu trabalho. Todavia, neste caso não há motivo algum para lamentações patrióticas. O mercado franco-belga, em que o brasileiro é vencedor há uma década, é um dos maiores - e melhores - do mundo e Leo merece seu espaço nele.
Primeiro porque a trama é tão inventiva quanto as mais interessantes obras de ficção atuais. Há mistérios em Aldebaran tão intrigantes quanto os encontrados na ilha dos sobreviventes de Lost, por exemplo. E pra quem se impressiona com o detalhamento da sociedade dos bruxos de J.K. Rowling, Leo criou um planeta inteiro - fauna, flora e cidades.
A trama dos primeiros volumes é futurista, mas ao mesmo tempo parece passar-se na primeira metade do século passado. A história começa uma centena de anos após uma nave terrestre estabelecer-se no planeta Aldebaran. Desde então, os colonos perderam todo e qualquer contato entre a Terra. Quatro gerações depois, os descendentes dos primeiros que chegaram ao distante planeta ainda sonham com o dia em que seus primos terráqueos voltarão.
Sem auxílio tecnológico, os humanos em Aldebaran tiveram que adaptar-se e a sociedade regrediu séculos. A fantástica fauna e flora local foram incorporadas e aproveitadas, apesar de praticamente inexploradas, já que 100 anos é apenas um instante para que se conheça um planeta maior que a Terra e muito mais inóspito. Além disso, 91% da superfície de Aldebaran é recoberta por água - e com oceanos quase três vezes mais profundos que os nossos, que escondem uma quantidade inesgotável de fabulosos animais.
É nesse cenário que conhecemos o pescador Marc e a espevitada adolescente Kim, dois jovens que presenciam uma catástrofe em sua cidadezinha litorânea. Ao deixarem o passado para trás, em busca de oportunidades nas grandes cidades, acabam deparando-se com pistas sobre a verdade a respeito do ocorrido com seu lar e famílias. Uma verdade que os colocará como fugitivos do estado/igreja ditatorial, que tenta esconder do povo o que está acontecendo.
A série ainda está começando por aqui, então este é o momento certo para embarcar nas aventuras no longínquo planeta e tentar descobrir o que está acontecendo por lá. A viagem até Aldebaran é emocionante e Leo um guia turístico como poucos.
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