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Diversidade toma conta dos quadrinhos nos EUA

Diversidade toma conta dos quadrinhos nos EUA

ÉA
31.05.2006, às 00H00.
Atualizada em 04.01.2017, ÀS 06H01

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Negros, latinos, asiáticos e lésbicas contra machos europeus de olhos azuis. A nova tendência dos quadrinhos?

Um artigo do New York Times do último domingo (aqui), assinado por George Gene Gustines, destaca o espaço que as duas maiores editoras dos EUA, a Marvel e a DC Comics, estão dando a personagens de etnias e opções sexuais variadas.

A tendência é mais forte na DC, na qual heróis tradicionais estão sendo substituídos por novas versões diversificadas. O novo Besouro Azul é um adolescente hispânico. A nova Batwoman, que surgirá nas edições de julho de 52, é uma lésbica socialite (vinda de um relacionamento com outra homossexual do universo DC, a policial de Gotham City Renée Montoya). O artigo não menciona, mas a próxima versão de Eléktron, que ganha série própria em julho, é um estudante universitário chinês.

Na Marvel, o destaque é para o casamento entre Pantera Negra e Tempestade, também em julho - o primeiro super-herói negro e possivelmente a mais famosa super-heroína negra. Sem falar na recente união interracial entre Luke Cage e Jessica Jones, que já têm um filho (apesar dos coloristas da Marvel estarem mal informados sobre a cor da pele do bebê, o que já gerou algumas confusões).

O editor-chefe da Marvel, Joe Quesada - que o artigo destaca como o primeiro hispânico a ocupar o cargo - diz que não deixa que a questão racial entre ou interfira nas histórias. Não há nada pior que planejar precisamos de mais três heróis negros no Universo Marvel, diz.

Já o chefão da DC Dan Didio admite que há uma estratégia de diversificação racial e sexual na criação de novos personagens. Estamos tentando vários ao mesmo tempo, mas não sabemos se eles serão aceitos pelos leitores, declara. Ele comenta inclusive que a opção por mudar a identidade étnica de heróis já estabelecidos é um recurso válido: se usar nomes familiares nos ajuda a torná-los mais aceitáveis, acho que esse é o caminho.

O artigo ainda relembra outras tentativas de diversificação, em especial da DC. No evento Millenium, de 1988, o herói gay (e soropositivo) Extraño causava realmente alguma estranheza entre os leitores. Os quadrinhos da linha Milestone Media, que destacavam personagens negros, hispânicos e homossexuais, foram marcantes em meados dos anos 90.

Há também uma pequena conversa com Judd Winick, conhecido ativista da causa homossexual, que sempre destaca em suas séries (atualmente Arqueiro Verde e Renegados) personagens de etnias e orientações diversas. Winick ganhou destaque na grande mídia há alguns anos ao retratar o linchamento de um personagem homossexual em Lanterna Verde. Em histórias recentes do Arqueiro Verde, o personagem, agora prefeito de Star City, legaliza o casamento gay.

Certamente momentos de destaque para os quadrinhos norte-americanos, mas nada surpreendentes para quem lê Marvel e DC há anos e conhece as posições quase sempre liberais das duas empresa, desafiando estereótipos.

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