BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS 2 - Frank Miller ataca novamente - parte 2
BATMAN: O CAVALEIRO DAS TREVAS 2 - Frank Miller ataca novamente - parte 2
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| Mulher Maravilha |
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| Moça Maravilha |
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| Super-Homem |
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| Capitão Marvel |
< Parte 1 >
HERÓIS CLÁSSICOS E METÁFORAS POLÍTICAS
Na entrevista ao CBG, o desenhista disse que "a mitologia da DC é muito rica, mas é como se o panteão estivesse todo doente. Eu quero torná-lo saudável de novo". Tendo isso em mente, ele pretende contar, entre outros, com a participação de Arqueiro Verde, Super-Homem, Mulher Maravilha, Flash, Eléktron, Capitão Marvel, Ájax, o Marciano e o Questão. A presença de Dick Grayson, até o momento, não é uma certeza. Haverá novas versões de Canário Negro, Moça Maravilha e Batmoça. As duas últimas, porém, preferem ser chamadas de Gatinha Maravilha e Bat-Gatinha.
Valendo-se de heróis clássicos, Miller pretende mostrar o heroísmo sob diferentes pontos de vista. Com Oliver Queen, o Arqueiro Verde, ele terá o radicalismo de extrema-esquerda e com Bruce Wayne, o idealismo anarquista. Outras duas metáforas políticas serão o Questão e o Super-Homem. O primeiro será a versão de Steve Ditko, seu criador. Nada da interpretação de Denny ONeil ou o Rorsharch de Alan Moore. Miller quer que a ótica política de Ditko, inspirada na escritora Ayn Rand, esteja presente na sua história. Do lado do sistema, uma vez mais, vamos ter Kal-El numa posição muito comprometida. No entanto finalmente vamos entender por que ele colaborava com o governo em O cavaleiro das trevas. A propósito, Miller deu uma de enigmático e disse:
"Eu vou revelar o segredo da Mulher-Maravilha e do Super-Homem".
NADA É SAGRADO (... A NÃO SER O UNIFORME DO LANTERNA VERDE)
Em outra entrevista, desta vez ao site WizardWorld, Miller revelou que, na nova série, Lanterna Verde e Flash serão respectivamente Hal Jordan e Barry Allen. Afinal, o universo de O cavaleiro das trevas é um Elseworld (Túnel do Tempo no jargão da Editora Abril). Não se trata, porém, apenas de nostalgia. Miller optou por empregar as versões da Era de Prata, porque ele as considera muito boas. No entanto, enquanto com vários heróis, ele está tomando liberdade na confecção de uniformes, no caso do portador do anel energético, sua posição é muito clara: "Não se mexe no Lanterna Verde". Há um Lanterna falso na história, mas o verdadeiro Hal Jordan veste o traje clássico. Outro que escapa a qualquer modificação é Super-Homem. Nas palavras de Miller, "ele é perfeito".
Miller está realizando diversas adaptações no uniforme da maioria dos coadjuvantes. "É parte do meu trabalho simplificar as coisas, ao menos pra que eu me sinta mais confortável com elas", explicou. "Eu bolei um design pra Supermoça com o qual estou muito feliz. Não tem mais cinto e ela ganhou uma saia com fenda lateral. O emblema agora vai até o umbigo. Depois que a gente se livra daquele cinto, sobra um bocado de espaço". Moça-Gato, por sua vez, é aberta a interpretações. Ela não existia antes da primeira série. Por isso, Miller experimentou vários padrões inspirados em felinos como manchas de leopardo e listras de tigre. E ela deve estar sendo tratada com carinho. Ele admitiu que Carrie é sua personagem favorita.
No caso específico das super-heroínas, o autor decidiu ir além e bolar mais de um único traje. "Acho meio idiota supor que super-heroínas vistam a mesma roupa todo dia. Nós, homens, botamos nossas calças jeans e camisetas e usamos essa roupa básica todo dia, mas quem disse que as mulheres fazem a mesma coisa&qt;& Eu tenho três trajes para a Mulher-Maravilha. Um deles é baseado na antiga veste grega. Depois, tem o da Segunda Guerra Mundial baseado na bandeira americana. E, por fim, um colante".
Sobre os heróis da Era de Prata, Miller falou com entusiasmo: "Os emblemas são tão bons. As motivações, os poderes... é tudo tão rico. Eu me diverti muito escrevendo Eléktron e operando com a fantasia básica da personagem. Foi como a primeira vez que trabalhei com o Demolidor da Marvel. Quando você era criança, nunca tentou fechar os olhos e andar pela casa, sentido como seria ser cego&qt;& Agora, eu estou fazendo a mesma brincadeira com o Eléktron".
SEM PRESSA
Como ocorreu em 1986, as cores vão ficar por conta de Lynn Varley. O tratamento cromático de O cavaleiro das trevas, como tudo mais na série, era algo incomum no mercado de quadrinhos americanos. O resultado final abriu, para inúmeros coloristas, várias possibilidades até então cerceadas pelas editoras. Sobre o assunto, Miller lembrou que, em seu projeto inicial, o famoso relâmpago que corta a capa de Batman: The Dark Knight Returns 1 seria apenas uma linha trêmula e serrilhada. Foi idéia de Varley transformá-la numa luminescência cativante.
A intenção de Miller é a de que a série esteja concluída e chegue às lojas em meados de 2001. No entanto, ele insiste que não tem pressa. Na entrevista de julho ao CBG, disse: "Eu já realizei uns 40 esboços preparatórios e estou começando a desenhar o primeiro volume, mas não quero apressar as coisas ou criar situações que demandem pressa". Esta, porém, não é única liberdade que o acordo com a DC lhe concedeu. "Uma das coisas que eu gostei na primeira mini-série é o fato de ela ter sido uma tetralogia e não um romance", lembrou Miller. "The Dark Knight Strikes Again também não é um romance e agora eu não estou preso a um número definitivo de páginas por volume. Nos últimos anos, eu aprendi muito sobre ritmo, principalmente com Sin City. Na verdade, nem quero saber quantas páginas vai ter cada segmento. O importante é que cada um deles seja uma refeição completa".



