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Como a Pixar mistura tecnologia e sentimentos para emocionar o público

Conversamos com a produtora de Procurando Dory, que explicou o “segredo” do estúdio

21.11.2016, às 15H39.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H44

A Pixar começou sua história há muitos anos como uma divisão da Lucasfilm focada em tecnologia. Em 1986, a empresa foi comprada por Steve Jobs, se tornou independente e recebeu o nome que conhecemos hoje, uma mistura de “pixels” e “art”, que mostrava como o objetivo era fazer arte através dos pixels.

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O foco passou da tecnologia para a animação quando a Disney assinou um contrato com a Pixar para três filmes e viabilizou o lançamento de Toy Story, em 1995. Os fãs de cinema já estavam acostumados com boas animações da Disney, mas a mudança feita pela nova empresa era visível, e não apenas em termos de animação.

Em entrevista ao Omelete, a produtora Lindsey Collins, que já trabalhou em filmes como WALL-E e o recente Procurando Dory, explica que o humor e a emoção impactam tanto o público, por serem emoções mostradas de forma muito real: “O humor aqui acontece naturalmente. Temos pessoas muito divertidas por aqui. Agora, o que eu acho que faz as pessoas chorarem e sentirem alguma coisa, é quando você fala de algo verdadeiro. E isso é o que sempre estamos tentando fazer, essa coisa de ‘encontrar a verdade’ da história. E se essa verdade é algo real, não importa se é um peixe com problemas de memória, porque você consegue se relacionar com o que ela está passando, porque a situação e a emoção da história são coisas verdadeiras para todos nós”.

É exatamente essa emoção que fez o público chorar com a história de um pai em busca do filho em Procurando Nemo (2004), com um ratinho que queria realizar seu sonho em Ratatouille (2007), com uma história de amor e sobrevivência da humanidade em WALL-E (2008), com o amadurecimento em Toy Story 3 (2010) e, mais recentemente, com o tema da depressão em Divertida Mente (2015).

O modo de trabalho na Pixar também é conhecido por ser colaborativo. No caso de Procurando Dory, Collins revela que a história mudou quase 90% durante o processo, e que todos eram convidados para darem suas ideias para o longa: “Acho que nosso filme foi feito de uma das formas mais esquisitas possíveis. Fizemos nove exibições diferentes dele, com nove versões diferentes. Todos aqui, desde o diretor até o pessoal da parte técnica, todos que viram as versões do filme foram convidados a enviarem notas, que nós selecionamos aos poucos. A Pixar é baseada nesse conceito, que ajuda muito, que são os debates. Você sempre tem esses debates auxiliares, sempre procurando pela melhor resposta, então os diretores e nós, os produtores, sempre quisemos ter a certeza de fazermos esses debates auxiliares”.

A própria história de Procurando Dory era muito aguardada pelos fãs, já que a peixinha com perda de memória cativou o público na época do lançamento de Procurando Nemo. Apesar disso, a produtora diz que a pressão foi grande, mas igual às outras produções: “Acho que sempre sentimos essa pressão, independente de ser um filme original ou uma sequência, acho que sempre sentimos que a história é impossível, e que as coisas não vão se encaixar, e ficamos pensando se será bom o suficiente. Esses sentimentos nunca mudam. O que nós sabíamos, ou ficamos sabendo - e tentamos ignorar - era se a história que tínhamos valia uma sequência, o tipo de pergunta do ‘porque estamos fazendo isso?’. Sempre tentamos manter em mente que isso [o filme] não era por causa do público, mas pelo fato que sentíamos que a história da Dory estava incompleta”.

Exatamente por esse pensamento que a ideia de incluir Nemo e Marlin na história surgiu depois, deixando o foco sempre na personagem: “Ela precisava de uma história, para termos certeza de que ela estava bem. A ideia sempre esteve ao redor dela, então sempre fixamos que o filme seria sobre a Dory”.

Para o futuro, a Pixar já anunciou filmes como Os Incríveis 2 (previsto para junho de 2018) e Toy Story 4 (que deve ser lançado em junho de 2019), e Collins promete que os fãs não vão se decepcionar: “Na verdade estou garantindo que sempre teremos novos filmes sendo lançados, atualmente sou responsável pela parte do desenvolvimento, então tudo da Pixar que vai chegar aos cinemas entre 2019 e 2022, todos os filmes têm a minha atenção, então é muita coisa, mas todos serão muito bons”.

A versão em DVD e Blu-ray de Procurando Dory está nas lojas desde 17 de novembro.

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