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Artigo

Cruel Summer conta história LGBTQIA+ de época que não é (só) sobre homofobia

Representatividade na série da Amazon é surpreendente e muito acertada

Omelete
4 min de leitura
09.08.2021, às 14H16.
Atualizada em 28.02.2024, ÀS 00H47
Cruel Summer conta história LGBTQIA+ de época que não é (só) sobre homofobia

Créditos da imagem: Reprodução

Normalmente, quando personagens LGBTQIA+ são incluídos em histórias que se passam em um contexto onde a homofobia impera como regra social vigente (mais do que na atualidade), a tendência de roteiristas e diretores é sublinhar o sofrimento e a discriminação. Na maior parte das vezes, isso é feito com as melhores intenções, com a ideia de representar autenticamente as experiências de indivíduos queer em um mundo de repressões institucionais e personalizadas duras.

É exaustivo, no entanto, para pessoas LGBTQIA+ reais, encarar na ficção uma existência que se resume à dor. Nenhuma existência real, por mais miserável que seja, se resume a isso - e há alegria imensurável no senso de comunidade e na aceitação que as pessoas queer encontram, em uma medida ou outra, durante a vida; liberdade imensurável na forma como ser LGBTQIA+ pode te desprender de regras comportamentais bobas e arbitrárias que normatizam a sociedade “lá fora”.

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Cruel Summer acerta em cheio ao encontrar essa alegria, essa liberdade, em seus jovens LGBTQIA+ inseridos no contexto opressivo de uma cidadezinha pequena do Texas, um dos estados mais conservadores dos EUA, nos anos 1990. O romance de Vince (Allius Barnes) e Ben (Nathaniel Ashton) é desenvolvido com cuidado durante toda a 1ª temporada, enquanto a bissexualidade de Kate (Olivia Holt) aparece no finale como uma grata surpresa - não porque não houve indícios disso em capítulos anteriores, mas porque é curioso ver uma série trazer à superfície, de fato, o subtexto que sempre esteve ali.

Em entrevista ao Omelete, a produtora Michelle Purple disse que as conversas nos bastidores de Cruel Summer sobre a representatividade LGBTQIA+ foram intensas nesse sentido. “É incrível ver jovens saindo do armário tão cedo atualmente, e tendo pais que os aceitam. Na série, temos dois rapazes que não são amigos, mas encontram um ao outro na escola nesse contexto da sexualidade e do romance. Não queríamos que fosse algo forçado, queríamos que fosse autêntico e real, e os atores levaram isso a sério… De certa forma, tivemos que explicar para eles que, nos anos 1990, pessoas LGBTQIA+ não viviam abertamente, na maior parte do tempo”, comentou.

Apesar dessa realidade difícil do armário, a ideia da equipe de Cruel Summer era reconhecer que pessoas LGBTQIA+ não só existem, como também têm vidas ricas - amores, amizades, decepções, ansiedades sociais, e muito mais - em qualquer época em que uma história pode se passar. Como a também produtora Jessica Biel colocou em nossa entrevista: “Nosso objetivo era criar uma história verdadeira, que mostrasse a diversidade. Porque isso era algo que já existia, que já acontecia, naquela era. É importante mostrar perspectivas diferentes, interesses diferentes”.

"Elas são almas gêmeas"

Reprodução

Por falar naquela reviravolta final de Kate: a cena em que a personagem tasca um beijão na melhor amiga, Mallory (Harley Quinn Smith), se tornou uma das preferidas da atriz que interpreta a protagonista, Olivia Holt. Ao Omelete, ela declarou que as duas são “almas gêmeas, seja romântica ou platonicamente”, e que amaria ver essa relação mais explorada no segundo ano.

Elas são a pessoa uma da outra, estão uma com a outra para o bem ou para o mal. Isso é algo tão especial. Eu espero que, quando as pessoas assistirem, elas sintam que têm essa pessoa em suas vidas, ou sintam vontade de sair por aí e tentar encontrar essa pessoa. Se a segunda temporada for por este caminho, acompanhando mais a história de Kate e Mallory, eu vou ficar muito feliz. Quero ver para onde isso vai”, comentou.

Holt destacou ainda outros temas sérios retratados pela série, como o relacionamento abusivo entre Kate e Martin (Blake Lee), diretor da escola onde as protagonistas estudam. Cruel Summer aborda estratégias específicas de abuso, como gaslighting e grooming - na primeira, o abusador mente ou omite informações da vítima para que ela se sinta culpada ou duvide da sua própria percepção; na segunda, um indivíduo maior de idade busca seduzir ou atrair uma pessoa muito mais jovem para um relacionamento de natureza sexual.

Reprodução

Falamos do que isso faz com uma pessoa, definiu Holt. “Executamos isso de uma forma que não romantiza, mas quebra o estigma, impede as pessoas de agirem como se isso não existisse”. Para atingir esse equilíbrio, a atriz fez muitos ensaios com Lee e buscou desenvolver uma amizade com ele fora do set.

Blake Lee é, antes de qualquer coisa, um dos seres humanos e um dos atores mais fenomenais que eu já conheci”, elogiou ela. “Nós nos comunicamos muito bem no set, como se estivéssemos sintonizados na mesma frequência. Acho que isso é muito importante, especialmente quando você está gravando cenas que são informativas, dando às pessoas a oportunidade de aprender algo de verdade, não de maneira superficial.

A primeira temporada de Cruel Summer, com dez episódios, está disponível no Amazon Prime Video. A série já foi renovada para o seu segundo ano.

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