Como as séries da Marvel na Netflix ajudaram a melhorar o streaming e o MCU

Créditos da imagem: Demolidor/Netflix/Divulgação

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Como as séries da Marvel na Netflix ajudaram a melhorar o streaming e o MCU

Novas abordagens, mais experimentação em menor escala

18.02.2019, às 14H56.
Atualizada em 04.07.2019, ÀS 17H43

Com o cancelamento de Justiceiro e Jessica Jones, a Marvel encerra sua parceria com a Netflix para focar-se na sua plataforma de streaming própria, o Disney+.

É certo que nem sempre os resultados foram os melhores, com várias temporadas enroladas, tramas e fórmulas repetitivas - mas é certo que os seriados da Netflix tiveram um impacto, tanto para a plataforma quanto para o Universo Cinematográfico da Marvel, que usou a escala reduzida da TV para testar tendências antes de lançá-las ao cinema.

Enquanto as novas produções - essas, partes integrais do MCU - não chegam, lembramos os aspectos positivos das séries da Marvel na Netflix.

Demolidor consolidou a Netflix

Demolidor/Netflix/Divulgação

Em 2015, a Netflix já tinha certa força. O serviço ainda se sustentava em Friends e Breaking Bad para recrutar assinantes, mas a empresa já investia em produções originais, tendo lançado em sequência os sucessos House of Cards (2013), Orange is the New Black (2013), Marco Polo(2014) e BoJack Horseman (2014). Enquanto essas propriedades eram populares entre fãs e crítica, a chegada da Marvel foi o que ganhou os olhos do público-geral ao trazer a popularidade das adaptações de HQs, que já dominavam os cinemas, para a televisão. Se hoje todos sabem o que é maratonar uma série na Netflix, com certeza Demolidor e as demais tem um papel importante nisso.

Primeira protagonista feminina da nova fase

Jessica Jones/Netflix/Divulgação

Enquanto Capitã Marvel merece todo o reconhecimento por trazer Carol Danvers (Brie Larson) como a dona de seu próprio filme e aventuras, o universo audiovisual da Marvel já teve uma protagonista feminina liderando a casa (mesmo se você ignorar que, um dia em 2005, alguém fez um filme-solo da Elektra). Seguindo o enorme sucesso de Demolidor, Jessica Jones colocou os holofotes na detetive bêbada e super-forte de Krysten Ritter.

Não fosse o bastante, o seriado - comandado por Melissa Rosenberg - ainda utilizou os personagens dos quadrinhos para discutir consentimento e relacionamentos abusivos, representados pela conturbada relação de Jones com o vilão Killgrave (David Tennant), que a deixou traumatizada pela vida.

Abordagem adulta

Justiceiro/Netflix/Divulgação

Por mais que a Marvel seja um fenômeno nos cinemas, seus filmes costumam lidar com um humor mais leve, para a família toda. Já na Netflix, a empresa foi na direção contrária e explorou todas as suas franquias - até mesmo o Punho de Ferro - com seriedade e pé-no-chão. Isso significa que seus heróis não foram endeusados como seres perfeitos, mas sim pessoas problemáticas que, apesar de altos e baixos, tinham o desejo de fazer o bem - ainda que, frequentemente, por métodos questionáveis, como os de Frank Castle.

Ter essa variedade de tom com certeza ajudou a reforçar a ideia de um Universo Marvel, em que - assim como nas HQs e na vida real - há tanto o bom, o mau e as várias camadas entre eles coexistindo.

Prevendo Avanços do Cinema

Luke Cage/Netflix/Divulgação

É claro que Blade (1998) é um dos marcos para a representação negra no cinema mainstream de heróis, mas Luke Cage expandiu ainda mais a luta ao trazer a história do Power Man sob o comando de Cheo Hodari Coker, um showrunner negro. Assim como em Jessica Jones, a produção também soube utilizar bem o contexto social e cultural do momento ao mergulhar a trama de Cage no Harlem para discutir abuso de poder e violência - com uma estética do cinema Blaxploitation e ao som de clássicos do R&B, rap e hip-hop, como Wu Tang Clan e muito mais.

Alguns anos depois, Pantera Negra veio e refez a fórmula de Luke Cage nos cinemas, com elenco majoritariamente negro, sob o comando de Ryan Coogler e imerso na cultura - e o resto é história. Não que o seriado da Netflix seja responsável pelo sucesso, mas a comparação ajuda a entender como a Marvel estava testando suas ideiais em menor escala antes lançá-las ao mundo.

 

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