Hwang Dong-hyuk, criador de Round 6, falou sobre sua escolha de escalar T.O.P, integrante do grupo de k-pop BIGBANG, no papel de um dos principais vilões da nova temporada: Thanos. O cineasta confessou que já estava antecipando a polêmica que o personagem iria causar entre os fãs do rapper.
"Eu não acho que ele usou o Método para atuar como Thanos", brincou o roteirista e diretor em um talk show sul-coreano [via allkpop], se referindo aos aspectos mais polêmicos do personage, como o seu uso de drogas durante os jogos da temporada. Atores que utilizam o Método, como Marlon Brando e Daniel Day-Lewis, costumam viver integralmente como seus personagens e adquirir traços deles em suas vidas pessoais durante as filmagens.
Hwang admitiu, no entanto que "pensou bastante sobre os detalhes deste personagem": "Não criei Thanos com alguém como T.O.P em mente. Estava pensando nos rappers do Show Me The Money [popular reality de competição hip hop na Coreia], que criam personagens maiores que a vida, com níveis de energia absurdos, misturando coreano e inglês na sua fala como se estivessem fazendo rap o tempo todo. Fiquem pensando: o que aconteceria com alguém assim se ele tomasse drogas?".
O criador ainda revelou que o processo de escalação para Thanos foi longo e exaustivo, mas que no fim das contas T.O.P parecia ser o ator mais disposto a levar o personagem aos extremos desejados por ele: "Durante nossas primeiras cenas, ele ficou bem nervoso, até porque fazia um tempo que ele não atuava diante da câmera. O personagem, em si, é totalmente desligado da realidade, então ficamos nos perguntando até onde poderíamos levá-lo. T.O.P confiou muito em minha direção".
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Hwang elogiou a dedicação do integrante do BIGBANG ao personagem, revelando que muitos dos momentos que vemos na temporada foram improvisados pelo ator. "Ele imergiu em Thanos, e trouxe muitas ideias para a mesa. Acho que criamos uma versão do personagem que é exagerada, como um 'chefão' no final de um videogame. E acho que a série precisava dele nessa posição. Não tinha dúvidas que isso causaria reações extremas do público".
"No entanto, assim como na primeira temporada, o segundo ano de Round 6 tem um pouco dessa qualidade de história em quadrinhos. É obviamente uma história ficcional. Quando você está trabalhando em algo assim, acho que personagens exagerados surgem muito naturalmente. Se todo mundo ficasse só tremendo de medo em todos os jogos, a história não seguiria adiante", completou.
As duas temporadas de Round 6 já estão disponíveis para streaming na Netflix. O terceiro ano, que será o último, deve ser lançado ainda em 2025.