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Netflix
Crítica

Radioactive desperdiça jornada de Marie Curie com narrativa confusa e enfadonha

Cinebiografia estrelada por Rosamund Pike está disponível na Netflix

GA
16.04.2021, às 16H52.
Atualizada em 16.04.2021, ÀS 17H37
Foto de Rosamund Pike como Marie Curie no filme Radioactive da Netflix

Créditos da imagem: Divulgação

É justo dizer que Marie Curie é uma das pessoas que mudou o mundo através da ciência. Suas descobertas permitiram avanços tecnológicos importantíssimos para a humanidade, salvaram incontáveis vidas e ainda lhe renderam dois prêmios Nobel. Sua rica história é o tema de Radioactive, filme que chega à Netflix com base na HQ Radioactive: Marie & Pierre Curie: A Tale of Love and Fallout, de Lauren Redniss.

O filme acompanha Marie Slodowska (Rosamund Pike), pesquisadora científica desacreditada na França cuja vida muda com uma inesperada parceria com Pierre Curie (Sam Riley), com quem ela se casa e depois mudaria os rumos da ciência, com a descoberta da radioatividade.Para investigar os altos e baixos da vida e obra de Marie Curie, Radioactive tem a seu favor uma espetacular recriação de Paris no final do século XIX e início do XX. A direção de Marjane Satrapi (Persepolis) acerta ao explorar esse cenário tão belo, que faz com que a cidade pulse e nos convide a passear por seus becos e avenidas.

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É curioso que esse retorno romântico ao passado tenha quebras em recursos modernos, que vão desde a iluminação neon no figurino de uma dançarina, até o uso de objetos 3D para explicações científicas e a presença de sintetizadores na trilha sonora orquestral. Mais do que criar rupturas, esses artifícios criam uma identidade única para o projeto, que usa as tais quebras para mostrar como a obra dos Curies impactaram a sociedade - para o bem e para o mal.

Visualmente impecável e com elenco formidável, Radioactive sofre com o desafio de condensar muitos eventos em menos de duas horas de duração. Com uma pressa que se instaura ainda no primeiro ato, o filme estabelece um andamento corrido demais. A falta de respiros é perceptível pela constante sensação de que os grandes momentos - sejam de sucesso ou fracasso - estão sempre se atropelando para que o seguinte possa ter início.

Esse ritmo, ao mesmo tempo apressado e enfadonho, prejudica a imersão na trama. Não há tempo para pensar sobre mistérios que surgem ou como resolver problemas que deveriam ser urgentes, porque o roteiro corre para que tudo seja sanado em questão de minutos. Chega a ser frustrante não conseguir saborear as vitórias de Marie Curie, especialmente sabendo que são eventos grandiosos que ressoam até os dias de hoje.

Por outro lado, a frustração só não é maior porque o elenco encontra espaço para brilhar. Rosamund Pike (Garota Exemplar) é cuidadosa ao retratar Curie como uma mulher firme e orgulhosa, sem cair em caricaturas. Se conseguimos sentir o cansaço, o orgulho ou a frustração da personagem é completamente pela entrega da atriz.

Em menor grau é possível dizer o mesmo de outros membros do elenco. O Pierre de Sam Riley (Controle: A História de Ian Curtis) é carismático e complementa bem a personalidade explosiva e firme de Marie. Junto a Pike, ele dá vida a um romance que parece palpável através de gestos e olhares mínimos, mas que fazem toda a diferença. Outro destaque, mesmo que curto, é Anya Taylor-Joy (A Bruxa). Intérprete da versão adulta de Irene, cientista e filha mais velha do casal Curie, ela rouba os holofotes e confere um ar gracioso que combina com a importância histórica de sua personagem.

É uma pena que todo esse empenho seja diluído ao longo de um roteiro que não permite sutilezas. Cada cena traz momentos que praticamente gritam sua função narrativa ao espectador, subestimando a capacidade de quem assiste.O texto de Jack Thorne (Extraordinário; Enola Holmes) parece desesperado para que suas mensagens sejam absorvidas na marra em diálogos artificiais que só diluem o impacto de eventos que falam por si. O resultado é um filme que sempre fica a um passo de pegar carona na jornada de Marie Curie e esboçar um potencial próprio, sempre frustrado.

Nota do Crítico

Regular
Gabriel Avila

Radioactive (2019)

Radioactive

2019
109 min
País: Reino Unido
Classificação: 14 anos
Direção: Marjane Satrapi
Roteiro: Jack Thorne
Elenco: Anya Taylor-Joy, Rosamund Pike, Sam Riley
Onde assistir:
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