Jamie Foxx em Crimes na Madrugada

Créditos da imagem: Vertigo Entertainment

Netflix

Crítica

Crimes na Madrugada

Jamie Foxx carrega nas costas thriller de ação dinâmico, mas repleto de clichês

29.03.2020, às 12H05.
Atualizada em 29.03.2020, ÀS 12H48

Liam Neeson fez história. Depois do sucesso mundial que foi Busca Implacável, lá em 2009, uma longa lista de atores em Hollywood buscou encontrar uma franquia de ação para chamar de sua. O feito de Neeson vai além: nos anos seguintes, pode-se dizer que o astro criou o subgênero “filme de ação do Liam Neeson”, quando apenas um homem enfrenta diversos vilões para salvar uma ou várias pessoas. Alguns tiveram sucesso, como Keanu Reeves e seu John Wick - que praticamente ressuscitou a carreira do eterno Neo de Matrix -, enquanto outros não atingiram o feito. Com Crimes na Madrugada, foi a vez de Jamie Foxx fazer a sua tentativa.

Não bastasse todo o conceito do “pai salvando o filho em uma noite” já estar desgastado – Noite Sem Fim é um dos filmes do subgênero de Neeson que usou essa premissa -, o longa é um remake do francês Pura Adrenalina (Nuit Blanche, 2011). Na trama, Foxx interpreta Vincent Downs, um policial da Corregedoria de Las Vegas que trabalha infiltrado entre os agentes corruptos para derrubar o tráfico na cidade. Quando uma de suas missões dá errado, seu filho Thomas (Octavius J. Johnson) é sequestrado a mando de Stan Rubino (Dermot Mulroney), gerente do cassino Luxus e um dos figurões entre os bandidos. Com a vida do jovem em risco, Vincent tem apenas algumas horas (da madrugada) para corrigir suas ações e salvar a vida de Thomas.

A maior parte da ação está confinada ao elegante interior do Luxus; pancadas sangrentas ocorrem em locais como um cassino mal iluminado, uma boate pulsante em neon e uma piscina de spa, entre outros clichês. Muito do prazer do filme é baseado na atuação de Foxx, que abusa do seu porte físico para criar ótimas coreografias de luta – e deixar o professor Neeson orgulhoso. 

Com Foxx inspirado, o diretor suíço Baran bo Odar mantém a ação em um ritmo quase cômico e implacável. Há uma ênfase particular nas cenas de luta, incluindo um ataque de cozinha elaborado que naturalmente apresenta uma grande variedade de apetrechos culinários. Mas, apesar desses e de muitos outros momentos de violência coreografada, o filme nunca é realmente emocionante.

A adrenalina muito bem trabalhada no roteiro de Andrea Berloff (indicada do Oscar por Straight Outta Compton) é abafada muitas vezes pelas atuações caricatas dos coadjuvantes. A policial Bryant de Michelle Monaghan promete ser a voz da justiça em meio a tantos corruptos, mas parece mais atrapalhar do que ajudar. Scoot McNairy e David Harbour, que já provaram ter talento em papéis mais trabalhados, também ficam aquém, presos nas poucas opções dramáticas que lhes restaram.

Não bastassem os personagens recheados de clichês, o roteiro utiliza em diversos momentos recursos narrativos como deus ex machina para criar situações favoráveis – e pouco críveis. Caso tivesse mais ousadia para fugir do lugar-comum, Crimes na Madrugada poderia render sequências focadas pura e simplesmente na habilidade de bater de Foxx, afinal, Busca Implacável 2 e 3 nada mais são do que Neeson espancando vilões em diferentes cidades. Convenhamos, é disso que o público gosta.

Nota do Crítico
Bom
Crimes na Madrugada
Sleepless
Crimes na Madrugada
Sleepless

Ano: 2017

País: Estados Unidos

Classificação: 14 anos

Duração: 94 min

Direção: Baran bo Odar

Roteiro: Andrea Berloff

Elenco: David Harbour, T.I., Jamie Foxx

Onde assistir:
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