ULTRA Festival | Above and Beyond faz show menos emocional para iniciantes
Mesmo fugindo do eletrônico comercial, grupo buscou todos os públicos com set menos emotivo
Uma das principais tarefas de um festival é conseguir manter um lineup coeso e ainda sim, agregar sonoridades para novos públicos. O ULTRA Brasil, em sua primeira passagem pelo Rio de Janeiro, tentou e, possivelmente, fez a melhor aposta, colocou os ingleses do Above & Beyond na primeira noite do evento.
O trio composto por Pavo, Tony e Jono, que não esteve presente, é um dos poucos representantes da linha trance que não precisou mudar seu som para ser inserido nas escalações dos grandes festivais.
No entanto, com um público mais amplo, a aposta em suas mensagens e em um set com BPM menor e mais melódico, característica do trance, não foi uma realidade. Desde a entrada, a dupla, mostrou mais velocidade e mais graves, para, possivelmente, conectar o público à sonoridade única que é feita pelos produtores. Mesmo assim, em alguns momentos, era possível ouvir pessoas na plateia pedindo pelo drop [momento em que uma quebra na cadência da música e uma troca de ritmo ou linha de baixo acontece], fórmula usada de maneira bem única pelo A&B e quase onipresenta nas faixas de EDM.
Principalmente no início da apresentação, eles apostaram em um show introdutório, digitando no telão, o nome da música que iriam tocar e assim por diante. Essa atitude fez com que o público, logo depois da terceira música, ficasse mais próximo da dupla, que também escrevia muitas mensagens sobre o Rio. Um detalhe interessante é que as mensagens são uma característica marcante das apresentações do Above & Beyond, mas no ULTRA, eles apostaram ainda mais nesse "diálogo" com o público.
Nos momentos com mais cara de show e menos de festival foi possível ouvir as sempre boas "We´re All We Need", "Sticky Finger", entre outras, faixas que conseguiram cativar a atenção da plateia que vinha de uma alta dose de estímulos visuais e auditivos. Também fez parte do setlist o remix de "Porcelain" do Moby, e a nova "Balls", música mais pegada e rápida; perfeita para a ocasião.
O final da apresentação, como sempre, chegou com "A Thing Called Love", fazendo os mais sensíveis chorar, seja pela música ou pelo clássico pedido: "Nunca sabemos o que o amanhã nos reserva. Se você ama alguém, faça com que saiba hoje", seguindo para um encerramento climático e delicado.
Assim, mesmo não tocando seu set da forma como costuma fazer, o A&B é uma aposta que funciona como um farol em meio aos drops e a BPM rápida da EDM. Uma boa ideia para estar no mainstage, principalmente por conseguir mostrar a música eletrônica em sua melhor forma, tirando grande parte do público de sua zona de conforto e ampliando ainda mais suas possibilidades.
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