Roger Waters - In the flesh
Roger Waters - In the flesh
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Ainda assim, o tempo passou e acabei me acostumando com a idéia de um show de Roger Waters sem Pink Floyd, algo tão idiota quanto um Pink Floyd só com David Gilmour que é tão estranho pra gurizada aí fora quanto um Pearl Jam sem Eddie Vedder ou um Eddie Vedder sem Pearl Jam. Entendeu&qt;&
Pues...
Não é que comprei meu ingresso e me aventurei no Pacaembu em nome de uma suposta reverência à minha adolescência (regada a Floyd/Zeppelin/Tull, ao contrário dos amigos AC/DC-maníacos)&qt;&
Claro que é baboseira. Claro que foi uma atitude do tipo vou lá porque é a última chance e, já que não tem o original mesmo...
Fui.
E não é que foi legal&qt;&
Digam o que quiserem, mas aquele início de In The Flesh (o do TAM NAM NAM NAM NA-NAM, NAAA NAM NAM NA-NAM, lembra&qt;&) é espetacular pra se começar um show.
Digam o que quiserem, mas o primeiro pop perfeito foi Wish You Were Here (e sua idiota e maravilhosa onda de flashes de isqueiros).
Digam o que quiserem, mas a introdução mais espetacular de uma música até hoje ainda é a de Shine On You Crazy Diamond.
Digam o que quiserem, mas dá uma puta vontade de se borrar chorando ao ver Syd Barret no telão enquanto um cheiradíssimo Waters canta Remember when you were young/ You shone like the Sun/ Now theres a look in your eyes/ Like black holes in the sky/ Shiiiiine on you crazy diamond...
É uma puta catarse ouvir e gritar junto os versos de Confortably Numb. É sensacional abandonar o preconceito e cantar Another Brick in the Wall part II de peito aberto, gritar You cant have any pudding! e se rolar de rir com todo mundo à sua volta.
É sensacional voltar ao tempo que o exemplo do pior pop, o mais pegajoso era uma linda balada em honra a um amigo perdido para o ácido.
É espetacular, enfim, ver imagens de Thor, Lady Sif, Surfista Prateado, Shalla-Bal e Dr. Estranho ao ouvir as partes finais de Shine on you Crazy Diamond.
Sem contar que o guitarrista é A LATA exata do David Gilmour, o que dá uma ilusão legal de compleição musical.
Pena é a insistência (mais do que justificada quando se trata do maior megalomaníaco do mundo) do cara em tocar as composições de seus discos solos, notadamente a diversão assassina (ou falta de diversão) de Amused to Death, que acabaram por jogar água fria na galera e tirar um pouco do brilho da foderosa Eclipse, que encerrou o set principal.
Para a produção, fica um puxão de orelha por cobrar 3 reais por cerveja quente, estupidamente fervida. Praticando preços assim por produto de qualidade meia-boca, ficou no ar apenas a sensação de que faltava a meia-luz, os pufes de veludo e o strip-tease de meia em meia hora.
É isso.





