Ritchie está de volta
Ritchie está de volta
Um
dos mestres do pop brasileiro está de volta
Depois do RPM, outro grande ícone do pop-rock brasileiro dos anos 80 está de volta. É o inglês naturalizado brasileiro Richard David Court, ou simplesmente Ritchie.
Famoso no início da década de 80 com Menina veneno, Ritchie vendeu 1 milhão de cópias com seu compacto de estréia. Seu primeiro LP, Vôo de coração, tinha produção sofisticada e participações ilustres, como o guitarrista Steve Hackett (ex-Genesis) e os amigos Lobão e Lulu Santos (ex-parceiros no antigo projeto Vímana).
Vieram outras canções de repercussão, como Casanova, A mulher invisível, Transas e outras. Durante seu sucesso, até gravou um dueto em inglês com Caetano Veloso, a música Shy moon. Mas a febre foi passageira e Ritchie mergulhou no esquecimento, trabalhando posteriormente com tecnologias de som para a internet.
Em 1999, a poderosa versão do Ira! para o hit A vida tem dessas coisas (no disco Isso é amor) reacendeu o interesse das gravadoras por Ritchie. Em meio a tantos retornos de nomes dos anos 80, não faltaram convites para regravar Menina veneno ou até lançar um acústico, passaporte garantido para um retorno triunfal. No entanto, o agora cinqüentão Ritchie não quis saber de viver do passado. Neste caso, não se tratou de renegar as origens. Em diversas entrevistas, ele declarou ser um artista que não quer viver de nostalgia, e sim, ter fidelidade ao momento atual em que vive. E para marcar sua posição, Auto fidelidade é exatamente o nome deste trabalho, coerente com o estilo que o consagrou, um pop-rock requintado e de bom gosto.
Cerca de doze anos longe de estúdios de gravação não representaram empecilho para ele realizar um grande disco, fruto de parcerias tão diferentes quanto Alvim L. e Erasmo Carlos. Lágrimas demais é uma das novas composições com o letrista Bernardo Vilhena, co-autor dos maiores sucessos de Ritchie. Outra das parcerias com Vilhena, Ninguém sabe o que eu sei, tem uma letra épica e um arranjo em que se destaca o som da gaita de Milton Guedes.
Das 14 faixas, cinco foram gravadas por Ritchie em sua língua nativa, incluindo Give it all back, faixa-bônus que é a versão original de Ninguém sabe o que eu sei. Outra que está presente em duas versões é Lua, lua (que ficou Radar, radar na faixa-bônus em inglês), um rock delicioso com jeitão retrô. Com um disco inspirado e sua voz limpa e marcante, Ritchie mostra neste retorno que ainda merece ser considerado um dos grandes nomes da música brasileira. Antes tarde do que nunca.
| Ritchie - Auto fidelidade | ||
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Site
oficial: www.ritzcafe.com
Para saber mais sobre Ritchie e o som dos anos 80, acesse BRock - O Rock Brasileiro dos Anos 80, do jornalista Arthur Dapieve.