Qual a melhor safra do Rock Brasileiro&qt&

Para mim, impossível alguém argumentar na seguinte discussão: o rock produzido no Brasil atravessou sua melhor fase nos anos 80 ou nos anos 90&qt;& Não pretendo fazer média neste espaço. O rock dos anos 80 é melhor e fim de papo.

A questão foge do saudosismo, rabugismo ou qualquer outro ismo. Respondam-me: como comparar a atitude e irreverência dos roqueiros dos 80 com as piadinhas gastas e o pseudo-intelectualismo dos 90&qt;&

Ok, vocês querem comparações, vamos lá. De um lado (80) temos Barão Vermelho, Ira!, Ultraje a Rigor, Ratos de Porão e Titãs. Do outro (90), Pato Fu, Chico Science, Skank, Mamonas Assassinas e O Surto. Hmmmm, sem comentários.

Vocês acham que estou sendo tendencioso&qt;& Então vamos regionalizar a disputa. Brasília ofereceu, nos anos 80, Legião Urbana, Capital Inicial, Plebe Rude e Paralamas do Sucesso (sim, eles começaram no Plano Piloto). Na safra dos 90, o Planalto Central nos brindou com Raimundos, Maskavo Roots, Nativus e Rumbora. Convenhamos, dá pra discutir&qt;&

O Tremendão, A Ternurinha e O Rei

Os adolescentes de hoje que me perdoem, mas estiveram ausentes da melhor fase do rock nacional. Aí vai surgir um pretencioso crítico musical para me corrigir, dizendo que o período áureo ocorreu muito antes, nos anos 60 e blá, blá, blá. Primeiro com a Jovem Guarda e, depois, com os Mutantes e Secos e Molhados.

Concordo que representam os pilares do rock nacional, todos dotados de muito talento e criatividade. Entretanto, a explosão aconteceu mesmo nos anos 80, mais precisamente com a derrocada do regime militar. Quando a ditadura já estava moribunda, uma avalanche de lançamentos chegou ao mercado, gritando contra 20 anos de silêncio forçado.

O momento significava alguma coisa, esse é o diferencial. A molecada que formava as bandas havia acompanhado a ascenção do punk desde os anos 70. É lógico que receberam influências. Somando punk, new wave, fúria, mudança política e irreverência, o resultado é o rock dos anos 80.

Admito que aparecia muito lixo naquela época. Reconheço, também, que a última década reservou agradáveis surpresas, como o movimento Mangue Beat e a disseminação de boas bandas pelo país. Infelizmente, grupos que fizeram a alegria dos adolescentes nos anos 80 produziram materiais indigestos na década seguinte.

Completamos 17 anos da explosão daquele rock honesto (que chamamos de nacional) e até hoje escutamos com prazer os primeiros acordes de Polícia. Aí pergunto: alguém vai entoar Ana Júlia em 2015&qt;&