Primavera Sound São Paulo

Créditos da imagem: Primavera Sound São Paulo/Divulgação

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Primavera Sound: Line-up garante aprovação, mas árvore e lixo ficam no caminho

Artistas entregaram muito aos fãs brasileiros, mas a experiência do festival deixou a desejar

Omelete
3 min de leitura
07.11.2022, às 10H16.
Atualizada em 07.11.2022, ÀS 11H20

Qualquer pessoa habituada a ir em shows sabe que chegar cedo pode ser decisivo para garantir um bom lugar na pista. No entanto, no caso do Primavera Sound, esta estratégia poderia representar a diferença entre enxergar o palco principal e ter a visão encoberta pelas árvores do Distrito Anhembi, em São Paulo. Na sua primeira edição no Brasil, o festival, talvez por amadorismo, pôs à prova a paciência dos fãs, fazendo-os caminhar longas distâncias entre uma atração e outra para tentar, quem sabe, encarar um telão, ou então se contentar com o som por vezes baixo das apresentações.

É uma pena que a experiência do show tenha deixado tanto a desejar nesse quesito, principalmente considerando o line-up forte que o evento reuniu. Com Arctic Monkeys, Lorde, Björk, Travis Scott e Charli XCX, o Primavera montou dois dias robustos, e desde o anúncio das atrações gerou burburinho nas redes sociais. Por sorte, os deslizes da organização do festival não atrapalharam essa empolgação do público, que embarcou na experiência coletiva e cantou e dançou do início ao fim do evento.

Embora seja visível como a maioria dos artistas se entregou aos fãs brasileiros, as mulheres em especial roubaram a cena. A Björk deu o tom no sábado (5), com sua simpatia e presença solar, e foi seguida pelo entusiasmo performático de Mitski, pela fofura de Michelle Zauner, a vocalista do Japanese Breakfast, pela surpresa de Phoebe Bridgers com sua recepção e, claro, pela celebração dançante dos esquisitos de Lorde.

Foi, sem dúvidas, um evento memorável. Por isso não foi surpreendente ouvir a farmacêutica Bárbara Ribeiro, de 32 anos, dizer, sem hesitar: “viria no ano que vem com certeza!”. Embora tenha se incomodado com as árvores, para ela o saldo foi positivo. “O espaço é agradável, o acesso foi bem tranquilo e não vi brigas”, listou, entre os pontos positivos, que ainda incluíam boas opções para comer e beber e a ausência de lama no chão.

No entanto, entre os deslizes, a farmacêutica disse se incomodar com a falta de lixeiras pelo Distrito Anhembi. E, realmente, ou você colocava seu lixo no bolso, ou você o jogava no chão — e, não à toa, o espaço foi tomado por copos e embalagens ao final de cada show.

As grandes filas e o sinal de internet oscilante também estão entre os aprendizados que o festival terá que lidar no ano que vem. Mas, no geral, o Primavera Sound fez uma boa estreia no Brasil, e não deve ter problemas para cair nas graças do público. Só não dá para ignorar que no meio do caminho tem várias árvores.

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