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Porão do Rock 2008

Só primeira noite faz jus ao nome do festival candango

04.08.2008, às 19H00.
Atualizada em 15.11.2016, ÀS 09H00
Quarenta shows, duas noites, 24 mil pessoas e nada de lei seca. Na 11ª edição do Porão do Rock

Porão do Rock 2008

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Autoramas

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Fotos: Site oficial (www.poraodorock.com.br)

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Mundo Livre S/A

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Muse

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Pitty
, duas bandas balançaram Brasília pra valer: os cariocas do Matanza , na primeira noite, e o trio britânico Muse , na segunda.

Desta vez, a divisão dos públicos foi mais marcante. A sexta, voltada para o hardcore e o metal, teve a cara do Porão na sua concepção original. Rock puro e direto, irreverência, a galera pogando e cerveja suficiente para dar pane em todos os bafômetros do país.

Já a noite de sábado, mais pop e eclética (nem por isso menos vibrante), mostrou o que o Porão pode se tornar dentro de alguns anos: um festival mais comercial, direcionado ao mercado. Nada contra. Afinal, a produção é cara e precisa ser paga de algum jeito. Resta saber se os organizadores vão conseguir fazer essa migração sem deixar o evento perder a identidade.

Primeira noite

Na sexta-feira (1º de agosto), parecia que o Porão amargaria seu primeiro fracasso de público na história. Às 9h da noite reinava um imenso vazio no estacionamento do estádio Mané Garrincha. O espaço do festival foi reduzido nesta edição. Os carrinhos de batata frita e churros não estavam lá. Nem os engenheiros de som. Só isso explica a péssima relação acústica entre os palcos principais e o palco secundário, chamado de Palco Pílulas.

Mais de uma banda reclamou da interferência do som. Outra coisa esquisita: os shows não estavam atrasados. Pelo contrário, estavam adiantados, acredite! Teve banda pisando no palco até 20 minutos antes do horário programado. O fenômeno obrigou os organizadores a pedirem para as últimas bandas estenderem seus set lists.

Embora o Suicidal Tendencies fosse o grande nome da primeira noite, coube ao Matanza botar a galera para cantar e pogar de verdade. O inspirado vocalista Jimmy, o melhor frontman deste ano, levou o público às gargalhadas com suas introduções e homenagens a Johnny Cash. As clássicas "Eu não gosto de ninguém" e "Ela roubou meu caminhão" estremeceram o asfalto, acompanhadas a plenos pulmões por milhares de fãs. Nesse momento, já eram 12 mil pessoas.

Os norte-americanos do Suicidal Tendencies mantiveram a adrenalina em alta. No encerramento, o vocalista Mike Muir convidou as pessoas a subirem no palco. Cerca de 50 empolgados atenderam seu pedido e se uniram à veterana banda, que esbanjou energia.

Segunda noite

O sábado contou com maior número de "medalhões", além de uma mistura de ritmos. Sapatos Bicolores, de Brasília, e Autoramas, do Rio, cumpriram o objetivo de chacoalhar a multidão, que desta vez chegou mais cedo. Os pernambucanos do Mundo Livre S/A levaram seus fãs ao delírio entoando grandes sucessos.

Na seqüência, Pitty apostou em uma performance mais sensual. Deu certo, foi ovacionada pelo público, deixando claro que é um dos maiores nomes do rock brasileiro na atualidade. Bem apropriado que a baiana abrisse um dos shows mais aclamados na Europa hoje em dia.

Os ingleses do Muse não deixaram por menos. Um concerto enérgico, provavelmente a melhor produção em 11 anos de Porão do Rock. Uma precisão milimétrica entre os músicos, luzes e telões. Além da produção que encanta o velho continente desde 2007, o vocalista e guitarrista Mathew Bellamy mostrou uma excelente química com o público, amparado pelo potente backing vocal do baixista Chris Wostenholme. O baterista Dominic Howard deu um show à parte de técnica e criatividade, fazendo valer cada centavo investido neste Porão do Rock.

Pontos altos

  • Seleção das bandas
  • Organização
  • Policiamento externo
  • Pontualidade

Pontos baixos

  • Interferência entre os palcos
  • Área VIP grande demais
  • Pouca segurança interna
  • Faltaram os churros e batata chips

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