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Poison on the Rocks

Poison on the Rocks

16.08.2005, às 00H00.
Atualizada em 17.12.2016, ÀS 09H05

Já que todo mundo é oportunista, vou ser também... aproveitando a passagem da nossa queridíssima princesinha do punk, Avril Lavigne, pelo país, vou dedicar-lhe uma Poison inteirinha. Claro que sempre sobra um espaço pra outros "artistas" de peso, afinal o que não falta no mercado é gente fazendo "obra" de arte.

Quando decidi escrever sobre a Avril, fiquei matutando, matutando e cheguei à conclusão que muito do problema reside em nomenclaturas equivocadas e apressadas que, inicialmente, gravadora e mídia se utilizam para dar um empurrãozinho no produto, e posteriormente é repetida aos quatro ventos pelos consumidores de tais produtos.

Pesquisei sobre a Avril. Na minha cabeça não era possível que alguém que se envolva um pouco que seja com música aceite ser chamada de algo que absolutamente não é. Não era possível que Avril aceitasse de bom grado ser chamada de punk, assim como é impossível sequer imaginar Iggy Pop cantando algo como "Take Me Away" ou Wattie Buchan entoando "Complicated". Gargalhei horrores tentando pintar o quadro, mas no final o quebra-cabeça encaixava menos ainda.

Finalmente li uma declaração da própria cantora dizendo que só alguém muito estúpido a chamaria de punk. Rótulo que ela recusa veemente... Respirei aliviada. Pensei "ufa, não é que tem algo ali na caixa craniana emoldurada pela chapinha?" Bom seria se tivesse cessado a leitura ali. Em seguida ela manda "o que eu faço é rock". Ok, mais uma vez não se pode ter tudo...

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Truvid
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Só pra esclarecer: não é um gestinho obsceno aqui, um berro ali, uma cara de "comi mocotó, tomei Caracu e o Luftal não fez efeito" que transformam alguém em punk. Quer saber o que é punk? Leia aqui, aqui e aqui. Pesquise, procure, mas poupe meus ouvidos, por favor.

Primeira lição aprendida, vamos adiante. Essa vai ser difícil, mas é prova pra passar de ano: Avril Lavigne não é rock, nunca foi e nunca vai ser. Avril Lavigne é a mesma coisa que Brit Spears, Chris Aguilera, Shakira. É preciso muito mais atitude, aulas de guitarra, canto, envolvimento, postura, talento como compositor, uma boa leitura do que foram as décadas de 50, 60, 70, 80 e 90 para a história do rock, e principalmente, honestidade para fazer parte do rock ´n´ roll. Não é um lápis no olho, uma roupa largada e um acorde mal feito que automaticamente te transformam em rockstar. Não!

Avril Lavigne é pop. E dos ruins.

Mal entendido meio desfeito, me pergunto: então de onde saem essas nomenclaturas todas?

Antes de dar algumas das possíveis respostas, ilustro brevemente com dois casos recentes da música brasileira.

Daniela "Mala" Mercury resolveu radicalizar. Contratou DJs para "trabalhar" suas novas músicas. O resultado? Algo entre drumn bossa, techno galope, samba house. Bbbbwwwwwaahahahahahhahahahahhahahahhaahahhahahaaahhaa. Não, não estou rindo porque é engraçado, juro que é um riso de desespero. E, sim, o Carlinhos Brown participa...

Daniela explica: "A estrutura da música eletrônica é muito livre. Na realidade é puro anarquismo. Você pode fazer coisas que os instrumentos acústicos não permitem, misturas criativas que me motivam como artista". (fonte: El País)

Claro, claro, Dani. Mudar de axé pra techno é uma coisa suuuuuuuuuupernatural.

O outro, hmmm, caso é Wanessa Camargo.

Uma notícia me chamou a atenção "Wanessa Camargo define seu novo álbum como loucão".

Sabe? Depois de um dado tempo, você fareja certas coisas à distância. Dito e feito. Vamos ler sobre Wanessa "E agora pra onde vou" Camargo.

Ela chamou os produtores Jason Deere, Apolo 9 e DJ Zegon, porque "eles são alternativos" e ela "tinha um som mais comercial, água com açúcar. Continuar na mesma linha seria fácil, mas eu cresci. Sentia que o público não gostava de verdade do meu trabalho. Se viesse outra cantora ‘teen, os fãs poderiam me trocar. Quem gostar desse disco terá um vínculo verdadeiro comigo." (fonte: Agora).

Ainda bem que milhões de discos vendidos depois ela percebeu que o público não gostava do que ela fazia. Ótimo! Agora precisa avisá-los onde eles podem fazer a devolução da mercadoria que compraram sem querer...

E uma das novas linhas "experimentadas" pela cantora (ela atirou... digo, experimentou váaarias) é o tal do reggaeton. Quem avisa amigo é... fique longe disso. Se você ainda não ouviu falar, vai ouvir... infelizmente. Vou me utilizar de mais uma declaração de Wan para dar uma prévia: "reggaeton tem uma coisa de quadril que contagia. Os brasileiros vão adorar!"

Ou não sou brasileira, ou não sei. É... não sei. Vou perguntar aos meus pais se eles têm certeza que me pariram aqui.

Agora algumas das possíveis respostas à pergunta: então de onde saem essas nomenclaturas todas?

Hm. Tenho algumas idéias. É possível que venham da estratégia das gravadoras de atirar pra todos os lados a fim de pegar os mais desprevenidos. Acontece o tempo todo. Ou talvez venham de resultados obtidos através de uma análise prévia, conhecida no meio como pesquisa de mercado (ai, que chique!), que descobre o que tá em falta (punk?) ou o que está na crista da onda (techno?). Daí para, num passe de mágica, rotular o artista como for mais "interessante" (leia-se vendável), é um pulinho...

Medite você também. Matute, decida.

Ah, antes tarde do que mais tarde. A gravadora da Avril está divulgando um lançamento extraordinário, um presentão que comemora sua magnânima presença neste fim de mundo chamado Brasil. Trata-se de um CD com faixas bônus (ao vivo!) + DVD com imagens inéditas e imperdíveis da Avril comendo pizza, indo ao shopping, fazendo turismo... uma coisa punk mesmo. Em tempos de tantos nomes trocados, onde você leu "presentão", substitua por produto oportunista pega-trouxa.

Ah! Os ingressos para o show também já estão à venda. Se você é de Sampa, corra porque meia-entrada é só pra 30% da capacidade do Pacaembu, afinal é preciso garantir o lucro de 100% pra todo mundo, né?

Boas compras!

*-*-*-*-*-*-*

DOSE EXTRA!

Atendendo a pedidos, aqui está a Dose Extra de Veneno , espaço reservado aos internautas do (o), que enviam missivas nem sempre educadas à colunista. Por que será, hein? ;-P

Sobre Emocore - coluna de 12/04/05

Por Fabiano Pimenta

Luciana, muito bacana sua coluna "Poison on the rocks" de hoje no Omelete. Acho que é por aí mesmo, mas nunca critiquei tanto essa gurizada, porque pelo menos eles não curtem aquela lixeira toda que era o axé e o pagode-mela-cueca de uns anos atrás. De repente eles se interessam por algo melhor no futuro. rs Ou não... e aí então nós estaremos fudidos.

Curti tanto seu texto que repassei para uns amigos (claro, com todos os seus créditos) e recebi uma porrada de respostas elogiando o texto e discutindo o assunto. Texto bom é assim...

Parabéns. Muito do caralho mesmo!
Fabiano

Resposta 

Eba, Fabiano, legal que tenha divulgado a coluna...

Eu espero realmente que eles sigam um rumo melhorzinho, que o emocore seja parte de uma fase "complicada" apenas... vamos ver.

Valeu pelos elogios e pela força, escreva sempre!

Beij(o),
Luciana

*-*-*-*-*-*-*

Sobre Coldplay - coluna de 10/05/05

Por Francisco Gonçalves 

Luciana,

Ao ler a coluna Poison on the Rocks hoje fiquei indignado... Eu sempre respeitei os artigos publicados pelo Omelete, no entanto, hoje, o artigo "estúpido" publicado por essa tal Luciana Toffolo é simplesmente dispensável e ridículo... Onde já se viu escrever algo do tipo: "Que tem uma banda de razoável qualidade musical entre 100 péssimas?" sobre o Coldplay, sem dúvida, uma das melhores da atualidade.

Só digo o seguinte, quem vive de passado é museu, o tempo dos Beatles já passou. Tudo bem, não estou discutindo a qualidade dos Beatles, eu gosto deles, mas daí a dizer que o Coldplay é medíocre é um pouco demais, principalmente quando se trata da "opinião" do Omelete.

Enfim, sugiro que da próxima vez, algum "diretor" possa supervisionar os artigos publicados, a fim de evitar estas "insanidades"!!!

A propósito, o TOP 8 conseguido pelo Coldplay, refere-se a Modern Rock Tracks da Billboard, e la naum (SIC) tem nada de 50 Cent, Will Smith ou Alicia Keys... Esta "estúpida" deveria ao menos escrever sobre o fato, e naum (SIC) inventá-lo.

Fica aqui o registro de minha indignação!!!

Resposta 

Oi, Francisco... não tem muito o que discutir contigo pela absoluta falta de argumentos...

A única coisa que quero enfatizar é que o Omelete não é o sucesso que é por acaso... muito de tal sucesso se deve à liberdade que temos para escrever. Você, por algum acaso, sugeriu uma censurinha ali? Foi isso que entendi? Então quando alguém diz algo que você não concorda deve ser censurado? Hm?

A estúpida aqui consultou a parada geral da Billboard e daí? O Coldplay tá lá, figurando entre aqueles palhaços mesmo... fazer o quê?

Tem mais, não disse que o Coldplay não está entre as melhores da atualidade... disse que a atualidade tá uma porcaria.

Abraç(o),
Luciana

*-*-*-*-*-*-*

Sobre a Poison

Por Evandro 

Olá Luciana. Não sei se você lembra de mim (lembra do mail falando de Soundgarden, Alice in Chains...), mas estou mandando um mail para me
desculpar e apoiar ao mesmo tempo. Desculpa: quando li sua coluna pela primeira vez, fiquei extremamente enfurecido com o fato de você ter feito um comentário sobre Iron Maiden. Daí eu resolvi ler todas as Poison publicadas.
Com espanto me deparei com algo que eu amo nos seres humanos (todos têm, poucos praticam): senso crítico, discernimento, coragem (para eventuais críticas fanáticas), visão.

Percebi que você expressa o que sente, percebe, analisa, doa a quem doer. Por isso você está recebendo um novo admirador. Eu posso dizer que sou como você: não um conformado, um desiludido, mas um lutador, que expõe seu ponto de vista. Se pelo menos 30% do aglomerado chamado Brasil fosse assim...

Bom por hojé é só. Pode ser que eu só tenha escrito futilidades para os outros, mas no meu ponto de vista não! Doa a quem doer...

Evandro (fã [não fanático] da Poison.
PS: Aí vão algumas dúvidas e sugestões:
1 - você gosta de alguma coisa de metal (todas as vertentes...)
2 - você poderia pesquisar e analisar esas bandas (eu recomendo): Mad Season, Down, Screaming Trees, Itsari... sei lá... que sabe você acaba gostando...
3 - Não se incomode com críticas nem insultos (acredite: eu recebo todos os dias... por gostar de Beatles e Krisiun... Queen e Sepultura... não se incomode...
4 - Responda esse mail, por favor, nem que seja pra me esculhambar, ou alongarmos o assunto (como disseram antes "DA DISCUSSÃO NASCE A LUZ!"...




Resposta 

Oi, Evandro... legal que você tenha nos dado outra chance :)

Discernimento é o mote principal da coluna. Claro que quando a gente lê algo sobre uma banda da qual gostamos muito ficamos meio "ceguinhos", mas se é sobre uma banda que não gostamos, o discernimento aparece.

Bacana que você tenha voltado pra conferir. Respondendo às suas perguntas...

  1. Você gosta de alguma coisa de metal (todas as vertentes...)
    Gosto.
  2. Você poderia pesquisar e analisar esas bandas (eu recomendo): Mad Season, Down, Screaming Trees, Itsari... sei lá... que sabe você acaba gostando...
    Eu AMO Mad Season.
  3. Não se incomode com críticas nem insultos (acredite: eu recebo todos os dias.. .por gostar de Beatles e Krisiun... Queen e Sepultura... não se
    incomode...

    Não me incomodo mesmo... se me incomodasse não conseguiria escrever a coluna :)
  4. Responda esse mail, por favor, nem que seja pra me esculhambar, ou alongarmos o assunto( como disseram antes "DA DISCUSSÃO NASCE A LUZ!"...
    Estou respondendo!

    Beij(o)

*-*-*-*-*-*-*

Sobre Emocore e Anos 80 - colunas de 12/04/05 e 05/07/05

Por Rodrigo Rolo

Até entendo e concordo com alguns pontos apontados em seu texto, publicado no Omelete sobre "esse tal Emocore". No entanto, devemos lembrar que este texto retrata, acima de tudo, o velho e conhecido conflito de gerações e devemos levar isto MUITO em consideração.
Em tempo, eu também acho a música dessa galerinha um lixo, assim como as pessoas mais velhas achavam a música que eu escutava na minha adolescência uma porcaria. Hoje, vejo-me com 27 anos de idade, o que me proporciona distância etária suficiente dessa galerinha de hoje em dia a ponto de reconhecer que é, acima de tudo, pura e simples questão de gosto comum às pessoas mais velhas...

Eu brincava muito fora de casa, mas me recordo que era só entrar pra brincar de Atari que sempre tinha alguém mais velho dizendo que "no tempo deles era melhor", que eu não estava aproveitando minha infância ao máximo, etc. E digo pra você, com todas as letras: eu aproveitei pacas minha infância!!! E duvido que os mais velhos que eu, na época deles, não ficassem boa parte do dia com a cara metida na frente da televisão (qual a diferença, Deus do Céu?!?).

Quanto ao ponto relacionado à literatura, aconselho você a deixar de ser hipócrita e reconhecer que há muito tempo (ou melhor, há muitas gerações...) os jovens não lêem livros neste país e que isto não é privilégio desta nova geração (que ao menos escreve, pra dizer o mínimo...). Muito pelo contrário, fico admirado com a quantidade de garotinhos devorando livros do Harry Potter em poucos dias!!! Neste quesito, garanto que eles estão bem à frente das gerações imediatamente anteriores... Principalmente porque a popular literatura infanto-juvenil de hoje não irá causar "traumas literários" comumente encontrados em pessoas mais velhas, que se viram obrigados a ler "Senhora" e "O Guarani" na terceira série... Eu hoje, posso dizer, sou um leitor assíduo (leio uma média de oito a dez livros por mês, sendo que nunca li Harry Potter em minha vida (caso a senhorita esteja me reservando algum comentário sarcástico a este respeito)). Mas posso lhe garantir que este meu hábito deve-se puramente a meu interesse pessoal, algo próximo do auto-didatismo talvez. Infelizmente, meus professores (assim como os professores de 100% dos meus amigos) não tiveram participação nenhuma nisso. Muito pelo contrário, nos casos em que as escolas tiveram alguma influência quanto ao hábito da literatura, influenciaram tão somente de forma traumática e, por vezes, humilhante...

Mas tudo bem, é sempre assim mesmo... Eu também acho boa parte dos hábitos da nova geração condenáveis, mas percebo que a maioria das críticas que guardo para eles são equiparáveis às críticas que os mais velhos guardavam para comigo quando eu era menor... Como diria um célebre slogan publicitário: "o mundo gira, e a Lusitana roda"...

Não me entenda mal, não vislumbro atacar suas opiniões com este humilde e-mail. Só que tenho verdadeiro repúdio por críticas do tipo "essa garotada de hoje tá perdida, no meu tempo que era bom", etc... Lembro-lhe que a geração que mais lutou por este país, que mais cultivou o pensamento ideológico, que mais sofreu com os males da censura e que, à época, promoveu a maior revolução intelecto-cultural desta nação mudou muito pouco o panorama geral brasileiro... Melhoramos, assumo! No entanto, levando-se em consideração todo o barulho feito depois do golpe, a única grande diferença substancial que vejo no panorama político é que saímos da ditadura dos militares para entrar na ditadura dos vagabundos! Mas esta é uma outra história...

P.S.: A senhorita está assustada com a falta de profundidade da música dos garotos de hoje?!? Imagino se você testemunhou a grande "profundidade lírica e musical" comum a 95% das bandas que todo mundo idolatrava nos anos 80... Ouvir a Blitz, as Frenéticas ou o Ritchie era mesmo bastante edificante... 

Rodrigo Rolo - 27 anos
Feliz com a infância que teve (apesar de tudo que lhe disseram...)

Resposta 

Rodrigo, vamos por parte... não entendi muito bem o motivo do seu nervosismo. Aliás, até entendi, você disse ali... como é? Ah tá, "a garotada tá perdida, blá, blá, blá". Veja, eu até gostaria de dizer isso, se eu não achasse que eles são tão vítimas quanto eu e você da padronização cultural que nos acomete atualmente. Não estou livre disso porque tenho 30 anos. Nem você porque tem 27. É inegável que as coisas foram se "fechando". Você deve lembrar que tinha várias opções pra escolher, fosse o que fosse o tema, tinha muita coisa boa rolando E muita coisa ruim também. Entretanto, o que eu vejo hoje é a massificação pela maior vendagem... quem se importa com os 2% que compram um artista bom? O importante é focar nos 98% que sobram e chega um ponto em que até os 2% ficam sem alternativa, percebe?

Agora, convenhamos... Blitz e Ritchie? Década de 80 se resume a isso pra você? Não gosto de Legião, mas tinha Legião, Plebe Rude, Garotos Podres, Ratos de Porão, Depeche Mode, Smiths, Cure, muito Bowie, The Clash, Jesus and Mary Chain... quem tá tapando o sol com a peneira aqui? Não é por nada, mas já que você fez o paralelo, me parecem sim artistas bem mais edificantes do que CPM22.

Meu discurso não é tão simplista quanto você fez parecer... talvez uma boa idéia fosse você voltar e ler outras colunas. Tem nada desse saudosismo não, mesmo porque tenho péssima memória. Conflito de gerações nada... é só uma leitura do que acontece à minha volta. Não é porque não sou mais adolescente que não posso pintar um quadro de como eles se comportam. Aí você já está querendo ir longe demais... ao imaginar que para analisar alguma coisa você tem que estar inserido nela. Eu voto pelo contrário absoluto. Talvez a abstração causada por você ter uma visão geral de um assunto, não estando inserido diretamente nele, é que te dá maior imparcialidade e frieza para melhor analisá-lo.

Hipócrita eu? De qualquer maneira, não é porque nunca fomos fortes em leitura que vou entregrar os pontos e achar que qualquer coisa é coisa... a propósito, li todos os Harry Potter. Pau de sebo pra mim?

Bah... esse papinho de "escolas influenciaram de modo traumático", pára, vai! 27 anos... não dá mais pra culpar a tia do primário pelas coisas que você faz ou deixou de fazer. Paremos de usar as instituições como muleta, ok? Se teus amigos traumatizados não lêem é porque não gostam. Ponto. Que assumam. Eu sempre li, inclusive Guarani e essas coisas todas... e me questiono se esse povo leria alguma coisa na vida não fosse a obrigatoriedade de alguns livros. Você já viu o quão patético são aqueles resumos de livros pro vestibular? Aquilo devia dar cadeia! E são distribuídos pelos próprios cursinhos... tá certo endossar um sistema que vem errado desde a infância? Na visão dos donos de cursinho tá... porque depois eles podem estampar em outdoors os números dos aprovados, que devia vir seguido de uma observação: "99% de aprovação e sem ler sequer um livro!" Isso te soa menos hipócrita? Que mundo bonito esse... e eu devo ficar quieta, é isso?

O ponto que me interessa, que você usou pra falar de leitura: interesse pessoal. Já parou pra pensar que talvez eu esteja querendo provocar alguma coisa nessa direção quando escrevo a Poison? Que de tanto questionamento, as pessoas assumam o que gostam realmente e saibam defender seus pontos de vista? Ou que descubram algum equívoco no meio do caminho... sabe Deus, o importante é que desenvolvam interesse pessoal. E a única maneira que eu enxergo é não se deixando levar pela massificação...

É isso.

Luciana

*-*-*-*-*-*-* 

Sobre Coldplay e o miguxês - colunas de 10/05/05 e 08/03/05

Por Juan Manuel Terra

Hola Luciana, te estoy escribiendo por tu última columna, al fin una columna dedicada a la música, estuve esperando un mes para ver que hablabas de miguxês(!!!), y bueno, te escribo en español porque es más fácil, si te acordaras de mi sabrías que soy de Uruguay.

Yo entiendo que critiques a un mercado discográfico que está en decadencia, donde no surge nada que se pueda calificar de revolución, y donde los movimientos musicales no se mantienen por más de tres años (a ver cuanto dura Keane y su "rock sin guitarras") pero no entiendo porqué atacas a uno de los pocos grupos que están haciendo algo interesante y que vale la pena escuchar hoy en día.

Quienes comparan "Speed of Sound" con "Hey Jude" no son ellos, ellos hacen su música y listo, si el mercado los considera "los nuevos dioses" es problema del mercado, ya que la música de Coldplay es igual de buena hoy que hace 5 años cuando lanzaron "Parachutes".

No entiendo porqué te quejas de falta de "actitud", queres que se peleen? Para que? Sirve de algo? Una de las mejores bandas que conozco es U2, y no entiendo que bien le haría a la banda que The Edge se peleara con Mullen, pero bueno, cada uno con sus ideas.

Sobre innovaciones, los Rolling Stones no innovan hace años y nadie se queja, se trata de un estilo que tienen, y no puedo hablar de innovación en un grupo con solo dos discos lanzados, hay que ver qué nos trae el nuevo CD antes de criticar al grupo como "siempre más de lo mismo", no?

Tu misma dijiste que no había nada interesante en el Top 10 de Estados Unidos, ahora que un grupo que hace música de calidad logra entrar en esa lista lo criticas? No te entiendo.

Que tal comentar el nuevo de Audioslave y el de Foo Fighters, y también el de Oasis, que es el mejor de ellos en años?

Saludos desde Uruguay de Juan Manuel Terra

p.d.: cuando tendremos tu columna cada 15 días?

Resposta 

Vamos lá. Por partes.

Primeiramente, vamos deixar algumas coisas claras aqui... a coluna fala muito sobre música, mas não está voltada somente a isso. Quando algo como o miguxês começa a se tornar preocupante, sinto-me livre o bastante para falar a respeito. Não sei como é no seu país, mas as coisas aqui são bastante complicadas quando falamos de educação, sabe? E acho que sim, é meu papel aporrinhar adolescentes que façam mau uso do português.

Pronto.

Não vejo nada de muito interessante no Coldplay. Vejo que foram eleitos para serem interessantes. Nada do que fizeram até agora se sobressai, sob o meu ponto de vista. É claramente um caso de "a mídia não tem o que falar, então vamos fazer o Coldplay virar assunto".

Claro que não são eles que comparam "Hey Jude" com "Speed of Sound"... não são loucos o suficiente, tampouco têm atitude o suficiente. E aqui já mato dois coelhos. Ter atitude significa ser sincero, admitir seu lado "malvado", ser um Bono Vox da vida, meter-se em política, na sociedade, vez ou outra dizer que não, nem tudo vai bem.

Agora, convenhamos, eles não devem ter ficado tristes com a comparação... quem ficou fui eu, que não sou palhaça da mídia.

Rolling Stones? Eles são a base de muito do que é feito até hoje... tenho artistas mais importantes pra criticar antes deles.

Volto a dizer: não tenho nada muito contra a qualidade artística do Coldplay. Até acho que eles tenham coisas interessantes, mas daí a comemorar como se fosse a salvação do mundo a sua inclusão no panteão dos "deuses" da Billboard é demais pra mim.

Quanto às críticas dos CDs, fique esperto porque desses álbuns aí já estão no ar!! É na seção Novidades Musicais, olha:

A coluna não deve ser quinzenal tão já... ando muito atarefada, sabe?

Até!

Luciana

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