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Paul McCartney: Back in the US - O CD e o DVD

Paul McCartney: Back in the US - O CD e o DVD

AN
30.12.2002, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H13

A turnê Driving USA, realizada entre setembro e outubro de 2002, fez Paul McCartney reencontrar-se com o público americano de maneira grandiosa. Como há muito tempo não fazia, Sir Macca embarcou numa extensa temporada de shows e realizou uma retrospectiva de seus mais de quarenta anos de carreira, sem deixar de lado canções recentes como Vanilla sky e Freedom.

A POLÊMICA

O lançamento do álbum da turnê veio acompanhado de muita polêmica por um detalhe: pela primeira vez, os créditos das músicas dos Beatles aparecem invertidos, com o nome de Paul vindo antes do de John Lennon. Tal fato causou revolta em muita gente (veja a opinião do nosso colunista Daigoro aqui), pois Paul já havia manifestado antes o desejo de fazer isso, mas sempre fora impedido, ora pela viúva Yoko Ono, ora por seus ex-colegas Ringo e George.

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Desta vez, porém, não teve jeito e Paul colocou mesmo seu nome em primeiro lugar nos créditos da parceria com Lennon. Na verdade, as músicas incluídas no repertório foram compostas por ele sozinho, mas um acordo que havia firmado com John no início de carreira rezava que todas as músicas que compusessem dentro da banda teriam o crédito Lennon-McCartney e ambos dividiriam os direitos autorais. No fim, as músicas escritas em separado por um ou pelo outro ficaram mais numerosas do que as compostas realmente em dupla. Nessa briga toda, nunca se cogitou separar os royalties, mas sim fazer justiça à cabeça principal de cada música. Como o nome de John sempre vinha primeiro, mesmo que nada tivesse feito na música, coube a Paul posar de vilão egocêntrico em busca de um maior reconhecimento autoral.

A canção Yesterday é um caso emblemático dessa disputa de egos, pois John já havia declarado que não gostava da música e que ela nada tinha a ver com ele, sendo resultado apenas do trabalho de Paul. Mesmo assim, a tão pedida mudança de ordem nos créditos causou revolta em muitos fãs mais puristas que não viram motivo para a crise de auto-estima do lendário baixista.

Hoje em dia, julgar e atirar tomates em Paul é fácil, mas ninguém estava lá quando ele e John compuseram as músicas e fizeram o tal acordo. E ninguém sabe qual seria a reação de John hoje em dia caso estivesse vivo e ouvisse o pedido de Paul. Ele poderia nem ligar e autorizar tudo numa boa. Ou não. Mas bem que Paul poderia ter passado sem essa...

Polêmicas à parte, as versões em DVD e CD de Back in the US fazem jus a um dos maiores nomes da História do rock e da música pop. Vamos a eles:

CD

O álbum duplo da turnê Driving USA faz um apanhado geral de algumas das melhores canções de Paul, tanto com os Beatles quanto de sua carreira solo. No total, 35 músicas foram incluídas, sendo que algumas ficaram de fora do DVD. Nostalgia à parte, é interessante notar que as faixas compostas recentemente não fazem feio perto das obras consagradas, mostrando que a inspiração do astro resiste ao tempo.

Acompanhado por uma competente banda formada por Rusty Anderson (guitarra, vocais), Abe Laboriel Jr. (bateria, percussão e vocais), Brian Ray (guitarra, baixo e vocais) e o habitual colaborador Paul Wickens (teclados, vocais, acordeon e programação eletrônica), o velho Macca desfila vários clássicos. Músico versátil, ele fica se alternando no baixo, violão, guitarra, piano e até cavaquinho, com o qual interpreta sua versão para Something, obra-prima de George Harrison. Em várias faixas, Paul conduz o show sozinho ao violão, mostrando que tem o público nas mãos.

Paul McCartney - Back in the US

CD: Back in the US
Paul McCartney
Capitol Records


DVD

A versão DVD de Back in the US apresenta 31 faixas (nem todas as do CD foram incluídas no vídeo) tiradas direto da turnê e alguns extras bem interessantes.

Diversas celebridades aparecem discretamente no meio da platéia, como Michael Douglas, Jack Nicholson e Tom Cruise. No show, perdem-se na multidão, sendo apenas pontos a mais no meio do povo que assistia à apresentação. Trechos rápidos de sua última aparição no programa de Jay Leno também foram incluídos, bem como cenas das viagens, do cotidiano e vários ensaios.

Também é interessante notar que, além do público de meia-idade que era de se esperar em um show de um ex-Beatle, diversos jovens e adolescentes são mostrados na platéia, caracterizando já uma terceira geração de fãs. É comum pessoas aparecerem chorando, seja sensibilizadas pelas canções, seja pela pura emoção de estar lá perante uma lenda viva da música. Diversos depoimentos também são mostrados, tanto de Paul e sua banda como de pessoas envolvidas com a produção da turnê. Para o público que não entende bem inglês, legendas seriam bem-vindas neste lançamento para o mercado brasileiro.

Entre as faixas-bônus com canções tocadas por Paul nos ensaios, está a bela Midnight special (incluída apenas no vídeo), do conjunto Creedence Clearwater Revival, outro ícone dos anos 60.

Entre o DVD e o CD, ao menos um deslize de Paul foi corrigido: no show gravado para o DVD, ele escorrega duas vezes (com direito a caretas) no começo de The long and winding road. Já no álbum, uma performance de outro dia da turnê foi incluída, para não desapontar ninguém. Mas é até engraçado ver ele errar e perceber de imediato na versão do DVD. Paul, com seus erros e acertos, é humano e nunca se importou em que as pessoas vissem seus defeitos.

A direção e edição de imagens é muito boa, com tomadas de bastidores, da platéia e algumas imagens de arquivo dos anos 60. Se você quer um registro definitivo de Sir Paul McCartney em ação e ainda em grande forma, este DVD é item obrigatório.

O DVD também dá acesso a um site restrito para o fã acessar.

DVD: Back in the US
Paul McCartney

Direção: Mark Haefeli

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