Oitavo Porão do Rock foi o melhor de todos
Oitavo Porão do Rock foi o melhor de todos
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![]() Pato Fu |
![]() Massacration |
![]() Supla |
Terminou por volta das 3 horas da madrugada desta segunda-feira, em Brasília, o oitavo Festival Porão do Rock, muito provavelmente a melhor de todas as edições. O salto de qualidade foi possível com a nova organização, redução dos atrasos e, principalmente, equilíbrio das atrações, que se nivelaram por cima.
Tirando alguns shows abaixo da média, como Violins e Astronautas, a maioria das bandas conseguiu esquentar os milhares de fãs de rocknroll que enfrentaram três noites frias no estacionamento do estádio Mané Garrincha. E põe frio nisso! Principalmente no sábado, que teve temperaturas na casa dos 13ºC. Com um vento cortante, valia de tudo para aumentar a temperatura, incluindo cobertor, fogueira, abraço, muita bebida e até barraca de acampamento.
O trânsito esteve mais organizado este ano, assim como a venda de ingressos e o acesso à entrada. Melhorou também a disposição das tendas e do camarote. Claro que nem tudo é perfeito. Esqueceram, por exemplo, de colocar no ingresso que a doação de alimentos na verdade não era doação, mas sim obrigação. Muita gente foi barrada e acabou comprando alimento não perecível ali na porta mesmo, desembolsando R$ 2 por quilo. Houve bastante reclamação.
Números superlativos
Pela primeira vez o Porão dividiu-se em três noites. A mudança garantiu um incremento nas estatísticas. O público total foi estimado em 100 mil pessoas, que haviam entregado cerca de 80 toneladas de alimentos até o começo da noite de domingo.
Nos dois palcos, intercalados por três telões, se apresentaram 35 bandas. Na sexta-feira, o Massacration, revelado no humorístico trash Hermes e Renato, levou a galera às gargalhadas com uma performance cômica, sem descuidar da musicalidade. O Ratos de Porão, principal nome da noite, caprichou no punk hardcore, deixando uma ótima lembrança para os presentes.
O festival foi crescendo dia a dia. No sábado, a vocalista da banda paulista Luxúria, Marjorie Stock, teve uma atuação provocante no palco, mostrou sua calcinha vermelha e garantiu apoio da platéia masculina. Já a Plebe Rude fez um show enérgico. Com a entrada de Clemente na banda, parece até que Philippe Seabra voltou a acreditar no rock dos anos 80. Ou pelo menos fingiu muito bem.
Os paranaenses do Pelebrói Não Sei estrearam em grande estilo no festival apresentando um punk clássico, estilo Ramones, contando ainda com a irreverência do vocalista Dee Diedrich. A carioca F.U.R.T.O., do ex-Rappa Marcelo Yuka, embalou mais pelas críticas políticas do que pela música. Principal atração da noite, a baiana Pitty não decepcionou com seus hits de FM.
No domingo, o nível continuou crescendo. O Pato Fu levantou o público no começo daquela que seria a melhor noite do festival. Um show descontraído e interativo, com boa resposta. Mais tarde, o Los Hermanos ofereceu um feijão-com-arroz. Correto, mas sem grande entusiasmo. Talvez o som mal ajustado tenha comprometido a atuação.
Então sobrou para o Barão Vermelho puxar a qualidade para cima de novo. Frejat e Cia. conquistaram a condição de melhor performance de todo o festival. Desfilando todos os hits, mostraram à nova geração como é que se comportam roqueiros. Simpáticos e enérgicos, os integrantes do Barão botaram todo mundo para pular e cantar junto.
Coube aos brasilienses do Móveis Coloniais de Acaju não deixar a peteca cair. E conseguiram. Foram os engraçadinhos da última noite, trazendo ao evento um ska/rock de primeira qualidade, além de um carisma contagiante. Os dez membros da banda não pararam de se mexer um segundo sequer no palco, acompanhados pela platéia.
Para encerrar: Supla. Superado o trauma da pedrada no baterista, episódio ocorrido na edição de 2004, desta vez a banda conseguiu movimentar os cerca de 5 mil sobreviventes da maratona de três dias de rock. Certamente daqui um ano o público já estará recuperado para mais um Porão.



