Música

Artigo

O show do Status Quo no Brasil

O show do Status Quo no Brasil

20.02.2003, às 00H00.
Atualizada em 22.11.2016, ÀS 01H09

O primeiro álbum, de agosto de 1968

O CD mais recente, lançado em setembro de 2002

Ricky Parfitt e Francis Rossi em um dos shows da turnê do novo álbum

Pela primeira vez no Brasil, o Status Quo subiu no palco. Na zona sul paulistana, o Credicard Hall acolheu a banda.

Na entrada, via-se um grande número de homens e mulheres que, certamente, já eram crescidinhos quando Pictures of matchstick man tocou nas rádios brasileiras. No entanto, é triste dizer, o afluxo de público não era dos maiores. Sorte de quem se deslocou para a casa de espetáculos.

O rock demorou para rolar. A banda atrasou uns quarenta minutos para entrar no palco. Um playback anunciou a entrada e os acordes da mais conhecida canção da banda em ‘terra brasilis’ (vocês entenderão a razão da insistência): Pictures of matchstick man. Os cinco integrantes de maneira delicada e humilde atravessaram a barreira dos amplificadores, bateria e teclados. E tascaram um magnífico rock’n roll sem nenhuma frescura. Um grande show para aqueles que sabem apreciar a arte que a simplicidade transporta.

A comunicação com a platéia foi imediata. Os dois guitarristas e membros fundadores da banda, Ricky Parfitt e Francis Rossi, deixaram claro a razão de despontarem há 35 anos entre os músicos populares. A guitarra-base de Parfitt é bastante ágil e confere o som que caracteriza a banda: um rock rápido, melodioso, agradável, dançável (a platéia deixou claro este traço, levantando-se de suas poltronas e cadeiras durante toda a apresentação); Rossi era quem arriscava os solos, sempre parcimoniosos e inteiramente despreocupados em demonstrar virtuosismo. De pleno acordo com o rock’n roll limpo que a banda apresentou.

Se não criticar é, inevitavelmente, mentira. Faço algumas. A primeira delas é a acústica da sala de espetáculos. E, é verdade, a sala produz um eco que se não atrapalha em nada o rock, entende-se a contrariedade de João Gilberto. A segunda crítica é a deficiente equalização do som da bateria. Os pratos soavam chochos e o bumbo da bateria não se ouvia claramente mesmo com Matt, o baterista, trocando de maneira muito precisa.

Contudo, nada disso interferiu no ânimo da platéia e no bem estar de quem lá estava presente.

O maior protesto fica para a banda que não tocou Pictures of matchstick man e, de resto, deu pouca atenção à sua fase psicodélica. Tocaram apenas Gerdundula, um ponto alto do show. O bis foi espetacular. Um meddley, um pout-pourri, de rocks clássicos. De Let’s dance a Great balls of fire, passando por Johnny B. Goode. Mas, não ouvi Pictures of matchstick man. E faltou Antique Angeline.

Mesmo assim, foi muito bom estar presente e testemunhar a sobrevivência do Paleozóico.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.