Depois
de um ano inativo devido a uma ordem judicial que proibia seu funcionamento,
o Napster - site que foi pivô da briga das grandes gravadoras
contra a troca gratuita de MP3 por parte de internautas - anunciou que fechará
suas portas. A empresa, que recusou uma oferta de compra de 30 milhões de
dólares proveniente do grupo alemão Bertelsmann, demitiu seu presidente,
Konrad Hilbers, esta semana. Com a renúncia do criador do Napster e diretor-técnico,
Shawn Fanning, somada à saída de demais dirigentes, o site pedirá
a um tribunal autorização para liquidar seus ativos e encerrar suas atividades.
Criado por Shawn Fanning, o Napster foi o primeiro programa a permitir trocas de MP3 sem emprego de um servidor, uma vez que as músicas ficavam gravadas nos drives dos usuários e eram copiados de um para o outro livremente.
No auge de sua popularidade, o Napster chegou a ter 70 milhões de usuários cadastrados. Foi quando chamou a atenção das grandes gravadoras que, lideradas pelo Metallica, entraram com um processo contra o site, exigindo o pagamento de direitos autorais pelos arquivos compartilhados por seus usuários. A coisa virou uma bola de neve quando outras gravadoras e bandas dos mais diversos estilos também entraram na briga. Depois de mais de um ano, a Justiça decidiu em favor das bandas, o que prova que não é só no Brasil que vale a lei da corda sempre arrebentar do lado mais fraco. O Napster, então, foi impedido de realizar suas atividades até encontrar uma forma de garantir que direitos autorais fossem pagos.
Houve diversas alternativas para manter o site funcionando: desde inserir um comando na MP3 que destruísse o arquivo depois de 24 horas do download até cobrar uma taxa fixa por cada música trocada via Napster. Nenhuma delas pegou e o Napster decidiu instalar filtros para bloquear o acesso a músicas protegidas por direitos autorais - algo semelhante ao usado pelo Audio Galaxy - e promover um serviço de assinaturas. No entanto, como as gravadoras impossibilitaram acesso às suas listas de músicas e artistas, a página optou por encerrar as atividades. Não que isso tenha adiantado muito. Afinal, há vários filhos do Napster por aí: Morpheus, Kazaa, IMesh, WinMX, Audio Galaxy, todos realizando a troca de MP3 e arquivos de vídeo com quase que a mesma estrutura desenvolvida pelo pioneiro. A diferença, no entanto, é que alguns desses programas usam filtros e protegem determinadas músicas.
A pergunta que fica no ar é: depois de levar o Napster à falência, qual será o próximo alvo do Metallica e das grandes gravadoras?
A questão do MP3 será analisada de forma mais profunda em um próximo artigo aqui mesmo no Omelete. Fique ligado. :-)
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