Frank Ocean | Em rara entrevista, músico fala sobre Blonde, sua ex-gravadora e Grammy
Artista comentou sobre o processo de criação de novo álbum
Frank Ocean não é uma pessoa de muitas palavras. Reservado e misterioso, o músico raramente é entrevistado, mas abriu uma exceção para o The New York Times nesta terça-feira (15). Na conversa, Ocean falou sobre o processo de criação de seu álbum Blonde e também explicou por que não enviou material para concorrer ao Grammy.
Após o lançamento de Channel Orange, de 2012, Frank morou em Londres, onde chegou a gravar em diversos estúdios. O famoso Abbey Road foi um deles. Já em Nova York, o cantor esteve no Eletric Lady, mas passou por um bloqueio criativo após tirar uma folga. “Eu encarava os monitores e não conseguia criar nada, ou nada que eu gostasse”, explicou.
Depois que este momento passou, o músico decidiu que tanto o álbum Blonde como o disco visual Endless seriam mais autobiográficos que o anterior. “São apenas acordes, apenas melodias. Eu não sei qual combinação destes fatores irá me fazer sentir como eu preciso sentir. Mas eu sei precisamente qual sentimento que precisa acontecer”, contou.
Ocean falou também sobre como se desvinculou da Def Jam, com quem tinha contrato desde 2009, e trocou toda sua equipe pessoal. O acordo feito com a gravadora é que eles iriam lançar Endless, enquanto o álbum Blonde foi lançado independentemente por Frank, logo em seguida.
E, finalmente, Ocean explicou o motivo por não ter enviado o material de Blonde para concorrer ao próximo Grammy – prêmio que ele inclusive já ganhou em 2013. Segundo ele, a instituição não representa fielmente artistas como ele e cita que poucos músicos negros ganharam o prêmio de “Álbum do Ano” desde que ele nasceu, como Quincy Jones e Ray Charles. “Eu acho que a infraestrutura do sistema de premiação e do sistema de indicação e do sistema de triagem é datada”.