Fatboy Slim no Brasil: para dançar na praia

Parecendo um pouco desiludido com a fase atual pela qual passa a música eletrônica européia, Norman Cook - conhecido como DJ Fatboy Slim - iniciou sua segunda passagem pelo Brasil disposto a apagar a primeira, que aconteceu durante o Free Jazz Festival, em 2001. "Havia acabado de chegar da Argentina e tudo foi corrido demais. Fiquei muito pouco tempo em terra firme e isso, é claro, acabou prejudicando minhas apresentações", disse em entrevista a imprensa na última quinta-feira. Comecei a tocar muito tarde e estava cansado demais, mas agora, isso não vai acontecer, garante.

O DJ, um dos precursores do big beat, se apresenta neste domingo, fechando o Big Beach Brasil, dentro do Nokia Trends, encerrando as comemorações do aniversário do Rio de Janeiro. O show, que segue o mesmo estilo do evento quase homônimo que aconteceu ano passado em Brighton, na Inglaterra, terá ainda a participação dos DJs Marky e Patife. A festa acontece na Praia do Flamengo, a partir das 16h30 e a entrada é gratuita. "Acho que a praia para os brasileiros funciona da mesma forma que os pubs para os ingleses. Por isso, acho que tem tudo a ver esse tipo de espetáculo aqui", disse o britânico.

Segundo ele, que é conhecido por não gostar de incluir em seu setlist apenas os remixes mais conhecidos, o repertório ainda não foi definido. "Só decido o que vou tocar na hora do show", garante. Mas opções não vão faltar. O DJ trouxe duas caixas de discos para escolher. A única coisa que topou adiantar foi que haverá uma homenagem especial à cidade maravilhosa. "Fiz uma surpresa para o público e provavelmente será uma música que só tocarei uma única vez na minha vida ou então, se voltar aqui uma outra vez".

Sobre a escolha de Marky e Patife como "parceiros" no evento, Cook, que recebe uma dezena de novo discos por dia em sua gravadora, diz que sabe da importância do trabalho de ambos no Brasil. "Não queria DJs que só tivessem projeção na Europa". Fatboy garante ainda que não costuma passar horas na internet garimpando novos sons. "Meu computador é tão velho que nem está conectado à Rede. Sei que mais cedo ou mais tarde, isso será inevitável, afinal, acho mesmo que o futuro da música está na internet. Mas enquanto puder evitar, prefiro receber as coisas da gravadora ou então, não conseguiria fazer mais nada na vida a não ser estar na frente de um computador".

Para ele, a música eletrônica não vive seus melhores dias, mas não acredita no discurso de quem diz que ela está com seu tempo contado. "Sempre haverá gente querendo se divertir e dançar. O que acontece é que as vezes, a coisa acaba ficando pop demais e isso atrapalha um pouco. É só uma questão de readaptação", afirma o DJ, que aposta na seleção matula. "Eu, assim como o Chemical Brothers e outros, começamos fazendo big beat mas depois de algum tempo, percebemos que com a divulgação ostensiva da imprensa, todo mundo passou a fazer a mesma coisa e nós paramos. Queríamos alguma coisa diferente e é assim que vai continuar funcionando".

O evento

Para os paulistanos que não poderão assistir ao show, duas boas notícias. Na verdade, a primeira, vale para o Brasil todo. O show será transmitido pela rede Jovem Pan de rádio e ganhará especial na MTV no próximo dia 27. A segunda é que em setembro, o Nokia Trends chegará a São Paulo trazendo o Sonar Sound, um dos eventos mais bacanas que acontece na Espanha. Além de música, contará também com arte, workshops, palestras e um monte de outras atrações. As bandas nacionais que tiverem interesse em participar devem entrar no site oficial www.nokiatrends.com.br e ver o regulamento. A curadoria terá início em breve.