Entrevista: Placebo
Entrevista: Placebo
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Donos de uma discografia impecável, os integrantes do Placebo creditam à sorte parte do seu sucesso. Deixando a modéstia de lado em nome dos músicos, é inegável que se não fosse o talento do trio (Steve Hewitt - bateria, Stefan Olsdal - baixo, Brian Molko - guitarra e vocais) em reunir características únicas com letras altamente inteligentes, uma das vozes mais belas já surgidas no rock´n´roll e riffs de guitarra irresistíveis, eles não causariam o furor que vêm causando em sua passagem pela América do Sul, tampouco seriam detentores da marca de mais de 5 milhões de álbuns vendidos.
O repertório dos shows por aqui, que começaram com a apresentação da banda no Abril pro Rock no último dia 15, está basicamente concentrado em sucessos, já que a miniturnê divulga o último lançamento do trio, Once More With Feeling, coletânea de singles lançados de 1996 a 2004.
Confira abaixo a entrevista exclusiva com o Placebo concedida no dia 13 de abril, em São Paulo. E, se quiser, ouça os próprios músicos respondendo clicando ao lado das perguntas.
Essa é a primeira vez de vocês na América do Sul? (resposta em áudio: 10s)
Brian Molko - Sim, nós estivemos no México antes, mas é a primeira vez que tocamos na América do Sul. É o único continente onde não havíamos tocado.
Como foram os shows no Chile, México e Argentina? (resposta em áudio: 6s)
Brian Molko - Os shows no Chile, na Argentina e no México foram maravilhosos.
O que vocês esperam dos shows no Brasil? Vão tocar o mesmo repertório que tocaram nos outros países? (resposta em áudio: 17s)
Brian Molko - Nós vamos tocar a maioria dos singles. Vamos nos concentrar neles. Mas algumas versões nós quisemos mudar, algumas são músicas muito velhas e nós estamos tentando deixá-las mais modernas.
Vocês têm dez anos de carreira como banda. O que os mantém unidos? (resposta em áudio: 10s)
Brian Molko - Acho que sempre trabalhamos no mesmo ritmo, com o mesmo objetivo, e tem a ver com o fato de você acordar todos os dias e descobrir quão sortudo você é...
Vocês são contra ou a favor da troca de músicas pela Internet? (resposta em áudio: 48s)
Brian Molko - É um debate muito complexo, gastaríamos um tempão para discutir isso. Do ponto de vista do músico há uma declaração muito simples e direta para as pessoas que consomem música, seja comprando música ou baixando pela Internet de graça. Do meu ponto de vista é muito simples: se você não quer comprar as músicas das suas bandas favoritas e suas bandas favoritas não podem comer, ter suas casas e manter seus filhos na escola, suas bandas favoritas terão que procurar outro emprego. Suas bandas favoritas não vão mais existir e você vai ficar com Pop Idols e American Idols, e aí isso será sua culpa.
Mas a Internet não ajudou o Placebo a vender CDs? (resposta em áudio: 41s)
Brian Molko - Eu não sei, isso é parte do debate. Na verdade, as vendas de CDs ou a queda na venda de CDs é algo que envolve toda a indústria. Nós somos uma banda há dez anos e sortudos por termos vendido CDs. Mas imagine o que é ser uma banda nova. A melhor coisa que você faz é tocar música e você quer viver disso, mas você não pode porque ninguém vai comprar o seu disco, pois eles o terão de graça. Você vai ter que arranjar outro emprego e toda a música vai acabar sofrendo.
Que bandas vocês têm prestado atenção? Quais as influências do Placebo? (resposta em áudio: 33s)
Steve Hewitt - Nossas influências estão ao nosso redor, estamos sempre procurando por nova música. Nós adoramos Franz Ferdinand, Queens of The Stone Age... estamos sempre com fome de música, o tempo todo.
Stefan Olsdal - Uma vez que a gente entra no estúdio, tentamos deixar qualquer outra música do lado de fora, e tentamos criar e gravar no vácuo. É o jeito mais puro, a maneira mais pura de criarmos o nosso som.
O que vocês sabem sobre música ou bandas brasileiras? (resposta em áudio: 11s)
Brian Molko - Vamos descobrir nessa turnê muitas bandas novas brasileiras.
Steve Hewitt - Nós queremos muito descobri-las, exploração é o nome do jogo nessa turnê.
Sempre houve muita especulação sobre a vinda da banda ao Brasil, sempre no próximo ano, no próximo semestre, e acabou demorando dez anos... Era verdade? (resposta em áudio: 09s)
Brian Molko - Peço desculpas por isso. Tentamos chegar o mais rápido possível, por isso cancelamos nossas férias para vir até aqui.
Em sua turnê mais recente, os Pixies gravaram seus shows e os venderam no final das apresentações. Qual a sua opinião sobre isso? (resposta em áudio: 41s)
Brian Molko - Se você tiver certeza, se não tiver cometido muitos erros durante o show, é uma boa idéia, mas se você cometeu erros ou teve problemas técnicos... Como banda você pode não gostar, seria ruim se você tivesse tomado essa decisão, de vender a apresentação. Como souvenir para os fãs é algo bom, muito legal, mas há um risco caso sua guitarra exploda.
O Omelete agradece à Rádio Mix (www.mixfm.com.br) pela concessão da entrevista.


