Entenda a polêmica do show do Maroon 5 no Super Bowl

Créditos da imagem: Maroon 5/Reprodução

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Entenda a polêmica do show do Maroon 5 no Super Bowl

Banda se apresenta no intervalo do jogo no próximo domingo, dia 3

01.02.2019, às 12H30.

Quando o Maroon 5 foi anunciado para o show de intervalo do Super Bowl, muita gente virou a cara para a banda. Apesar de grandes hits que datam desde o começo dos anos 2000, o grupo de Adam Levine sofreu críticas de alguns lados por ter aceitado o convite da NFL quando diversos artistas o recusaram por uma polêmica antiga.

A história vem de 2016, quando o jogador do San Francisco 49ers, Colin Kaepernick, resolveu se ajoelhar durante a performance do hino nacional americano. Depois de diversas críticas de que o jogador estava sendo desrespeitoso, em uma entrevista ao NFL Media, Kaepernick explicou: "Eu não vou me levantar e mostrar apoio à bandeira e a um país que oprime pessoas negras e outras raças. Pra mim, isto é maior que futebol, e seria egoísta da minha parte olhar para o outro lado. Existem corpos nas ruas e pessoas que recebem licenças e se safam de assassinatos".

Sua manifestação contra violência policial e em apoio ao movimento Black Lives Matter se propagou, e diversos jogadores passaram a protestar antes dos jogos, gerando críticas do presidente Donald Trump, que chegou a fazer um apelo pela demissão dos jogadores. Isto não impediu os protestos, mas desde 2017, quando o contrato de Kaepernick expirou, o quarterback não foi recontratado pelo 49’s, e continua sem time até hoje. 

Então, quando o Super Bowl começou a programar os eventos de 2019, especulações surgiram de que Cardi BRihanna e Jay-Z teriam se recusado a se apresentar, em solidariedade a Kaepernick. Rihanna não se declarou publicamente, mas fontes próximas declararam à US Weekly: "Eles ofereceram a chance, mas ela se recusou por causa da controvérsia do ajoelhamento. Ela não concorda com a posição da NFL".

E então, no início de janeiro, o Maroon 5 foi anunciado como o show do intervalo, com participações do Big Boi, do Outkast, e Travis Scott. O rapper, que de cara foi criticado pela confirmação, se pronunciou rapidamente: "Eu apoio qualquer um que se manifesta pelo que acredita. Eu sei que, por ser um artista, inspirar as pessoas está em meu poder. Então antes de confirmar a performance, eu me certifiquei de uma parceria com a NFL, para uma doação". Em parceria com a instituição, o músico doou RS$ 500 mil reais para a fundação Dream Corps, que luta por justiça social. 

Na última semana, o Maroon 5 também anunciou uma doação, na mesma quantia, para a Big Brothers Big Sisters of America, instituição que ajuda crianças dos Estados Unidos. Mas ao mesmo tempo, a tradicional coletiva de imprensa do Super Bowl, com a banda responsável pelo show do intervalo, foi anunciada como cancelada. A justificativa seria de que o Maroon 5 deixaria o "show falar por si só". 

Enquanto petições online pedem pelo cancelamento da performance - inclusive, uma no site Change.org, já superou 110 mil assinaturas - o Maroon 5 falou muito pouco, pronunciando-se apenas hoje, dia 1º, dois dias antes do show. "Ninguém pensou mais sobre isso do que eu. Eu falei com muita gente, e mais importantemente, eu silenciei todo o barulho e escutei a mim mesmo, fazendo a decisão baseado no que eu sinto", disse Adam Levine. "O trabalho da minha vida e o que eu coloco no universo tem sido positivo, e eu espero que inspirador. Então o que eu posso dizer é que vamos fazer o que sempre fizemos, sem nos tornar pessoas políticas e continuando a utilizar a nossa voz do jeito que sabemos usar". 

Com isso, é de se esperar que o Maroon 5 faça o seu show tradicional no próximo domingo. Mas o palco é deles, e tudo pode acontecer. 

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