Edguy ao vivo no Rio de Janeiro
Edguy ao vivo no Rio de Janeiro
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![]() Tobias Sammet |
![]() Tobias Sammet |
![]() Jens Ludwig |
![]() Tobias Exxel |
![]() Tobias Sammet Fotos: Gabriela Magnani |
Depois de já ter feitos shows em São Paulo em 2002 e 2004, finalmente o Edguy, uma das melhores bandas do heavy metal melódico da atualidade, aportou no Rio de Janeiro. A explicação para a demora de se fazer uma apresentação ao vivo na Cidade Maravilhosa talvez resida nas poucas mais de mil pessoas presentes no Claro Hall. Realmente o Rio de Janeiro não leva jeito para atrair multidões para shows. A cidade só consegue ser sucesso de público com grandes eventos no estilo do Rock in Rio e TIM Festival. Mas muito mais por ser um grande evento do que pelas atrações em si.
Na noite anterior eles haviam tocado na capital paulista para mais de 3 mil fãs, show que foi filmado e vai virar o primeiro DVD ao vivo. Como no Rio de Janeiro o público não compareceu como se esperava, a banda cortou três músicas em relação ao setlist divulgado antes do início da apresentação. Mas isso não significa que o concerto tenha sido ruim. Pelo contrário. Edguy fez um ótimo show que levou ao êxtase os presentes. Foram 70 minutos de boa música e muita presença de palco do cantor e líder da banda, Tobias Sammet. O cara correu, pulou, subiu nos amplificadores Marshall e conversou com o público, demonstrando bastante simpatia e bom humor. Além disso, ele provou que tem um gogó invejável, que lembra em potência os excelentes Bruce Dickinson (Iron Maiden) e Geoff Tate (Queensryche). O comportamento e o talento do resto da banda alemã acompanha na mesma levada, mesmo sem ter virtuosos em seu grupo. O fato é que o baixista Tobias Exxel, o baterista Felix Bohnke e os guitarristas Jens Ludwig e Dirk Sauer funcionam muito bem em conjunto.
Quem aqueceu a platéia foi a banda gaúcha Scelerata. Meia hora depois, com os acordes de "Catch of the century", o Edguy iniciou seu espetáculo. Em seguida veio a ótima "Sacrifice", uma música de 8 minutos que muda de ritmo diversas vezes e que tem nos poderosos solos de guitarra, bateria de pedal duplo, vocais em tons altíssimos e nos corais sua excelência. Por sinal, esse é o estilo do Edguy. Para quem não entende, pode soar mais uma banda de power metal ou heavy metal melódico. Mas não é só isso. Desde o sexto disco, Hellfire Club, a banda vem flertando com o hard rock oitentista. Agora, em Rocket Ride se percebe ainda mais esse flerte.
Ao final de "Sacrifice" alguém da platéia atirou uma bandeira do Brasil. Tobias aproveitou para declarar seu amor por nossa pátria amada. E levando em consideração a ligação da banda com o país, tudo soou bem verdadeiro, sem parecer piegas ou clichê. Em "Babylon", ele aproveitou para dividir a platéia para ver quem gritava mais alto. Foi correspondido. Mas o ponto alto foi em "Vain glory opera", quando todos os presentes passaram a pular loucamente e berrar a letra da música.
Após "Fucking with fire", veio um solo do baterista Felix Bohnke. Convenhamos, esses solos costumam ser um prazer para os amantes do instrumento ou da banda, para o resto uma tremenda chatice. Mas não foi o que aconteceu aqui. No meio da quebradeira escutamos a respiração de Darth Vader. Depois de usar um diálogo protagonizado pelo vilão de ficção científica mais famoso do cinema, os acordes da "Marcha imperial" invadiram de supetão o Claro Hall e Felix aproveitou para solar em cima do tema, para o delírio dos presentes. Logo depois a banda toda voltou ao palco e mandou "Superheroes" dando um tempero maior ao clima fantástico.
Depois da catarse, Tobias acalmou os ânimos com a balada "Save me". A galera participou com os displays coloridos de seus celulares. Quando o tom parecia que ia descambar para o romântico, a poderosa "Tears of a Mandrake" estourou nas caixas de som. Foi a deixa para a banda se despedir.
Aos gritos do nome do grupo pelo o público, o Edguy retornou ao palco. Antes de cantar "Avantasia", perguntou se no Brasil existia algum reality show no estilo "American Idol" e aproveitou para criticar: "Programas que mostram pessoas que sabem dançar, cantar, mas que não pensam. Não conseguem escrever uma música. Fazem um enorme sucesso durante 3 meses e somem. Bem diferente do Iron Maiden que já está ai há mais de 30 anos." É óbvio que o pessoal respondeu com um corinho de "Maiden". Depois da avassaladora "Avantasia", ele perguntou se podia cantar uma música da Britney Spears. A resposta foi uma série de expressões não publicáveis. Tobias aproveitou para anunciar "King of fools". Ao final, a banda se juntou para agradecer, prometendo voltar daqui a dois anos.
O segundo bis programado não aconteceu e as músicas "Mysteria", "Out of control" e uma esperada surpresa não foram tocadas. A platéia pareceu não se importar com a pouca duração do espetáculo, já que um estande com camisas da banda vendeu tudo em minutos. Quem sabe no próximo show, a banda ganhe em número um público correspondente à sua ótima apresentação.
Setlist:
- Intro
- "Catch of the century" (Rocket Ride)
- "Sacrifice" (Rocket Ride)
- "Babylon" (Theater of Salvation)
- "Lavatory love machine" (Hellfire Club)
- "Vain glory opera" (Vain Glory Opera)
- "Land of the miracle" (Theater of Salvation)
- "Fucking with fire" (Rocket Ride)
- Solo de bateria
- "Superheroes" (Rocket Ride)
- "Save me" (Rocket Ride)
- "Tears of a Mandrake" (Mandrake)
- "Avantasia" (Avantasia)
- "King of fools" (Hellfire Club)





