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Música
Crítica

Wolfmother - Victorious | Crítica

"Sozinho", Andrew Stockdale segura a onda em disco sobrecarregado de efeitos

FC
03.03.2016, às 17H21.
Atualizada em 18.12.2016, ÀS 07H08

Mudanças de formação sempre afetam bandas de rock. Mesmo que a banda se transforme para melhor, o momento da saída de alguém é sempre marcante. O Wolfmother conhece de perto essa história e agora, com a chegada de Victorious, a banda se agarra nas forças de Andrew Stockdale, o único membro da formação original.

No disco novo, ele toca todas as guitarras e baixos. É uma responsa ter que dar conta de dois instrumentos e segurar a onda num período de mudanças, e ele mantém com talento a sonoridade hard rock da banda. A produção do lendário Brendan O'Brien traz uma camada de peso extra para o som, mesmo sendo exagerada em alguns momentos.

Como nos outros discos do Wolfmother, as influências estão claramente expostas em cada faixa: "Blue Cheer" é Deep Purple, Led Zeppelin Black Sabbath (só pra citar algumas). Em alguns momentos você é capaz de fechar o olho e ouvir a voz de Ozzy Osbourne, numa linha tênue entre a admiração e a quase pagação de pau.

Mas o Wolfmother é uma banda competente e o que se escuta é, claro, a primeira opção. “The Love That You Give” já abre o álbum com um riff matador e timbres que preenchem o ambiente, mérito de O'Brien. Uma mistura de hard rock com psicodelia que funciona muito bem, dando a entender que apesar de tudo a banda segue empolgadaça com seu novo material.

A faixa que dá nome ao álbum é outra sonzeira, cheia de viradas espertas de bateria e um vocal poderoso de Andrew. Já “Pretty Peggy” leva o disco para uma pegada mais acústica, mais adolescente e um pouco menos inspirada. Talvez aqui seja um dos momentos onde a produção exagerada de O'Brien passe um pouco do ponto: muito reverb, muito efeito, muita firula que acabou prejudicando o refrão.

O mesmo acontece em “Bad Situation”: uma música ótima e com uma das melhores performances vocais de Andrew, mas que sofre com uma overdose de efeitos desnecessários: palminhas em excesso, uma distorção bizarra no baixo e um órgão que encobre tudo e acaba atrapalhando a ótima ideia que está embaixo.

Contudo, o disco segue cheio de punch e satisfaz. “Eye Of The Beholder” traz de volta o peso característico da banda e “Happy Face” tem um riff bem sacado. Victorious pode não ser o disco mais inspirado do Wolfmother, mas tem bons momentos suficientes pra deixar qualquer fã satisfeito. E justiça seja feita: tendo feito praticamente tudo sozinho, Andrew Stockdale está de parabéns.

None

Omelete Recomenda

Nota do Crítico

Bom
Felipe Cotta

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