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Imagine Dragons em São Paulo | Crítica

Primeiro show solo da banda na cidade tem juras de amor ao público e desenvoltura de banda grande

19.04.2015, às 12H19.


“Sentimos falta de vocês”, declarou o vocalista Dan Reynolds no meio de “Shots”, a música que abriu o show do Imagine Dragons na noite deste sábado (19) em São Paulo. O caso de amor entre o músico e os fãs brasileiros não é de longa data, mas é bem intenso: vem desde o Lollapalooza Brasil do ano passado, no qual a banda arrebatou o público com um showzaço.

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“Esse é o meu lugar favorito para tocar no mundo inteiro”, disse o vocalista, mesmo só tendo se apresentado na cidade no Lolla do ano passado. Esse só foi um entre vários elogios rasgados ao país e ao fiel público de 21 mil pessoas que compareceu à Arena Anhembi - teve gente que ficou mais de 24h na fila para garantir o lugar na grade e ficou animada o tempo todo, com direito a contagem regressiva para a subida do grupo de Las Vegas ao palco.

Como todo bom apaixonado, o Imagine Dragons fez de tudo para corresponder o sentimento do público. Logo depois de “Trouble”, Reynolds já tinha os olhos marejados e não parava de fazer juras de amor ao público. A energia, entretanto, era combustível para a banda: no Anhembi, eles mostraram uma desenvoltura digna de um dos principais nomes do pop rock na atualidade.

Em sua primeira turnê solo no Brasil, do álbum Smoke + Mirrors, lançado em fevereiro, a banda dá sinais de uma maturidade fora do comum. Fãs do batuque, os americanos fazem uma mistura peculiar de batidas eletrônicas, percussão e abusam da variedade de instrumentos. Só nas três primeiras músicas, o guitarrista Daniel Wayne Sermon passou da guitarra para o violão e, depois, para o bandolim responsável pelos acordes característicos de “It’s Time”.

Sermon e o baterista Daniel Platzman são os responsáveis por dar “cara de show” ao setlist de 1h40min do Imagine Dragons. Enquanto Reynolds se ocupa de interagir com o público, os dois fazem as músicas ganharem um peso que fica escondido pela mixagem do disco. Nas mãos do guitarrista, os riffs de músicas discretas como “I’m So Sorry” e “Friction” ganham um tamanho monstruoso ao vivo. Completa o espetáculo a interessante estrutura do palco da banda, que tinha seis finos paineis de led entremeados por holofotes.

A ascensão meteórica do Imagine Dragons se dá na quantidade de faixas “indispensáveis” no repertório. Mesmo dando preferência a Smoke + Mirrors, não podiam faltar os hits de Night Visions, o primeiro disco do grupo, e com isso algumas músicas acabaram comprimidas em um medley. Antes de “Demons”, o grupo juntou trechos de “Bleeding Out”, “Monster” e “Warriors” (a música-tema do mundial de League of Legends do ano passado).

Melhor para o jovem público do Anhembi, que cantou a plenos pulmões todas as músicas do setlist (até mesmo as de Smoke + Mirrors, que saiu em fevereiro deste ano) e só deve ter coçado a cabeça na hora do cover de “Forever Young”, do Alphaville - uma música mais velha do que boa parte do público presente.

“Nós vamos nos ver ano que vem, certo? Vocês virão?”, disse Reynolds antes de emendar a sequência final com “I Bet My Life” e o megahit “Radioactive” (uma das músicas da trilha sonora de Arrow). Se depender da resposta animada dos jovens no Anhembi, o Imagine Dragons tem tudo para virar frequentador assíduo do circuito de shows em São Paulo.

Setlist:

“Shots”
“Trouble”
“It's Time”
“Forever Young”
“Smoke and Mirrors“
“Polaroid”
“I'm So Sorry”
“Summer”
“Gold”
“Bleeding Out / Monster / Warriors”
“Demons”
“Dream”
“Hopeless Opus”
“Release”
“On Top of the World”
“Friction”
“I Bet My Life”
“Radioactive”
BIS
“The Fall”

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