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Música
Crítica

Eric Prydz - Opus | Crítica

Música eletrônica em estado de arte

JJ
30.06.2016, às 16H24.
Atualizada em 30.06.2016, ÀS 16H38

Sabe quando você precisa do melhor sistema de som, de fones com graves perfeitos e tudo mais que possa ajudar seus ouvidos a captar o som em sua forma mais pura? Então, Eric Prydz é, sem dúvidas, um dos poucos produtores e DJ´s capazes de te fazer entender quão importante isso é.

Prydz, é o produtor/criador mais inventivo e original do mercado, já há algum tempo. Conhecido e reconhecido no mundo da música eletrônica graças a uma assinatura sonora única, com criações e remixes marcantes que o colocam no mesmo patamar – pra mim acima - de Deadmau5, seja na forma de apresentar suas músicas, seja no seu conceito criativo.

Com uma carreira de mais de dez anos, Prydz tem colocado no mercado algumas das melhores criações do segmento eletrônico para fazer parte dos principais sets ao redor do planeta e, como ele mesmo diz, sem usar nenhum tipo de conhecimento teórico de música, somente o feeling e seus equipamentos.

Agora, depois de tanto tempo colocando todo mundo pra dançar, seja usando seu nome, ou produzindo faixas em segmentos mais pesados sob o codinome Pryda, Cirez D ou Moo, ele, enfim, coloca no mercado seu primeiro álbum de inéditas, Opus, um dos poucos trabalhos de e-music que você vai ouvir e dançar do começo ao fim.

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Com 19 faixas desconcertantes, não dá pra negar que o produtor nascido na Suécia, atualmente radicado em Los Angeles, sabe como criar músicas, sem perder o seu estilo focado em sintetizadores e muitas camadas que apresentam uma pegada próxima ao conceito de música minimalista de compositores como Phillip Glass, justamente por explorar uma estrutura, nota ou sequência de acordes de forma cíclica, até criar o ambiente para que novas sonoridades sejam inseridas. Mas calma, não me crucifiquem, referências, são referências, ok?

Vamos lá, à medida que o álbum evolui, é possível notar como uma faixa puxa para outra, quase como se tivesse sido pensado para ser um set único e isso fica claro, logo na abertura com "Liam", "Black Dice", "Collider" e "Som As", com as quais Prydz cria o clima que prevalece durante todo o disco. E o melhor; mesmo conhecendo muito do que ele faz, cada audição apresenta algo novo e não dá pra passar batido por isso.

Em seguida surgem as músicas com uma cara mais radiofônica, "Last Dragon" e "Moody Mondays", que fazem lembrar que ele também é um bom produtor de sons para quem “não é tão fã assim” de música eletrônica. "Floj", retoma a pegada mais climática para mostrar que ele está no comando e finaliza o primeiro álbum – sim, se você comprar a mídia física, você terá dois CD´s, Vinis -, com as criações que você não consegue passar pra frente, àquelas que ficam no repeat pra sempre, as maravilhosas "Trubble" e "Klepht"; sombrias, pesadas, cheias de camadas, basicamente a união do que Prydz sabe fazer de melhor. Só não são as obras-primas do álbum por motivos que conto lá na frente.

Por último, encerrando em definitivo o primeiro momento, vem "Eclipse", que mantém o álbum em seu melhor patamar, mas já inicia a queda das BPM dando a deixa para o que vem a seguir, a climática "Sunset at Café", seguida pela música menos rápida do projeto, "Breathe", novamente com vocais e apelo para as rádios. Sem dúvida, a produção que mais foge de tudo que foi apresentado no álbum até o momento.

Mas essa fuga do conceito não dura muito, já que em "Generate", ainda com vocais, Prydz volta para os trilhos e segue para a sucessão de suas construções sonoras com "Oddity" e "Mija", duas criações absurdas para quem gosta de dançar, mas está em busca de criações com algo a mais pra fazer isso. Logo na sequência, "Everyday", "Liberate" e "The Matrix", unem a assinatura eletrônica de Prydz às influências radiofônicas, sem perder a classe. Características que garantem a possibilidade de colocá-las pra tocar até mesmo na festa da empresa, sabe como é…

E por fim, surge a obra-de-arte, uma faixa tão incrível que consegue saltar ao gênero da música eletrônica e que proporciona momentos de total euforia quando toca em qualquer lugar, no fone ou nas caixinhas do notebook, a maravilhosa "Opus". Criação tão incrível que impressiona não só pela sua progressão, mas pelos elementos inseridos. Simples e maravilhosa. Tão absurda que até o remix dela, feito por outro produtor – Four Tet – também ganhou patamar de essencial em qualquer set de qualidade ao redor do mundo.

Simplesmente o álbum perfeito para quem gosta de música eletrônica e, sem dúvida, a porta de entrada ideal para quem quer ouvir o que existe de melhor nesse gênero cheio de gêneros, camadas e subgêneros. Com certeza, um dos melhores álbuns do ano.

O remix feito por For Tet pode ser ouvido aqui.

P.S.: Conheci Prydz em um programa muito bacana da BBC Radio 1 chamado Essential Mix. Já é velhinho, falta muita coisa nova na tracklist, mas recomendo - ouça aqui.

Saiba mais sobre Eric Prydz

Nota do Crítico

Excelente!
Jacídio Junior

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