Música

Crítica

Armin van Buuren – Embrace | Crítica

DJ holandês chega a seu sexto álbum de inéditas apostando em se reposicionar no mercado

10.11.2015, às 16H25.
Atualizada em 14.12.2016, ÀS 09H22

Ainda considerado por um bom número de fãs como o rei do Trance (gênero da música eletrônica que tem na melodia e na progressão sonora seu diferencial), Armin van Buuren chega ao seu sexto trabalho autoral - Embrace, 2015; - seguindo um caminho iniciado em seu álbum anterior. 

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Ao imprimir uma sonoridade “mais orgânica” somente nas faixas "Embrace", que apresenta solos de trompete com uma aposta mais melodiosa, "Face of Summer" e "Looking for Your Name", Armin deixa para trás as esperanças criadas quando declarou que suas novas composições deveriam estar mais próximas dos sons de instrumentos musicais.

Assim, o que é possível ouvir como parte do conjunto de 15 músicas que compõem o projeto é uma tentativa de se mostrar aberto as novas e mais rentáveis possibilidades do mercado de e-music, apostando em vocais Pop em conjunto com uma sonoridade que tem enchido as pistas ao redor do mundo e também o bolso dos DJ's que apostam na conquista desse mercado em expansão, principalmente nos Estados Unidos. Mas se você ainda busca um pouco da sonoridade que consagrou van Buuren cinco vezes o melhor DJ do mundo (quatro delas consecutivas), gostar dessa abertura parece improvável. 

Sempre justificando sua mistura sonora como algo necessário para ampliar sua base musical, Armin emula a guinada de Tiesto (outro DJ de trance que deixou o estilo de lado para ampliar sua base de fãs) e deixa para trás a melodia e as sobreposições de sons que diferenciavam suas criações para apostar em composições com menos camadas sonoras e mais sintetizadores estridentes. 

Ainda sim, o álbum apresenta alguns destaques capazes de ir além do entretenimento como a faixa "Indestructible", com participação de DBX e as já citadas Embrace, com participação de Eric Vloeimans, e "Face of Summer" com dedilhados no violão e o vocal feminino de Sarah deCourcy que tem a clara missão de mostrar que van Buuren ainda se lembra de seu passado.

Na posição contrária estão faixas com a nítida função de encher pistas genéricas, tocar nas rádios Pop e também nos sets de DJ's com maior apelo comercial como "Off the Hook", parceria com Hardwell, "Strong Ones", com Cimo Fränkel e "Make Right", com Angel Taylor, música que lembra uma produção feita por Rihanna, mas sem os toques de midas que seus produtores entregam.

Assim, seguindo a lógica desse lançamento, van Buuren caminha cada vez mais para um distanciamento do Trance, que o colocou em evidência, para, talvez, ganhar relevância entre o grande público, fazendo com que uma de suas principais marcas – o programa de rádio A State of Trance, no ar desde 2001, torne-se somente um nome capaz de remeter a um passado cada dia mais distante. 

No final das contas, esse é um trabalho que não mostra coesão tanto dentro da proposta artística divulgada pelo DJ quanto na forma como as músicas foram dispostas no álbum, uma pena. Agora só resta aguardar os remixes de outros artistas e torcer para que essas faixas sejam promissoras.

Nota do Crítico
Regular

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