Viva a música sem limites com Deezer!

Icone Conheça Chippu
Icone Fechar

Negra Li, Rappin Hood, Marcelo D2 e O Rappa

A segunda parte do Chimera Festival, dedicada ao hip hop, distribuiu melhor as atenções entre os artistas escalados. Os brasileiros que abriram para o rapper 50 Cent mostraram estar tão ou mais sintonizados com o estilo do que o artista norte-americano.

Omelete Recomenda

Entretanto, o público não compareceu em peso como aconteceu com o Chimera Rock e Negra Li e Rappin Hood tocaram para pouco mais de duas mil pessoas, que começavam a chegar ao estádio do Pacaembu no chuvoso sábado.

Marcelo D2 teve mais sorte. Quando subiu ao palco, boa parte dos 20 mil que passaram pelas catracas já estava a postos. Com sua mistura de rap e samba, D2 levantou o público e mostrou por que é um dos mais criativos artistas nacionais da atualidade. O ex-Planet Hemp tocou basicamente músicas de À Procura da Batida Perfeita, seu segundo álbum solo, com destaque para "Qual é" e "Vai Vendo", além da participação de seu filho Stephan em "Loadeando".

O Rappa, cada vez mais afiado no palco, fez o público cantar em uníssono a grande maioria de suas canções, principalmente as do último álbum, o excelente O Silêncio Q Precede o Esporro. Também não faltaram os sucessos de Lado B, Lado A, como "Me Deixa", "O que sobrou do céu" e "Minha Alma". Falcão, dono de uma voz poderosíssima, comandou a festa e, empolgado, deixou escapulir uma pequena provocação: "É isso aí, galera! Não tem que pagar mico pra gringo!"

50 Cent

Como todo bom gangsta, 50 Cent atrasou mais de uma hora e subiu ao palco por volta de meia-noite, ao som de várias rajadas de tiros. Nada estranho para alguém que sobreviveu a nove tiros. Sim, o rapper coleciona nove cicatrizes de bala no corpo! Além disso, tem toda uma história triste por trás de sua cara malvada. Já foi preso, traficou drogas, esfaqueado, inúmeras vezes processado e responde a acusações de estupro. Até que em 2002 tropeçou em Eminem, aquele que dispensa apresentações, e que o levou direto às paradas com Get Rich or Die Tryin´ e uma oportuna participação na trilha sonora de 8 mile - Rua das Ilusões.

Ok. Prontos para o grande show do fenômeno do gangsta rap? Todos prontos, platéia mista de patricinhas e mauricinhos e fanáticos de verdade por rap, todos aquecidos e eis que vem o show. O show é... tranqüilo. Talvez um pouco tranqüilo demais para quem espera ver um fenômeno. Profissional, eficiente, ótima qualidade de som, pouca produção e carisma do astro 50 Cent.

Todos os sucessos estiveram presentes, "In Da Club", "P.I.M.P", "High All The Time" e uma versão de "Work it", da Missy Elliott. Entretanto, nada que empolgasse demais os presentes. Sinais de gangsta? 50 Cent tirou quase toda a roupa e mostrou a cueca branquinha. Além disso, falou que a melhor coisa do Brasil é a maconha.

Após um show curto e um pouco frustrante, resta pensar no lado bom. O Chimera Music Festival mostrou-se um evento atento ao que está estourado lá fora e corajoso por trazer nomes polêmicos em sua primeira edição. Além disso, é louvável a intenção de levar o rap para um espaço grande como o estádio do Pacaembu, fazendo o possível para tirar o estilo de possíveis guetos e reconhecendo sua importância no cenário da música de hoje.

Há boatos de que Eminem dê uma passada por aqui em novembro. É esperar pra ver. E se for o caso, ver bem de perto, porque se um de seus pupilos não botou pra quebrar, é pouco provável que isso aconteça com o seu tutor, esse sim um fenômeno inquestionável.

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.