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Leisure (1991)

Modern Life Is Rubbish (1993)

Parklife (1994)

The Great Escape (1995)


Blur (1997)


13 (1999)

Best of (2000)

De tempos em tempos a música vislumbra uma luz ao longe no escuro túnel do mercantilismo. Algumas vezes é uma breve saída do túnel e, em outras, um trem vindo em direção contrária.

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O Blur, banda de modos camaleônicos capitaneada pelo "moody" Damon Albarn e - por muito tempo - calcada na guitarra do "nerd" Graham Coxon, foi uma destas luzes que chegou a dar a esperança de um dia ensolarado. Pena que o nosso trenzinho pop desviou desta saída e acabou correndo atrás da barca quase furada dos irmãos Gallagher e seu Oasis, que têm o seu brilho, mas este vem acompanhado de uma brevidade espantosa na qualidade. Mesmo assim, os rapazes de Manchester viraram mania mundial, enquanto a galera do Blur só tem a fama que merece na Inglaterra. Lá na terra da Rainha, os dois se revezavam nas capas das revistas especializadas. Era uma briga divertida de acompanhar e que todo mundo só saía ganhando, principalmente os fãs.

O resultado disso tudo é que hoje o Blur é uma daquelas quase super-bandas, que muita gente tem como referência - boa ou má - obrigatória, mas que quase ninguém realmente conhece a fundo.

O grupo, que inicialmente atendia pelo nome de Seymour, foi criado em 1989 por Albarn, Coxon, Alex James (baixo) e Dave Rowntree (bateria). Sua imagem foi inicialmente associada ao recém-falecido rock de Manchester, mas logo recebeu o título de locomotiva do Britpop - movimento que surgira no início dos anos 90 com os Stone Roses. O que sobrou desde então foi um Blur buscando firmar sua aceitação, variando sua corrida entre os indies lo-fi e os art-rockers - e, às vezes, juntando ambos.

De lá pra cá a banda teve momentos de suprema inspiração e de desabalada preguiça. Eis um resumo da obra dos sujeitos:

Leisure (1991)
Rock baseado em guitarras e baladeiro, sem grandes inovações - talvez por isso mesmo o disco tenha sido tão desprezado pela banda. As influências aqui ainda são muito notadas, de Beatles a Smiths. Os destaques ficam por conta de "Sing" - parte da trilha sonora de Romeu+Julieta e que antecipa em 10 anos o rock tristonho e pianado do Coldplay - e "Theres no other way" - uma agradável mistura de rock e dance music.

Modern Life is Rubbish (1993)
O álbum, que tem muita história pra contar - singles jogados fora, produtores de sucesso jogados fora, guitarrista jogando a vida fora. É o início do processo que levaria o Blur à perfeição do álbum seguinte. Aqui já se nota o uso de texturas musicais diferentes, por hora sofisticadíssimas e por hora quase infantis, e o deslumbramento de Albarn com a vida cotidiana. Os destaques ficam para "For tomorrow" e "Chemical world" (músicas compostas/gravadas de última hora
seguindo a orientação da gravadora - que pedia mais "hits") e "When the cows come home" - divertidíssima faixa incluída na versão americana do álbum, que mostra claramente que Albarn não está nem aí com a coisa.

Parklife (1994)
A perfeição em que Albarn consegue usar a música pop como crítica social tão forte quanto um texto de Veríssimo ou um filme de Soderbergh. Todas as letras vão direto ao ponto e é difícil escolher pontos fortes entre tantas verdadeiras peças de literatura. Fica então a dica de se ouvir as duas únicas faixas que fogem à crítica social, "Far out" - clara homenagem ao Pink Floyd - e "Debt collector" - marchinha alemã histérica que lembrará qualquer uma da Oktoberfest.

The Great Escape (1995)
Continua o legado iniciado com Modern Life is Rubbish e que chegou ao auge com Parklife. Letras cínicas e musicalmente tão variado quanto aditivo. Os destaques ficam, sem sombra de dúvida, para os singles "Country house" e "Charmless man" - que caberiam facilmente no álbum anterior tamanha a quantidade de boas referências sociais e culturais a se dar porrada.

Blur (1997)
Álbum mais esteroidado, que tende abertamente à mania. Toda a base sonora (tanto melodia quanto ritmo) calca-se no amor declarado dos dois frontmen pelo rock independente norte-americano da época, "pero sin perder la ternura jamás". Foi deste álbum que saiu "Song 2", aquela música rápida (de 2 minutos e pouco), em que Albarn fica gritando "uhuuuuuuuu" e que acabou virando o grande hit mundial da banda, fazendo até parte da trilha-sonora do videogame FIFA Soccer. Destaque absoluto para "On your own" - talvez a mais perfeita mistura da porção nerd-psicodélica de Coxon com as melódicas e insanas letras de Albarn - e "Death of a party", um Gorillaz antes do tempo.

13 (1999)
Disco esquizofrênico, composto em períodos de tempestade sentimental para Albarn, que é recheado de citações depressivas e auto-depreciativas, além de ser melodicamente massacrante - notadamente em seus momentos mais tristes. Destaque para "No Distance Left To Run" - hino supremo à dor de cotovelo - e "Tender" - um desesperado pedido de Albarn por uma nova chance de amar. Vale citar como pontos baixos de um álbum quase magnânimo as preguiçosas "Bugman", "Swamp song" e "B.L.U.R.E.M.I."

Em 2000 a banda lançou seu Best Of, com a preguiçosíssima "Music is my radar" como single inédito.

Agora, em 2003, a banda volta a se reunir após breve hiato símio e já sem o guitarrista Graham Coxon para lançar o esperado e conturbado Think Tank.

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