O Afropunk Bahia, edição brasileira do festival nova-iorquino, teve seu primeiro dia marcado por muita música boa e ancestralidade negra. Com a presença de mães, avós e artistas veteranos, os cantores que passaram pelo palco homenagearam quem veio antes deles.
Durante seu show, o rapper mineiro Djonga levou sua avó para o palco do Afropunk. Dona Maria caminhou com a ajuda do neto por todos os lados. Com seu terço na mão, ela abençoou todos na plateia e, antes de se despedir, abençoou o próprio cantor.
Quem também levou a avó para o palco foi o cantor O'Kanalha, que contou com o reforço de sua mãe. Fenômeno do pagodão baiano e conhecido por músicas de teor sexual, o artista mudou o tom para receber a dupla de idosas. Ao lado da mãe e dá vovó, Kanalha cantou a músicare ligiosa "Fogo de Santo Antônio" e sambou com as duas. Depois, o show voltou ao seu clima tradicional.
A ancestralidade não estava só no sangue. Quem também soube louvar quem veio primeiro foram as gêmeas Tasha e Tracie. A dupla da Zona Norte de São Paulo levou seu rap para o palco do Afropunk e também uma convidada de peso: a funkeira Tati Quebra Barraco, ícone da música carioca e uma das pioneiras do gênero, subiu ao palco e cantou sua música de maior sucesso, "Boladona",e também seu lançamento mais recente "É Por Isso Que Sofre". Durante a performance, Tasha e Tracie exaltaram a importância e pioneirismo da cantora para as próprias carreiras.
Carlinhos Brown não ficou de fora da celebração que marcou este primeiro dia de festival, mas o fez da sua própria maneira. Levando um novo olhar ao seu álbum Alfagamabetizado para o palco, o artista recebeu suas filhas Nina e Cecília no palco para um dos melhores shows da noite.
Misturando ritmos, culturas e histórias, o Afropunk Bahia 2023 retorna neste domingo (19), no Parque de Exposições Salvador. Os shows são transmitidos no canal do YouTube do evento.