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Música
Entrevista

Adam Anders: Produtor musical de Glee fala do som característico da série e a importância da liberdade criativa

Compositor sueco fala sobre sua nova série musical na Nickelodeon, Kally’s Mashup

JS
03.04.2018, às 16H34.
Atualizada em 04.04.2018, ÀS 08H14

Criada por Ryan Murphy, Glee, a série musical que encerrou em 2015, foi uma das maiores influências musicais para toda uma geração de jovens dos anos 2000. A sua importância na introdução de clássicos da música para crianças e adolescentes foi realmente marcante, e isso veio em grande parte por um indivíduo; o produtor musical do projeto, Adam Anders. Músico sueco e compositor de hits de diversos nomes da música, Anders teve uma carreira diversificada e peculiar na indústria musical, e depois de escrever para artistas, produzir para séries e fundar sua própria gravadora, agora divulga uma série baseada em sua história de vida: Kally’s Mashup, da Nickelodeon. O produtor conversou com o Omelete sobre toda a sua carreira, a criação do som de Glee, e ainda nos contou mais sobre o novo projeto na Nickelodeon.

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A sonoridade peculiar de Glee

Anders é filho de músicos e já começou dizendo que a sua carreira musical se iniciou muito cedo, quando fazia turnês com os pais pela Suécia. Aos oito anos já escrevia suas próprias músicas e, na adolescência, foi para os Estados Unidos, onde começou a compôr para outros artistas. A sua jornada musical, no entanto, mudou completamente em 2000, quando vendeu a composição “More Than That” para os Backstret Boys: “Foi uma combinação de sorte, talento e timing. Eu morava em Nashville na época, escrevi a música, e um cara que eu conhecia, conhecia um dos Backstreet Boys”. Anders achou a sua entrada na música e aproveitou o momento, partindo para trabalhar com música na TV e em filmes até finalmente ser mencionado no projeto do piloto de Glee.

“Eu comecei a ver muita TV, viajei para Los Angeles e comecei a participar de reuniões na Disney e na Fox. Comecei a ser conhecido como uma pessoa que sabia trabalhar rápido e com diferentes estilos musicais, de rock, pop e tudo mais. Eles estavam tendo muito problema com o piloto de Glee e me perguntaram se eu poderia me encontrar com o criador e ajudá-lo com o que fazer com o programa. Foi assim que começou”.

Questionado sobre como criou o som característico de Glee, que torna músicas de diferentes gêneros e épocas tão acessíveis, Anders diz que esta era, exatamente, a ideia geral da série: “Nós precisávamos de um jeito de fazer músicas clássicas soarem bem para as gerações mais novas. E tudo começou quando fizemos “Don’t Stop Believin'”, do Journey, para o piloto. Percebemos que tínhamos conseguido algo bem ali. E isto se tornou uma coisa divertida de se fazer, pegar uma música que a geração não conhece, e fazê-los conhecerem”. Ele ainda nota que isso resultou em algo bem curioso: “Alguns jovens de hoje ainda acham que "Don’t Stop Believin’" é uma música do Glee!”.

Anders também é enfático ao explicar o que ele mais gostava de trabalhar em Glee: “foi uma das coisas mais satisfatórias da minha carreira, porque eu tinha muita liberdade”. Com isso em mente, o produtor introduz o seu projeto mais pessoal, Kally’s Mashup, onde ele é compositor das músicas, criador e produtor executivo. A série, que acompanha uma adolescente de cidade pequena que é descoberta por seu talento musical e se torna a aluna mais jovem de um conservatório musical, é inspirada na vida e trajetória de Anders: “Sim, eu era uma jovem garota adolescente!”, ele brinca.

A importância da liberdade criativa e a ideia de Kally's Mashup

Explicando como a ideia de Kally’s Mashup nasceu, Anders relembra: “Foi ideia minha. Eu sabia que queria trabalhar com o gênero juvenil, e levar a qualidade musical de Glee. Eu comecei a pensar em que tipo de série eu gostaria de fazer e percebi que a minha própria história é interessante, sobre ter vindo de longe e estudado em uma escola onde eu era jovem demais”.

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Ele ainda destaca que a série tem parte de realidade e parte ficção: “Eu tive um professor que se tornou um mentor para mim, quando eu tinha 13 anos. Nós só mudamos para uma garota e trocamos o instrumento de um baixo para um piano”. Ele explica a mudança: “Foi pelo gênero da série mesmo, queria fazer algo mais carismático, porque minha vida consegue ser bem entediante! Piano é mais fácil para criar faixas clássicas com pop. E historicamente, são garotas que apresentam musicais para os garotos, não o contrário. Mas a série também tem ótimos personagens masculinos”. Mas a parte mais fictícia da série é notável: “A história de amor é absolutamente inventada. Eu não tinha tempo para namoradas naquela época”.

Anders finalizou a conversa notando que a ideia do projeto veio, em grande parte, por buscar o mesmo sentimento que gostava quando trabalhava em Glee, dizendo que desde o projeto com Ryan Murphy, ele se apaixonou pela liberdade criativa e não quis abrir mão: “Você não pode criar arte com leis. Eu podia fazer o que eu quisesse em Glee, e isto se tornou algo que eu amo e que eu me acostumei”. E apesar de ter parceiros e escritores que discutem a direção musical, a autoridade sob a música é dele: “É muito ruim ter 50 pessoas que não são nada musicais votando e decidindo o que fazer com uma música. Kally’s é bom para mim porque posso continuar fazendo o que amo, e o que eu faço melhor”.

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