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Melhores HQs | Dezembro/2011

Bakuman, Beijo Adolescente, EP, SVK, Ultimate Comics Spider-Man, Caçadores de Sonhos e Superman vs. Muhammad Ali

05.01.2012, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H42

Na coluna mensal MELHORES HQs, o Omelete seleciona o que há de mais interessante entre os lançamentos nas histórias em quadrinhos nas bancas e livrarias nacionais (e, eventualmente, internacionais).

Ultimate Spider-Man

None

SVK

None

Sandman

None

Beijo Adolescente

None

Superman

None

EP

None

Bakuman

None

BAKUMAN

Tsugumi Ohba / Takeshi Obata
(tradução: Edward Kondo)
190 páginas (cada edição), 13,5 x 20,5 cm, preto e branco
JBC
R$ 10,90 (cada edição)

Sucesso no Japão e em outras partes do mundo, Bakuman aportou aqui este ano para mostrar o árduo trajeto para ser mangaká na terra do mangá. A dupla de personagens principais que resolve conquistar a Shonen Jump, ainda mal saídos do ensino fundamental (!), é um pouco de autobiografia emprestada de Ohba e Obata, autores também do sucesso Death Note. Sem virar técnica nem chata, a trama acompanha as intermináveis reuniões com editores, sessões de autocrítica e autocomiseração, e até aquela sensação de que sempre vai haver alguém melhor que você - representado pelo sobrenatural mangaká de 16 anos Eiji Nizuma, personagem mais divertido da revista. Se você quer fazer quadrinhos, seja ou não mangá, é obrigatório ver que mesmo num mercado superdesenvolvido como o Japão, os sonhos com as HQs são de execução bem complexa.

O BEIJO ADOLESCENTE: PRIMEIRA TEMPORADA

Rafael Coutinho
30 páginas (40 x 24 cm), colorido
Publicação independente
R$ 25 [compre aqui]

Acompanhar a HQ de Rafael Coutinho via internet era uma coisa. Vê-la no formato impresso, do tamanho das páginas originais ("bem grande", como diz o site do autor), é outra bem diferente. Mesmo projetada para a publicação semanal, em capítulos que tinham cada um sua própria temática, cada página é tão bem cuidada em traço, cor, tipografia e narrativa que merece ser contemplada no formatão. A narrativa fragmentada, mais adequada do que nunca ao tema da adolescência, não deixa nada a dever quanto ao que se faz de melhor em quadrinhos vanguardistas no resto do mundo (aliás, tem que ser vista fora do Brasil). E não há jeito mais contemporâneo de representar o fim da adolescência. Não dá para cansar de Coutinho, nem de dizer que ele é o melhor quadrinista em atividade no país.

EP

Dalts / Magentaking
56 páginas, preto e branco
Publicação independente
R$ 20 [compre aqui]

Tem vezes que você olha para uma HQ indie e sente que está olhando para a crista da onda, pausada à sua frente mas prestes a quebrar com força no seu pé. São raras essas oportunidades, mas EP é uma delas. Dalts e Magentaking, codinomes dos dois ilustradores, se esmeraram para conseguir uma história que desse conta de mostrar o que podem fazer de melhor, combinando, mas sem misturar, seus estilos. Alternando páginas adjacentes, eles desenham um duelo de guitarristas que atinge proporções sobrenaturais. Ousadias narrativas, traço, composição, até papel e preço parecem bem escolhidos para montar o melhor cartão de apresentação de novos quadrinistas ao mercado (e que, vale dizer, é um cartão de apresentação, não algo para uma editora pegar e republicar como álbum). Estamos esperando o próximo.

SVK

Warren Ellis / D'Israeli
40 páginas, preto, branco, azul e "tinta especial"
Berg
10 libras (18 com frete) - venda exclusiva aqui

SVK é a sigla de special viewing kit, ou "kit de visualização especial", e consiste numa lanterninha de luz ultravioleta que acompanha cada edição desta revista. Na esperteza de Warren Ellis, esse gimmick não vira só novidade pela novidade, mas integra-se à trama de hipervigilância e paranoia - tema caro aos autores britânicos, de Orwell a Moore a Banksy - que ele constrói com D'Israeli na curta HQ. A lanterninha permite que você veja os balões de pensamento dos personagens, invisíveis a olho nu (veja aqui um exemplo), atualizando o recurso atualmente fora de moda nos quadrinhos. Só essa inovação já valeria a leitura, mas a forma como Ellis consegue usá-la a favor da história é o destaque da HQ.

ULTIMATE COMICS SPIDER-MAN #5

Brian Michael Bendis / Sara Pichelli / David Messina
40 páginas, colorida
US$ 3,99 [versão digital aqui]; em fevereiro, sai coletânea capa dura com as 5 primeiras edições (US$ 24,99)

Sim, é óbvio que criar um Homem-Aranha negro é forçação de barra da Marvel para gerar notícia e chamar atenção. Mas grande parte da crítica de quadrinhos dos EUA rendeu-se a Miles Morales, o jovem afro-hispânico que assumiu a alcunha do falecido - no universo Ultimate - Peter Parker. O fato é que Brian Bendis ganhou oportunidade de ouro de explorar como seria ter 13 anos e descobrir que você é o Homem-Aranha, num mundo que já conhece o Homem-Aranha. E sabe aproveitar a oportunidade à sua maneira, que às vezes parece só mais uma das 352 HQs que escreve todo mês, mas que se lida com atenção revela muita ponderação e pesquisa para compor o personagem e sua história - além do amor genuíno pelo Aranha, que ele já demonstra há mais de uma década. Infelizmente, porém, a ideia não rendeu: as vendas não vão bem e a linha Ultimate, que atravessa ótima fase, talvez tenha poucos anos de sobrevida. Aproveite enquanto ainda existe.

OS CAÇADORES DE SONHOS

Por Érico Borgo

Neil Gaiman / P. Craig Russell
148 páginas, colorida, capa dura
Panini Books
R$ 24,90

Em 2001, Neil Gaiman sugeriu para a DC uma adaptação em quadrinhos de A Raposa, o Monge e o Mikado dos Sonhos, uma antiga fábula japonesa. O criador do Mestre dos Sonhos pediu ao artista japonês Yoshitaka Amano, famoso pelo seu trabalho no jogo Final Fantasy, que ilustrasse o projeto. Amano aceitou, mas disse que, embora gostasse de quadrinhos, ele não os desenhava. O formato da graphic novel Sandman: Os Caçadores de Sonhos, assim, foi o de livro ilustrado - e não o de uma HQ convencional. A visão original de Gaiman para a fábula chegou mais tarde, em 2009, na forma da minissérie Sandman: The Dream Hunters, com desenhos de outro colaborador ilustre, P. Craig Russell. Essa HQ chega agora ao Brasil em formato de luxo, com 148 páginas, capa dura e galeria de capas e esboços. Ambos os álbuns são indispensáveis para quem aprecia a criação máxima de Gaiman. Russell, que já havia trabalhado com o roteirista na série, em um de seus mais belos trabalhos, está em sua melhor forma, evidenciada pelas cores e texturas de Lovern Kindzierski. Uma HQ que não deve nada à antológica revista Sandman e ajuda a matar a saudade desse universo.

SUPERMAN VS. MUHAMMAD ALI

Por Érico Borgo

Neal Adams / Denny O'Neil
100 páginas, capa dura, formato 18,5 x 27,5 cm
Panini Books
R$ 22,90

Clássico dos anos 1970, a HQ trouxe o confronto entre o Homem de Aço e um dos maiores nomes da história dos boxe, Muhammad Ali. O embate ocorre para salvar a Terra de uma invasão alienígena. O texto de Denny O'Neil traz toda a divertida verborragia pela qual o atleta era conhecido - e a arte de Neal Adams (sempre perfeito e dono de um dinamismo que até hoje é pouco encontrado) acerta em cheio nos close-ups do rosto de Ali em meio aos seus brados de valentia. Trata-se de um divertido retrato de época, com direito a presenças ilustres do esporte, política e jornalismo. A edição nacional não acompanha o formato "treasury" do original - aproximadamente 25 x 33cm - mas está caprichada, trazendo esboços, um posfácio e um mapa de personalidades na alucinada capa dupla (também reproduzida no interior).

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