Foto de Matrix Revolutions

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Matrix Interpretations

Matrix Interpretations

12.11.2003, às 00H00.
Atualizada em 18.06.2020, ÀS 12H36

Depois de seis meses de ávidas discussões sobre Matrix Reloaded, a última coisa que esperávamos após Revolutions era retornar aos incessantes debates. Após falar tanto sobre escolhas, os irmãos Wachowski fizeram uma: terminar a saga de forma subjetiva.

Essa maneira de se contar uma história não é inédita, não é fácil, e o principal, é arriscada. No caso de Matrix, uma franquia revolucionária que se tornou pop e gerou uma legião de fãs tão grande quanto Star Wars, Star Trek e Senhor dos Anéis, esse se torna um caminho ainda mais perigoso.

Tanta especulação gera algo que pode se tornar uma faca de dois gumes: expectativa. E a quando ela não é alcançada, a frustração torna-se igualmente proporcional. Confesso que fui um desses que saiu do cinema andando vagarosamente e cabisbaixo.

No entanto, ao mesmo tempo em que via críticas de fãs que como eu esperavam respostas que não foram concretizadas, comecei a ouvir comentários exatamente opostos aos que condenavam Revolutions. Depois do choque inicial, as discussões na internet pegavam fogo. Guerra entre adeptos pregando suas teorias a outros, que ao mesmo tempo, tentavam provar que as deles estavam certas. Neste instante, o valor da saga Matrix começou a se inverter para mim. Vagarosamente, a decepção se tornou admiração. Por quê? Vamos discutir isso aqui.

Particularmente, tenho uma visão própria sobre a saga, mas não pretendo pregar, afinal, o produto de uma interpretação não pode jamais ser afirmado como verdade. Pretendo sim, demonstrar algumas evidências de outras interpretações, para que você possa entender os motivos, as fraquezas e pontos fortes de cada teoria. Por que uns acreditam em uma coisa, outros em outra? Por que uns adoram, outros odeiam? Por que um final subjetivo, e não concreto?

Pode-se dizer que os adoradores da trilogia e que ainda sentem prazer em conversar sobre ela se dividiram em dois grupos. O que os diferem? A antiga questão levantada desde Reloaded: Existe ou não Matrix dentro da Matrix. Esta não é a questão principal deste texto, mas mencionarei as teorias porque fazem parte da grande discussão.

Como tudo ficou aberto a interpretações, diversos acontecimentos durante o filme, que aparentemente podem ter sido vistos com inúteis à trama, não são. Uma coisa é certa, nada nestes filmes é apresentado sem propósito (não estou incluindo as cenas de ação, que estão lá para nos divertir). A partir de agora, demonstrarei as evidências que afirmam cada interpretação em duas cores.

O que afirma que o mundo das máquinas é outra Matrix, estará em vermelho.

O que afirma que o mundo das máquinas é mesmo real, estará escrito em azul.

NA ESTAÇÃO DE TREM

Neo está em coma, mas acorda na estação de trem chamada Mobil Ave. Mobil é um anagrama para Limbo e é isso que a estação realmente é. Como Rama-Kandra (o programa indiano) diz: Esse lugar é lugar nenhum. Fica entre o seu mundo e o nosso, e a Oráculo confirma: Ele está preso em um lugar entre esse mundo e o mundo das máquinas. O fato de Neo estar neste lugar e o mais importante, sem estar conectado fisicamente à Matrix deve ser avaliado.

Isso pode ser mais uma evidência do mundo real não ser tão real assim. Afinal, para Neo estar em um mundo virtual sem estar plugado, no contexto do filme, poderia significar então que o verdadeiro corpo de Neo poderia estar ainda conectado ao sistema em alguma realidade superior ao mundo azul. Isso se Neo realmente existir fisicamente, ou seja, se também não for um programa.

Esta conexão não implica na afirmação de que existe outro sistema de simulação, como será demonstrado mais tarde, Neo é inegavelmente mais do que um simples ser humano. Sua conexão com as máquinas é tão forte quanto à conexão com a humanidade. Esta questão não pode ser totalmente respondida aqui. Este ponto de vista ficará mais claro adiante.

A IMPORTÂNCIA DE RAMA-KANDRA

Eu ouvi alguém dizer que Rama-Kandra é inútil para a trama, pois não tem nenhum propósito de relevância ou efeito na conclusão do conflito. Pelo contrário. Rama-Kandra e sua família estão lá por uma razão. Sua condição nos ajuda a entender, ou melhor, interpretar pontos cruciais da saga.

Ele explica que é um programa, o gerente de sistemas das operações de reciclagem da usina de força, sua esposa é uma programadora de softwares interativos. E juntos têm uma filha. Sati. Rama-Kandra diz que ela é um programa sem propósito, por isso, destinada a ser deletada, por isso, negociou com o Merovingian a passagem dela do mundo real para a Matrix.

Se Sati e sua família não pertencem à Matrix, pode-se afirmar que o mundo real também é uma simulação, afinal, como um programa pode viver no mundo real? O que nos faz lembrar do órfão com a colher. Este é visto primeiro com a Oráculo, depois sabemos que ele está em Zion. A colher que presenteia a Neo é uma dica para a artificialidade daquele mundo também. No primeiro filme, Smith dizia que odiava a Matrix, que uma vez que Zion fosse destruída, não haveria necessidade dele estar ali. Ele queria sair.

Como pode a estação de trem ser um lugar entre o mundo real e o virtual? Como algo real pode se materializar em bits para entrar na Matrix? Não é difícil imaginar agora o mundo real como uma simulação também.

Se um programa vive fora da Matrix, não significa que ele deve ter uma forma corpórea no mundo real. Afinal, a Matrix é um sistema de controle para os seres humanos plugados na usina de força. É ingênuo pensar que a Matrix é o único sistema virtual criado pelas máquinas. Afinal, como elas controlam as colheitas de bebês? Como controlam a distribuição de energia entre si? Como comandam as sentinelas? Estes sistemas obviamente existem fora da Matrix, senão seria fácil para a humanidade um dia conseguir sabotar todo o mundo físico das máquinas através da Matrix.

Ora, Rama-Kandra diz que é um programa ligado à usina de força. Ele deve existir em seu mundo virtual, limitado ao seu objetivo, assim como sua esposa. Como eles têm uma filha sem propósito, estão fazendo exatamente o que a Oráculo diz em Reloaded: quando programas vão ser deletados, podem tentar se esconder ali, na Matrix. Aquele sistema caótico cheio de humanos onde as máquinas claramente têm menos controle do que em seus outros sistemas (vide a presença constante dos rebeldes e programas exilados).

Kandra diz que a Oráculo prometeu cuidar de Sati após darem adeus, quando ele devereia voltar para o seu mundo. Kandra está levando Sati para a Matrix, e voltando para o seu sistema na usina, não ao contrário como alguns pensaram.

Ou seja, não há conexão desse evento com o menino da colher. Podemos assumir que ele era mais um plugado que foi libertado, como qualquer outro, e a colher serviu como uma mensagem para Neo não perder a esperança em seu poder. Para onde ele estava indo afinal naquele momento? Para a Matrix. Onde there is no spoon.

Sati é um programa sim, mas o mundo real continua sendo real, pois programas podem viver em outros sistemas que não a Matrix. O exemplo de Smith também se encaixa. Ele poderia sair da Matrix e continuar sendo um programa em outro sistema das máquinas.

Outro fator importante em Rama-Kandra está em sua declaração de amor à filha. Veremos isso mais adiante, quando falarmos de Neo.

BANE E O MUNDO VERMELHO

Independente de qual teoria você siga, em termos de roteiro, a encarnação de Smith em Bane serviu para nos provar o que Neo diria mais tarde. Smith pode substancialmente dominar o mundo da Matrix e o mundo das máquinas. Não fosse isso expressado, seria um tanto quanto vaga a ameaça que Smith representaria às máquinas.

Mais importante, vamos também ressaltar que Bane provocou a cegueira de Neo, que acabaria revelando algo importantíssimo para a história. A visão cor de fogo (que chamarei de mundo vermelho), que é crucial para entendermos o filme daqui para frente. Coincidência ou não, seria uma referência interessante à série de livros Duna, de Frank Herbert (verdadeiros clássicos da ficção-científica), onde Paul Atreides (o messias de Duna) tem seus olhos feridos em um combate e fica cego. Mais tarde confidencia a Stilgar, seu fiel mestre e companheiro, que ainda consegue ver, de uma forma diferente, mas consegue, e entende o Universo melhor ainda do que antes.

Antes Neo podia compreender a Matrix. Nesse momento, começa a entender a extensão de seu poder. Privado de sua visão convencional, passa a enxergar o que seriam os códigos do mundo real. Somado à sua habilidade de desativar as máquinas com o pensamento, a teoria da Matrix dentro da Matrix tem cada vez mais evidências. Afinal, em um filme que racionaliza os poderes extraordinários apresentados em sistemas de computador, em um mundo essencialmente tecnológico, como Neo poderia de repente apresentar poderes sobrenaturais no mundo real? Não faria coerência com a temática da saga.

Em nenhum momento fica claro que o a visão vermelha são os códigos do mundo real. Quando Neo mata Bane/Smith, vemos o vermelho se desfazendo e sua visão mergulhar na completa escuridão. Neo não vê mais nada. Não vê Trinity, não vê a Logos (nave onde estão), não vê os esgotos lá fora. Não voa, não tem super-força, quanto menos pode salvar a vida de Trinity mais uma vez. Tudo o que consegue enxergar com a cor vermelha são as máquinas vivas, e somente sobre elas seu poder tem alguma influência. O mundo vermelho de Neo é o mundo das máquinas, e não o mundo inteiro (como é na visão verde da Matrix). Não é prova de que existe Matrix dentro da Matrix.

O QUE É NEO?

Essa é a pergunta mais difícil, porque é a mais subjetiva. Essa deve ser uma análise cuidadosa e eu mesmo não prometo todas as respostas, já que existem tantas interpretações baseadas em crenças, mitologia ou misticismo. Tentarei me ater ao universo Matrix apenas e aos fatos apresentados nos filmes.

Vamos começar com a pergunta que Neo faz a Oráculo em Revolutions, aquela que todos fizemos juntos: Diga-me como separei minha mente de meu corpo sem me conectar. Diga-me como parei quatro sentinelas só pensando nisso. Diga-me que diabos está acontecendo comigo.

E a resposta: O poder do Escolhido estende-se além deste mundo. Vai daqui de volta para onde ele veio...A Fonte. Foi isso que sentiu quando tocou as sentinelas. Mas não estava pronto. Devia estar morto. Mas aparentemente não estava pronto para isso também.

Para quem queria respostas diretas, o terror começou aí. Vamos tentar entender?

Muitas pessoas preferiram abraçar a teoria da Matrix dentro da Matrix porque era mais coerente isso do que o Escolhido simplesmente ter desenvolvido poderes paranormais e ter se tornado um Jedi. Não é o caso. Como já foi esclarecido, o poder que Neo tem no Mundo das Máquinas só diz respeito a elas. Se você acredita que este mundo também é uma simulação, esta questão se aprofunda na hipótese de Neo ser um programa criado pelo Arquiteto, e sendo Zion também uma simulação, houve até suspeitas que o conselheiro Hamann fosse também um programa de controle. Não me aprofundarei nesta questão aqui.

No entanto, devo alertar para algumas contradições. Veja estas declarações do Arquiteto:

Seus cinco predecessores eram, por conta de seu projeto, baseados em uma mesma premissa, uma afirmação contingente responsável por criar um profundo vínculo com o resto de sua espécie, facilitando a função do Predestinado. Enquanto os outros experimentaram isto de maneira genérica, sua experiência é bem mais especial. Vis-à-vis, amor.

Há quem acredite que essas frases claramente definem Neo como um projeto, ou como algo criado propositalmente para cumprir uma função: chegar à fonte, disseminar seu código e reiniciar a Matrix. Mas vejam bem:

Sua vida é a soma do saldo de uma equação desequilibrada inerente à programação da Matrix. Você é o desenlace de uma anomalia, que, a despeito de meus mais sinceros esforços, fui incapaz de eliminar daquela, caso conseguisse, seria uma harmonia de precisão matemática.

O Arquiteto mostra que Neo é algo indesejado. Caso ele fosse eliminado, tudo seria perfeito (para ele), tudo seria uma harmonia de precisão matemática. Mas não é. Ele está lá e está atrapalhando as coisas. Por isso ele afirma:

Ainda que continue a ser uma tarefa árdua diligentemente evitá-la, ela não é inesperada, e portanto não está além de uma medida de controle. Fato este que o trouxe, inexoravelmente, aqui.

Tradução? É um trabalho difícil conviver com o Escolhido. Ele é poderoso e pode estragar seus planos, no entanto, a presença de Neo não é inesperada (ele é o sexto), portanto, o Arquiteto sabe muito bem o que fazer com ele. Por isso não está além de uma medida de controle. Se Neo está lá, é porque caiu em sua armadilha. Daí para frente já discutimos no texto Matrix Confused.

Por que eu disse tudo isso? Para mostrar que Neo é humano, é um inimigo e não foi, portanto, um projeto das máquinas. É apenas um problema controlado.

Mas ele é mais que isso. Como a Oráculo diz, embora o Arquiteto não consiga enxergar nada além de equações, Neo é mais que uma delas desbalanceada, queira ou não, ele é o Escolhido, e embora a saga seja tecnológica, nunca escondeu o seu lado místico e mitológico.

Neo é especial, um Espírito do Universo. Acalmem-se, não vou cair no misticismo e esquecer a ficção-científica. Vamos aplicar isso ao contexto? Neo é um herói nascido no berço de seu inimigo, escravizado no mesmo sistema opressor de seu povo. Por temê-lo, o opressor insere a sua participação em uma elaborada e arriscada armadilha. Segundo as regras que criaram, as Máquinas precisam dele para sobreviver. Precisam que ele reapareça, dissemine seu código para que o ciclo opressor recomece. Neo está mudado, seu verdadeiro poder e propósito estão se concretizando.

Em Revolutions, depois que Trinity e Morpheus o resgatam na estação de trem, Link pergunta pelo telefone se encontram Neo. Morpheus pergunta se eles não podem vê-lo no console, ele reponde: Não Sr. Nós estamos lendo algo, mas não sabíamos o que era. Falaremos mais de Neo no final.

A ESCOLHA DA ORÁCULO E O DESTINO DA MATRIX

Pelo menos uma das grandes dúvidas de Reloaded foi respondida com clareza. A Oráculo é realmente a mãe da Matrix, e sim, ela estava do nosso lado desde o início (deste ciclo, pelo menos).

Houve uma dúvida quanto a Persephone ser a mãe. Acredito que isso pode ser completamente descartado em Revolutions, pois ela e Merovingian provaram ser nada mais que personagens secundários criados desenvolverem o conceito de programas exilados, e para serem obstáculos para os heróis, nada mais que isso. Persephone nunca demonstrou conhecer o Arquiteto ou qualquer coisa além de sua sede por emoções humanas.

Oráculo diz: Por favor, eu e você podemos não ver além das escolhas que não entendemos, mas aquele homem não consegue ver além de qualquer escolha. Use o bom senso. A maneira dela se referir ao Arquiteto denuncia claramente que o conhece como ninguém. Assim como parece em sua conversa bem íntima no final.

O Arquiteto disse que criou um programa intuitivo para entender a mente humana. Intuitivo. A Oráculo é uma vidente.

Sem contar com Smith a chamando de mãe em sua cozinha.

O papel da Oráculo pode ter sido a de um agente de controle no passado, mas desta vez, ela certamente mudou as coisas. De que forma? Só podemos supor. A chave foi o amor. Teria Trinity se apaixonado por Neo porque a Oráculo assim disse, uma sugestão poderosa? Ou teria sido mesmo o destino? De qualquer forma, ela deixa claro a Neo que a escolha dela foi ajudá-los. Lembrem-se que ela conta a ele em Reloaded que acreditava que o futuro deles seria unidos.

O Arquiteto diz no final: Você fez um jogo perigoso, ela responde Toda mudança é. Algumas pessoas acharam que todas as pessoas seriam libertadas agora, mas a pergunta da Oráculo é: E quanto aos outros?... Os que querem sair. O Arquiteto responde que serão libertados.

No fim, o que aconteceu? Na minha opinião a melhor solução. Morpheus dizia que nem todos estavam prontos para serem libertados, e o próprio Cypher era um que conhecia a verdade, mas preferia voltar a ser bateria do que viver comendo papinha gosmenta a vida toda. Os que quisessem sair, teriam sua liberdade garantida. Os que não quisessem, viveriam na ignorância suprindo as máquinas de energia. Pense bem, o que você preferiria?

Ora, se a programação era aceita por 99%, acredito que para as Máquinas não foi uma perda significativa. Mesmo que esta porcentagem diminua com o tempo, não vai ser de um dia para o outro. O Arquiteto conseguiu fazer o sexto reload e se livrou de um problema mais urgente que Neo, Smith. E para os humanos? Não serem massacrados foi um bom negócio. Afinal, que chance teriam?

O DESTINO DO ESCOLHIDO

Oráculo diz que Neo já tinha feito sua escolha, só precisava entendê-la. Vimos que isto não chega a acontecer em Reloaded, mas em Revolutions. O Escolhido, como dito, faz parte dos dois mundos, e seu propósito sempre foi o de retornar à Fonte. É de lá que vem seu poder, e é lá onde seu caminho começa e termina.

O Escolhido não é Thomas Anderson. O Escolhido está em Thomas Anderson. Ele vive como uma consciência integrada aos dois mundos (por isso a visão vermelha), porque os dois mundos precisam dele.

Como o Escolhido pode retornar sempre? Mais um ponto de dedução, mas não acho que seja difícil encontrar a resposta. Ora, se Oráculo diz no fim, que um dia ainda poderemos ver Neo, e como ele retornou outras vezes no passado, está claro que o Escolhido está além de um mero corpo físico. Sua mente agora está integrada à fonte. Como antes. Acredito que quando o bebê Thomas Anderson nasceu, era um como qualquer outro, mas no momento em que foi plugado à Matrix, a consciência maior do Escolhido ali se instalou e reiniciou seu Caminho.

O que dirigiu ele desta vez foi o amor. E pelo amor ele lutou até o fim. Conhecemos outras figuras histórias e bíblicas que lutaram pelo mesmo. Sabemos qual foi sua mensagem. Neo entende apenas no final, que não adianta lutar mais. Não é pela força que vai vencer, não é destruindo que vai construir o futuro. Ele se entrega, e os poderes maiores o dirigem ao seu destino. Com licença, mas vou expressar uma opinião pessoal agora, não precisam concordar: ISSO FOI GENIAL E MARAVILHOSO.

E como o Escolhido pertence aos dois mundos, é certo afirmar que Neo é o messias dos Homens e das Máquinas? Não sei, talvez. Quem viu o episódio de Animatrix The Second Renaissance entendeu que a Humanidade teve parte de culpa pelo que aconteceu a ela. E depois de tanto conflito e tantas perdas pelos dois lados, Neo conseguiu trazer algo para as duas espécies. Algo que nós seres humanos, desde o início de nossa história não conseguimos alcançar. Paz.

Isso foi o maior significado de Matrix para mim, e por isso mudei de idéia. Levei um domingo inteiro na frente do computador, com o script do filme ao lado para entender isso. Sinto que não escrevi tudo o que queria sobre a saga, mas se fosse, que tamanho este texto teria? E quem se atreveria a ler?

Nem todos concordarão com minhas opiniões, mas este é o preço de se comentar algo aberto a interpretações. Algumas pessoas simplesmente não gostam de filmes assim e não há nada que possamos fazer. Mas espero que para outros, este texto tenha sido uma luz em meio a tantas dúvidas. Afinal, Matrix, depois de tanta filosofia, acabou provando ser tão enigmático quanto à própria vida. Sem respostas claras, apenas caminhos e portas. E como é pregado no primeiro filme, somos nós que temos que abri-las.

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