Charlie Cox em Demolidor: Renascido

Créditos da imagem: Marvel Studios

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Demolidor: Renascido | Episódio 3 faz ótimo drama de tribunal com Tigre Branco

Caso do Tigre Branco (Kamar de los Reyes) toma o holofote na série da Marvel

Omelete
4 min de leitura
11.03.2025, às 22H00.

Uma das propostas de Demolidor: Renascido é deixar as lutas heróicas um pouco de lado e focar na vida real de Matt Murdock (Charlie Cox). Sejamos honestos, isso também foi o foco da primeira temporada da Demolidor original, e não queremos esperar uma temporada inteira para ver Matt de volta à ação. O terceiro episódio sugere que esse não será o caso, mas antes de chegar lá, ele faz um belíssimo uso das circunstâncias mais mundanas da história.

Esse episódio é, essencialmente, um suspense de tribunal em 45 minutos. O caso contra Hector Ayala (Kamar de los Reyes) é o foco do capítulo, que conta com todos os vai-e-vens dos dramas judiciários, incluindo a revelação pública de que o acusado é o Tigre Branco. Trata-se da cartada final de Matt, que antes havia conseguido que as atividades extracurriculares de seu cliente fossem banidas como evidências. As coisas, entretanto, mudaram. Depois de salvar o informante da polícia que testemunhou a briga de Hector e os policiais, e sabe que a morte do detetive foi totalmente acidental, Matt consegue levá-lo até o tribunal. Quando a inocência de Hector parece garantida, a visão dos policiais na côrte o amedronta, e a testemunha diz que não sabe de nada. Sem saber o que fazer, Murdock passa por cima de Kirsten (Nikki M. James) e Hector, e abre o jogo.

O juiz ameaça jogar o julgamento fora, e o promotor jura vingança contra Matt, mas a coisa segue em frente. Para o crédito da série, a hora do veredito é recheada de suspense. O drama é equilibrado de tal forma que não nos surpreenderíamos se o resultado fosse de culpado, mas o júri inocenta Hector de todas as acusações e ele sai de lá um homem livre, para a frustração dos policiais e do prefeito Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio), que, com sua campanha anti-vigilantes, acompanhou de perto os procedimentos legais. Para nós, a sensação é de alívio, ainda que de curta-duração.

Kamar de los Reyes em Demolidor: Renascido
Marvel Studios

O alívio vem porque de los Reyes, que infelizmente não está entre nós depois de morrer devido a um câncer, atua de maneira tão vulnerável, íntegra e humana que compramos sem resistência não só sua luta pela inocência como também sua motivação heróica. Tanto na cena em que ele conta a Matt como sente falta de casa, quanto quando vai ao banco de testemunhas e declara ser movido pela simples mas essencial decisão de “fazer a coisa certa”, Hector é um homem por quem é fácil torcer. É uma pena que seu destino seja trágico.

Se, por um lado, o veredito de Hector é um momento genuinamente tenso onde “inocente” e “culpado” possuem o mesmo peso, a reação dos policiais à sua inocência deixa sua eventual morte, baleado na cabeça assim que sai de casa usando, novamente, o manto do Tigre Branco (algo que Matt, em vão, aconselha que ele não faça). A sequência não é a mais bem encenada, já que vemos o herói – cujos poderes incluem grande força e reflexos devido a um talismã mágico – simplesmente andando por uma calçada e morrendo sem cerimônia, mas não deixa de ter impacto. A razão é puramente emocional. Mesmo que previsível, o fim de Hector Ayala ainda nos machuca.

Também machucará a Matt, e chutamos que esse será o incidente responsável pelo renascimento do Demolidor. O sistema salvou um homem bom, e ele celebra isso com Heather (Margarita Levieva). Como ele reagirá ao saber, então, que alguém passou por cima do sistema? Para complicar as coisas, o assassino estava usando a caveira do Justiceiro (Jon Bernthal) no peito. Não achamos que foi Frank, mas o rosto do culpado não é visto.

Uma coisa é certa: a polícia está no centro das atenções de Demolidor: Renascido. Enquanto Matt se coloca como adversário da força por defender Hector, Fisk precisa lidar com o comissário Gallo (Michael Gaston), rebelde e muito cético quanto ao político. Poucos acreditam na redenção do Rei do Crime. Em outras palavras, tanto Matt quanto Fisk parecem estar na mesma rota: uma colisão com a polícia.

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