Como Lobisomem na Noite se encaixa no MCU

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Como Lobisomem na Noite se encaixa no MCU

Homem-Coisa? Blade? Confira o que o filme da Disney+ adiciona (e não adiciona) ao Universo Cinematográfico da Marvel

Omelete
5 min de leitura
07.10.2022, às 13H21.
Atualizada em 07.10.2022, ÀS 13H37

Lobisomem na Noite não é apenas o primeiro especial de Halloween produzido pelo Marvel Studios, ele é também o primeiro lançamento do MCU no Disney+ com um formato diferente, uma história fechada, com apenas 60 minutos de duração. A ideia é celebrar as histórias de horror do cinema antigo, especificamente os filmes em preto e branco de monstros como o Lobisomem, Drácula e A Múmia, longas dos anos 30 da Universal. Mesmo assim, o especial está inserido no MCU, com muita referência aos quadrinhos. Ainda, o média-metragem apresenta uma nova heroína que pode se tornar personagem importante naquele cantinho sobrenatural da Marvel nas telas.

Quando se fala de "Marvel sobrenatural" nas telas, logo vem à mente a expectativa pelo novo Blade, e existe uma coincidência aqui: lá na virada do século, depois do sucesso do primeiro filme de Blade em 1998, um tal de Kevin Feige já planejava transformar a HQ de Werewolf By Night em um longa-metragem. Naquela época nem existia ainda o Marvel Studios como conhecemos hoje, e o filme seria planejado por Feige com a benção de Avi Arad, presidente da Marvel na época, que produziu os primeiros filmes de Homem-Aranha e X-Men, além do próprio Blade. 

Mas o projeto foi paralisado e anos se passaram. E quem esperou todo esse tempo terá que esperar ainda uma meia hora, tempo que leva para o Lobisomem finalmente entrar em cena em Lobisomem na Noite. O roteiro é estruturado em dois atos: no primeiro, chegamos junto aos convidados a um encontro de caçadores de monstros na mansão Bloodstone, de Ulysses Bloodstone. A história começa com a viúva de Ulysses reunindo seis caçadores, que têm que entrar no labirinto do jardim da mansão pra perseguir um monstro poderoso - e quem sobreviver a esses "jogos vorazes" vai ganhar a herança de Ulysses, o rubi Bloodstone, que concede poderes contra criaturas sobrenaturais.

Essa criatura que eles perseguem é ninguém mais, ninguém menos que o Homem-Coisa, o monstro meio homem meio planta que vive nos pântanos da Flórida e foi criado nas HQs meses antes da estreia do Monstro do Pântano da DC. Nesse especial do Disney+, o Homem-Coisa é fiel à versão dos quadrinhos não apenas no design mas também no nome, porque descobrimos que ele também se chama Ted. Depois que a caçada no labirinto termina, então finalmente chega o licantropo pra liquidar a fatura, e o segundo ato é todo focado na transformação do Lobisomem e no que ele é capaz de fazer.

Vivido pelo ator mexicano Gael García Bernal, este Lobisomem é mesmo o especulado Jack Russell. E com o design escolhido, a Marvel o coloca em uma tradição que vem desde o Lobisomem feito pelo ator Lon Chaney no filme de 1941, homenageado posteriormente em 2010 pelo Lobisomem do Benicio de Toro. Como tradição no MCU, o filme também começa com um fan service curioso: no início do especial, Jack Russell olha um vampiro empalhado na parede e conta que já tinha encontrado com ele antes num duelo. Esses encontros do Drácula com o Lobisomem fazem parte da história do Jack Russell desde os seus antepassados, e a origem da maldição do licantropo envolve ainda feitiços copiados do Darkhold e a influência da Montanha Wundagore, que a gente viu em Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e se localiza no país equivalente à Transilvânia da Marvel.

Não há nenhuma menção direta ao Blade nem ao Cavaleiro Negro, dois personagens envolvidos com o sobrenatural que devem se encontrar nas telas em breve no MCU. Mas o especial tem, sim, uma nova candidata a heroína: Elsa Bloodstone. Interpretada pela atriz irlandesa Laura Donnelly, Elsa seria a herdeira legítima do falecido Ulysses Bloodstone, mas sempre renegou o clubinho de caçadores do pai.

A personagem soa como uma mistura de Jessica Jones e Van Helsing. No especial, ela enfrenta outros caçadores em um estilo bem parecido com a luta das Viúvas Negras, e sua história é muito próxima da Elsa das HQs. Lá, Ulysses morre e Elsa acaba abraçando a carreira de caçadora de monstros na hora que recebe de herança a propriedade do pai na cidade de Boston. Apesar do especial se chamar Lobisomem na Noite, ele parece na realidade a história de origem da Elsa.

Como tudo isso pode ganhar importância dentro do MCU?

Elsa pode muito bem fazer a função da personagem feminina mais casca-grossa no páreo que inclui Blade, Lobisomem, Homem-Coisa, Cavaleiro Negro e Motoqueiro Fantasma, entre os personagens mais ligados às histórias de horror. Apesar de termos, no lado mais fantástico, a Feiticeira Escarlate e a Clea (que apareceu rapidinho no final de Doutor Estranho 2) quem está mais acostumada a enfrentar vampiros, zumbis, esqueletos e múmias é mesmo a Elsa Bloodstone. Na sua curta história nos quadrinhos, a personagem já encontrou até o Deadpool, e esse cruzamento de paródia com horror tem tudo a ver, mesmo porque o próprio especial do Lobisomem já tem uma pegada de sangueira bem humorada.  

E claro, o rubi Bloodstone (capaz de subjugar os monstros) continua sendo cobiçado por muita gente. Nos quadrinhos, a joia inclusive permitiu que Ulysses Bloodstone vivesse milênios, e tudo o que o usuário precisa para aproveitar todo o potencial da joia é desejar intensamente realizar uma vingança. Apesar das jóias já terem saído de moda na Marvel após a Saga do Infinito, parece que o futuro do MCU ainda reserva algo para Elsa Bloodstone e Jack Russell.

Lobisomem na Noite já está disponível no Disney+.

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