Gachiakuta | Autora exigiu visual inovador para o anime: "Foi um pedido difícil"
Produtores detalham o processo criativo para fugir dos clichês tradicionais de animes de lutinha
Um dos grandes destaques de 2025, a primeira temporada de Gachiakuta chamou a atenção do público não apenas pela história, mas especialmente por sua identidade visual marcante, que mistura texturas urbanas e cores vibrantes em uma atmosfera hostil. Isso não foi por acaso. Essa estética poderosa foi uma exigência direta da mangaká Kei Urana
Em entrevista ao Omelete, Isao Tagai, gerente de negócios de animação da Kodansha, e Hirotsugu Ogo, gerente geral da Avex Animation, que fazem parte da equipe de produção do anime, revelaram os bastidores dessa produção. Os representantes explicaram que o maior desafio começou logo na concepção do Key Visual — o primeiro conceito estético que a animação recebeu. A ordem era fugir do padrão.
“O que a autora pediu é que fizéssemos uma imagem muito única, de um jeito que nunca tivesse sido visto antes e que tivesse um ar descolado”, revelou Tagai. “Isso é um pedido muito difícil. Fizemos muitas reuniões com a Kodansha e com o estúdio Bones para tentar chegar nesse ponto que a autora pediu.”
A equipe destacou que, tradicionalmente, animes de ação focados em combate apostam em poses de ação para vender a obra. Gachiakuta, no entanto, seguiu o caminho oposto para causar estranheza e curiosidade.
“Animes que têm foco em luta, normalmente, trazem alguma cena de combate ou uma pose no Key Visual que já te diz sobre o que é a animação. Só que no caso de Gachiakuta é muito diferente, tem um monte de caras e expressões”, continuou Tagai. “Quando você bate o olho, você pensa: 'nas que raios é esse negócio?'”, brincou.
Essa filosofia se estendeu para outras partes da produção, como a primeira abertura da série. Segundo os produtores, apesar de ser um anime de ação, a abertura inicial evitou mostrar cenas de luta explícitas, optando por um tom “muito mais artístico” para refletir a dificuldade e o desejo de criar algo original.
“Conseguimos realizar a vontade da autora, apesar de serem tão únicas”, concluiu Ogo, sobre a estética. E durante a entrevista, ele também falou sobre os motivos que fazem Gachiakuta ser popular além da animação.
“Eu acredito que é realmente uma obra com personagens muito diversos, então é fácil criar não só uma identificação, mas também uma admiração por eles”, disse Ogo. “Eu acho que é muito fácil se conectar e ter essa simpatia pela obra”.
A dupla de executivos veio ao Brasil durante a CCXP25 e durante a visita conheceram vários pontos turísticos de São Paulo, como o Beco do Batman e o Museu do Futebol. E, claro, eles também provaram a nossa caipirinha, que descreveram como “gostoso mesmo, é muito bom”.
Tudo sobre Gahiakuta
Um dos principais lançamentos do mundo dos animes em 2025, Gachiakuta teve uma primeira temporada de 24 episódios, que estão disponíveis na Crunchyroll. No Brasil, o mangá de Kei Urana é publicado pela editora Panini, que já lançou 13 volumes até agora.
Confira a sinopse de Gachiakuta: O jovem Rudo habita em um gueto de descendentes de criminosos e vive recolhendo lixo e sendo discriminado, até que certo dia, ele é acusado injustamente de um crime que não cometeu e como punição é enviado a um local em que todos temem! Lá, o rapaz conhece Enjin e acaba tendo um vislumbre de toda a verdade sobre o mundo e também começa a manifestar a sua habilidade: Dar vida às coisas! Assim, começa a jornada de Rudo e seu objetivo de mudar por completo o mundo de merda em que vive
Durante a Jump Festa 2026, o anime foi renovado para uma segunda temporada, que ainda não tem previsão de estreia.