É quase impossível assistir às grandes franquias da cultura pop na atualidade sem acabar encontrando Mads Mikkelsen, e as chances são que você o encontre interpretando um vilão. Foi o caso em 007 - Cassino Royale (2006), Doutor Estranho (2016), Animais Fantásticos: Os Segredos de Gindelwald (2022) - e, agora, em Indiana Jones e a Relíquia do Destino.
Outros atores talvez ficassem ofendidos ou incomodados com o estereótipo, mas Mikkelsen contou ao Omelete que não é o caso dele: “Não sei se diria que me divirto mais com os vilões do que com os mocinhos, mas certamente me divirto um pouco. Agora, por que isso acontece? Bom, eu poderia fazer uma piada sobre o meu sotaque... Eu não me importo nem um pouco, me sinto sortudo de estar em filmes tão incríveis, interpretando uma diversidade tão grande de caras ruins. Para mim, é só mais um dia no escritório.”
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Sobre a tal diversidade, o ator dinamarquês é rápido em apontar que o Dr. Voller de A Relíquia do Destino é “o seu primeiro nazista”. Mas diferenciar os antagonistas, diz Mikkelsen, não é trabalho só dele: “Muito depende do roteiro. A minha função, junto com o diretor e meus colegas de elenco, é só encontrar os parâmetros de cada personagem.”
“Tento encontrar algo para humanizar os vilões, até certo ponto”, conta. “Se não consigo me relacionar aos sonhos de um personagem, substituo os sonhos dele pelos meus quando estou atuando. Voller é apaixonado por ciência, matemática, pela ideia de um futuro mais brilhante… mas também é apaixonado pelo partido, pelo Terceiro Reich, e isso é obviamente a sua derrocada.”
De uma forma ou de outra, com ou sem o obstáculo dos estereótipos, Mikkelsen nunca seria capaz de recusar um papel em Indiana Jones. “Essa não é minha primeira franquia, mas é a primeira com a qual eu cresci. Se disse isso nas outras entrevistas, com James Bond e Star Wars, estava mentindo”, brinca ele.
“Eu me lembro de alugar o primeiro filme na locadora, junto com outras cinco fitas… mas eu e meu irmão acabamos assistindo Indiana Jones cinco vezes, e nunca vimos os outros”, lembra ainda. “Então, obviamente, fazer parte desse mundo - quando tudo o que eu queria quando criança era ser Indy - é uma honra enorme.”
Indiana Jones e a Relíquia do Destino chega aos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira (29).
