Apesar das críticas, das ameaças de morte a Joe Quesada e das convocações de boicote, "Brand New Day", a nova fase do Homem-Aranha nos quadrinhos, liderou os pedidos de HQs à distribuidora Diamond em janeiro. A história começou em Amazing Spider-Man #546 - que agora será a única série do aracnídeo, saindo três vezes por mês.
Vale destacar um peculiaridade do chamado "mercado direto" dos EUA. Lá, os donos de comic shops devem fazer os pedidos das revistas dois ou três meses antes de seu lançamento, já informando à distribuidora quantas cópias vão querer. Este número é estipulado de acordo com o que os clientes pedem, mais o que o lojista acha que pode conseguir vender (não há devolução de revistas não-vendidas). Os top 300 do mercado que saem todos os meses fazem referência aos pedidos, e não necessariamente às vendas das revistas.
Portanto, os lojistas pediram mais de 300 mil cópias da nova fase do Aranha (entre as três edições de Amazing) antes de ver a onda de críticas que os fãs levantaram contra a Marvel. Para saber se a edição realmente decolou das prateleiras, só consultando as próprias comic shops. A Marvel já anunciou reimpressões de algumas edições, sinal de que elas esgotaram. Será que a revolta dos fãs foi só fogo de palha?
Janeiro também foi mais um mês da Marvel dominando. Além do Aranha tomando três posições no top 10, foi o mês da nova série do Hulk, do novo Capitão América, do fim de "Messiah Complex" e da última edição de Joss Whedon e John Cassaday em Astonishing X-Men. Com tanto evento, foi fácil para a editora ficar com 41% do mercado em arrecadação, derrubando a DC (cujo maior sucesso, Justice League of America, decaiu muito) para 28,34%.
Importante destacar a única revista que desafia a Marvel no Top 10: Project Superpowers, criação de Alex Ross para a editora Dynamite Entertainment, conseguiu a quarta posição com uma edição a US$ 1,00 (contra US$ 3,00 de um gibi normal). O nome de Ross ainda pesa muito entre os fãs.
Nas coletâneas e graphic novels, a Marvel também lidera com uma coleção de Ultimate X-Men. Vale destacar a segunda posição, uma coletânea que a Dark Horse montou com várias edições de Espada Selvagem de Conan - em preto-e-branco e naquele formato maior que os leitores brasileiros conhecem. Como aqui, o cimério ainda vende bem lá fora.
No fim das contas, o saldo de janeiro foi positivo para todo o mercado de quadrinhos. Em relação a dezembro, houve um aumento de 9% em pedidos - 7% em séries, 17% em graphic novels e coletâneas. Repare na listagem que é um dos poucos meses em que o top 10 de pedidos ultrapassa, todo, as 100 mil cópias. O ano começou muito bem - o negócio agora é manter ou melhorar estes números.
Confira os 300 gibis e as 100 graphic novels ou coletâneas mais pedidos em janeiro nos EUA.
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