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Da Frigideira: Homem-Aranha 3

Nossas primeiras impressões sobre o aguardado novo filme do aracnídeo

20.04.2007, às 14H00.
Atualizada em 04.07.2018, ÀS 16H22

Com sessão de Homem-Aranha não se brinca. Hoje cedo a Cozinha madrugou (bom... eu madruguei, o Forlani chegou calmamente no momento em que os créditos iniciais terminaram... e ainda tenho que guardar lugar pro sossegado!) e, preocupados com rumores de superlotação na cabine de impresa, preferimos garantir nosso lugarzinho, atravessando São Paulo para não correr o risco de perder o começo de Homem-Aranha 3. Exagero. Surpreendentemente, só havia outros dois ou três nerds paranóicos por lá. A lotação só veio uns 50 minutos mais tarde. O lado bom é que pudemos aguardar convenientemente sentados nos melhores lugares do cinema.

Passadas as duas horas e vinte minutos da aventura - apesar de longo, é o episódio mais curto da trilogia -, começa a correria novamente, pra chegar de volta ao escritório e escrever o Da Frigideira mais aguardado do ano. As regras dessa série de artigos você conhece: escrever o mais rápido possível e sem muita análise, respeitando apenas as sensações da sala de projeção.

E o sentimento deixado por Homem-Aranha 3 é de divisão. É um bom filme, mas inferior aos primeiros.

Saímos das sessões dos dois filmes anteriores absolutamente eufóricos - ambos estão entre as cinco melhores adaptações de quadrinhos já feitas e são exemplos brilhantes de como deve ser um filme de ação. Desta aqui... bom... a euforia simplesmente não existiu.

Não que trate-se de um filme ruim - longe, muito longe, disso -, o encerramento da (primeira?) trilogia do Homem-Aranha segue milhas à frente da grande maioria das adaptações e filmes de ação recentes. Mas o roteiro, pela primeira vez, deixa a desejar. Sem explicar demais (isso será assunto para a nossa crítica), desta vez parece que Alvin Sargent (que trabalhou no texto do segundo filme) e os irmãos Sam e Ivan Raimi apostaram suas fichas no "acaso conveniente" como força da história. A idéia, que já foi utilizada exaustivamente nos primeiros filmes (por que as coisas sempre acontecem ao redor do Aranha ou seus entes queridos?), funciona uma, duas vezes, mas lá pela quinta coincidência começa a ficar um gosto ruim na boca.

Felizmente, Venom e Homem-Areia, os dois novos super-vilões do universo aracnídeo no cinema, estão lá para salvar a pátria e não devem nada aos seus antecessores. Design perfeito e pancadarias sensacionais garantidas pelos malfeitores fazem-nos esquecer das faltas do roteiro. Tem também o Novo Duende, versão radical do inimigo do primeiro filme, mas esse não traz novidades, apenas um esperado elemento de continuidade.

Já o elemento que supera os anteriores é a comédia. Lembra do engraçadíssimo videoclipe de "Rain Drops Keep Falling On My Head" do segundo filme? Este tem um clássico de James Brown com direito a Peter Parker dançarino que é impagável. E J.Jonah Jameson está mais engraçado que nunca, agora com problemas de pressão alta, sem falar na terceira - e melhor! - participação de Bruce Campbell na série.

Pra completar, a ausência de ganchos óbvios para uma continuação - desmentindo informações recentes - parece uma opção dos cineastas para encerrar aqui uma fase completa na vida do Amigão da Vizinhança. Um novo filme, claro, é muito provável, mas sem amarras das aventuras anteriores dá pra criar ainda melhor e - esperamos - não depender tanto das supercoincidências para seguir com a saga do maior herói das telonas.

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