O americano Shawn Layden, ex-chefe da PlayStation, acredita que a expansão dos negócios da Xbox para outros consoles pode dar certo, e usou de exemplo a Sega. A afirmação veio em entrevista para o canal de YouTube Kiwi Talkz (via Videogames Chronicles).
"Ser multiplataforma é uma estratégia, particularmente em um mundo no qual o custo de desenvolvimento cresce de maneira tão dramática", afirmou Layden. "O que isso impacta na marca deles? Faz o efeito de FOMO (medo de não participar de um evento ou situação) ser mais difícil, você não tem aquele sentimento de 'se não está na nossa plataforma, você está perdendo'. Se estiver disponível em todas as plataformas, essa é uma das suas táticas de marketing que você não pode usar", concluiu.
A fala acontece em um momento da indústria no qual as líderes do mercado de games têm aberto mão da exclusividade de seus títulos. O principal exemplo é a Sony, que disponibilizou títulos como The Last of Us, Marvel's Spider-Man, Horizon Zero Dawn e God of War: Ragnarok para computadores.
A quebra da exclusividade tem sido um dos meios que os grandes nomes do mercado dos videogames têm encontrado para lidar com a grande crise na indústria. No fim de 2023, por exemplo, foi relatado que a receita do Xbox teve uma queda de 9%, e o hardware vendeu 29% a menos no último trimestre.
"Nós já vimos isso antes. Eu estava no mercado quando a Sega trouxe seus títulos do Dreamcast para o PlayStation 2, e com o tempo, a Sega se tornou apenas uma desenvolvedora, e teve uma grande transformação nesse sentido", continuou o executivo. "Então há uma precedência histórica", concluiu.
O Dreamcast foi o último console da Sega, lançado em 1998 e descontinuado em 2001. Já neste século, a empresa japonesa focou apenas no desenvolvimento de jogos, trabalhando em títulos, como a franquia Sonic. Fundada em 1960, a empresa japonesa teve grande ascensão no mercado no começo dos anos 90, quando o primeiro jogo do ouriço azul foi lançado e se tornou uma das franquias mais emblemáticas da história dos games.