Shinobi: Art of Vengeance | Compositor descreve criação da trilha sonora
Tee Lopes falou sobre encaixe temático das músicas no game
Créditos da imagem: Divulgação/SEGA
Shinobi: Art of Vengeance já tem a arte, literalmente, em seu título — e não é à toa. O game exibe cenários incríveis visualmente, mas não são só os olhos que se beneficiam da temática. A trilha sonora também se destaca na jornada de Musashi, ajudando a potencializar a história que está sendo contada. Em entrevista ao Omelete, o compositor Tee Lopes falou mais sobre o processo criativo por trás das músicas do game.
Omelete: Em Art of Vengeance, vemos que a narrativa é contada não só pelas interações entre personagens e cutscenes: as artes no cenário e, claro, a trilha sonora ajudam a complementar o enredo. Como foi o processo de contar essa história por meio das composições?
Tee Lopes: A história de Art of Vengeance era algo que eu queria reforçar com a música, mas sem ofuscá-la. Cada faixa é composta com a ideia de ser tão narrativa quanto atmosférica, onde melodias, instrumentação e ritmo costumam refletir o estado emocional do protagonista e a tensão do ambiente.
Omelete: O jogo traz uma mistura inusitada de cultura tradicional japonesa com tecnologia militar ocidental em sua temática. Isso te dá mais liberdade ao escrever a trilha sonora? Como foi unir esses dois elementos no processo criativo?
Tee Lopes: O vasto espectro de temas me deram uma grande paleta criativa. Eu podia combinar elementos como shamisen ou tambores taiko com sintetizadores eletrônicos e texturas de percussão modernas. A mistura criou um mundo sônico que é autêntico à herança de Shinobi, mas também fresco e cinematográfico.
Omelete: Como foi o processo de colaboração com Yuzo Koshiro para a elaboração da trilha?
Tee Lopes: Colaborar com Yuzo Koshiro foi um sonho que se realizou. Ele foi o primeiro compositor que conheci pelo nome, e eu cresci ouvindo suas músicas. Infelizmente, não trabalhamos juntos em nenhum dos temas por conta de nossas agendas e diferenças de fuso-horário, mas tivemos reuniões para discutir a direção de som, e acredito que entregamos um corpo de trabalho coeso em termos de estilo. Foi uma verdadeira honra pra mim!
Omelete: Desde Sonic Mania, você tem trabalhado em trilhas sonoras de games consagrados na história, que também são reconhecidos por sua música. Isso muda em alguma forma seu processo criativo?
Tee Lopes: Isso não muda meu processo fundamentalmente, mas aumenta minha percepção de história e expectativas de fãs. Eu simplesmente sempre dou o meu melhor, e isso é tudo que posso fazer.
Omelete: Que conselho você daria para pessoas interessadas em seguir carreira como compositores de música de games?
Tee Lopes: Foco na versatilidade e storytelling. Aprenda a se adaptar, estude diferentes gêneros, e lembre-se que músicas em jogos servem à gameplay e à narrativa em primeiro lugar. Ah, e faça networking! Muito networking!
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