Jogamos | Silksong é tudo isso, mas ainda é Hollow Knight
Game relê o antecessor equilibrando familiaridade e novos ares
Hollow Knight: Silksong é exatamente o que se espera dele. Não no sentido de ser o melhor jogo de todos os tempos, ou de corresponder às expectativas totalmente irreais que foram colocadas sobre ele. O novo game da Team Cherry é um complemento excelente para seu antecessor, dando sabor novo a praticamente tudo que encontrávamos no Hollow Knight original.
Outra obra-prima dos indies pode ser usada como paralelo neste caso: Hades 2 é, definitivamente, uma sequência à aventura de Zagreus, mas a introdução de Melinoe força o jogador a se desprender de alguns costumes e reaprender outros para prevalecer. A mesma dinâmica se aplica a Hornet, que dá mais agilidade e plasticidade aos movimentos que conhecemos com Knight; suas "builds” são diferentes, com os broches tendo algumas restrições de utilização.
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Hollow Knight: Silksong bate 500 mil jogadores horas após lançamento
Os golpes direcionados para baixo são, provavelmente, o melhor exemplo dessas releituras. A nova protagonista ataca na diagonal, dificultando um pouco a vida dos jogadores que querem emendar combos aéreos — e de todos nós em alguns desafios de plataformas.
Ironicamente, sofrer em uma sequência de espinhos por um bom tempo deu o estalo para lembrar que a Team Cherry sabe o que está fazendo. Um salto de dificuldade bizarro era, na verdade, apenas um caminho mais complicado. Recalculando a rota, logo encontrei uma nova habilidade que facilitou bastante a vida.
Essa foi a primeira, mas definitivamente não a última vez que isso vai acontecer durante a gameplay. Hollow Knight, afinal, é sobre se perder e encontrar o próprio caminho em uma história contada de forma difusa. E também sobre morrer várias e várias vezes para uma sequência de inimigos ou um chefão.
Silksong vai te dar alguns cabelos brancos, testar sua paciência e fazer você questionar se realmente nasceu para jogar videogame. Eventualmente, há uma alegria em descobrir um macete claramente intencional para um chefão, mas ele ainda vai te matar algumas vezes.
A frustração se compensa com uma parte artística impecável. A forma com que os cenários se alternam em um gradiente, deixando explícito que se está saindo de uma área para entrar em outra, é incrível; a trilha sonora segue genial, e um dos maiores anseios é em vê-la se desenvolver ao longo do enredo.
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Este Hollow Knight parece ser um pouco mais linear, apresentando uma tela de Ato 1 logo em seus minutos iniciais — indicando que há um início, meio e fim mais claro para a saga de Hornet. Ainda assim, a sensação até o momento é de que estamos andando por aí e batendo em insetos hostis, com uma fina linha conectando os poucos diálogos.
É nítido que, em pouco mais de quatro horas de gameplay, a superfície de Silksong mal foi arranhada. Há muitos caminhos escondidos a serem explorados, habilidades para serem desbloqueadas e missões paralelas para se cumprir. É inacreditável que a Team Cherry cogitou seriamente que o game fosse apenas uma DLC: as novas ideias fazem games de alto investimento se apequenarem, e mal posso esperar para afundar ainda mais nessa imensidão.
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