Raidou Remastered

Créditos da imagem: Divulgação/SEGA

Games

Crítica

RAIDOU Remastered invoca os anjos e demônios de um Remaster

Apesar de incríveis melhorias, a resolução desse caso não é satisfatória

Omelete
7 min de leitura
18.06.2025, às 15H02.
Atualizada em 18.06.2025, ÀS 17H34

A linha que divide remasters, remakes e relançamentos volta e meia é testada novamente por certos jogos, colocando o coração dos fãs e a curiosidade de quem nunca jogou o original em uma disputa. “Será que o jogo passou no teste do tempo?”; “As mudanças e adições modificaram muito a experiência original?”; “Vai ser tão bom como jogar jogos atuais?” são algumas perguntas que podem surgir dentro dos dois grupos, e eu me perguntei isso ao começar RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army, o remaster de Devil Summoner: Raidou Kuzunoha vs. the Soulless Army, título originalmente lançado em 2006 para o Playstation 2, desenvolvido pela Atlus, de Shin Megami Tensei e Persona. E cá entre nós, as respostas que eu encontrei para as minhas perguntas podem não agradar a todos, pelo menos não completamente.

Logo de início eu preciso deixar claro que nunca joguei o original, então quando comecei RAIDOU Remastered eu estava com a mente limpa de qualquer tipo de nostalgia, e também de preconceito para com um jogo de 2006 — caso contrário acredito que nem deveria estar fazendo esse review, já que achar que um jogo de quase 20 anos atrás é ruim só pela idade, é um pensamento um tanto errôneo. Pois então, tirando isso do caminho, podemos seguir.

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O jogo se passa no Período Taishō do Japão, que precede a Segunda Guerra Mundial. Controlamos Raidou Kuzunoha, um Devil Summoner que usa demônios capturados para lidar com casos sobrenaturais, exatamente como era no original. O remaster nada muda a essência de seu antecessor, mas entrega diversas melhorias que dão vida nova para essa história.

RAIDOU Remastered traz grandes novidades, e a maior e melhor de todas elas é que o jogo está inteiramente dublado, em inglês e japonês, sendo que o original não tinha voz alguma. Isso torna o remaster muito mais gostoso de jogar, já que a dublagem japonesa, que eu escolhi, é excelente. Sonoramente o jogo é impecável, e os demônios ganham muita personalidade com as vozes, apesar de quase não falarem. A trilha sonora também é muito boa, com o tema principal sendo muito gostoso de se ouvir.

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Quase no mesmo grau de mudança, o jogo teve uma repaginação nos gráficos, agora muito mais polidos, e cá entre nós, menos sombrios, o que pode agradar ou desagradar os fãs antigos. Assim como a situação com o estilo artístico de Persona 3 Reloaded, os fãs podem achar que a repaginação gráfica tira um pouco do charme do original. Particularmente, achei o remaster bem mais agradável de olhar, mas é inegável que o original tinha seu macabro charme, pelo menos para mim, olhando vídeos antigos dele.

Em terceiro lugar na lista das mudanças, temos o combate. Em RAIDOU Remastered o combate original foi descartado, e o sistema do segundo jogo da franquia, Devil Summoner 2: Raidou Kuzunoha vs. King Abaddon, foi usado de base para esse remaster, com novas adições e qualidades de vida, como um HUD melhorado e novos efeitos visuais, por exemplo. Além disso, agora os inimigos aparecem no mapa, diferente dos encontros aleatórios do original, permitindo evitar as lutas se assim desejar.

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Claro, o remaster possui outras adições, como novas side quests, mais demônios para invocar, diferentes níveis de dificuldade, a possibilidade de salvar a qualquer momento com o salvamento rápido, entre outras. Mas apesar de todas elas, um sentimento ficou comigo desde o começo do jogo, até o seu final: “esse é um jogo datado”.

Como disse no começo do texto, não tenho problema em jogar jogos mais antigos. Meu jogo favorito é Kingdom Hearts 2, um jogo de 2005 que ja zerei mais de 7 vezes em mais de 15 anos, e que acredito que possui uma fluidez em seu gameplay e animações que seus sucessores jamais foram capazes de replicar. Até mesmo se formos comparar RAIDOU Remastered com os Persona 3 e 4 originais, dá pra perceber que a tentativa da Atlus de fazer um RPG de Ação não teve, e agora não tem, o mesmo brilho que seus RPGs de Turno.

Já no tutorial, o combate estava me parecendo estranho. Os golpes não tinham peso e ele parecia simples até demais. Apesar de mais mecânicas serem apresentadas nas primeiras horas, ele nunca cresceu para além da simplicidade inicial. O jogador só controla o protagonista, e os dois demônios que o acompanham nas lutas são controlados pela IA. Assim, o jogador é limitado a poucas ações durante o combate.

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Na maioria do tempo, o gameplay se resume a apertar quadrado para atacar, rolar para cancelar o combo, e recomeçar ele de novo, eventualmente usando uma magia quando elas recarregam. Poucas lutas obrigam o jogador a parar um pouco e prestar atenção nos ataques inimigos, e esses momentos são exclusivos aos chefes.

O segredo do jogo é colecionar e evoluir os demônios, para assim ter uma boa gama de elementos para atingir as fraquezas dos inimigos, mas como isso é feito de forma automática pela IA do jogo durante os combates, para mim não mudava muito o apertar de botões repetitivos. A evolução do protagonista é feita ao evoluir sua espada, mas as habilidades que são divertidas de usar são poucas, já que boa parte delas são melhorias passivas. O jogo deixa a maioria das novas habilidades e ataques mais poderosos para os demônios, e apenas algumas para Raidou.

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Essa estagnação e automatização do gameplay não me agradaram, tanto que quase dormi algumas vezes durante os combates (não é exagero). Parecia que eu era um auxiliar dos demônios, e não o contrário. Em jogos como Kingdom Hearts, por exemplo, Donald e Pateta têm habilidades fortes, eles podem dar o último dano em um chefe ou te salvar em momentos críticos, mas você, o jogador, é a força motriz do combate. Isso não acontece em RAIDOU Remastered, onde cada luta parece só mais do mesmo, exceto por alguns chefes, com poucos deles realmente me surpreendendo. O combate foi de longe meu principal problema com o jogo, mas ainda teve mais um pequeno percalço que vale mencionar: a história.

A narrativa do jogo se baseia em um detetive sobrenatural, Raidou Kuzunoha, que usa demônios capturados para resolver seus casos. Um dia, uma menina pede para a agência na qual Raidou trabalha para matá-la, e logo depois ela é sequestrada por soldados misteriosos; agora cabe ao jogador desvendar esse mistério. A premissa é muito interessante, e os primeiros capítulos do jogo me deixaram intrigado, mas nunca passou disso.

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O que começa com o que parece ser uma história macabra, profunda e misteriosa, termina indo para caminhos inimagináveis no final, perdendo completamente tudo o que tinha me deixado interessado no começo. Vendo o início e o final isolados um do outro, parece que a história pertence a dois jogos completamente diferentes. Além disso, a narrativa dá pouca profundidade a seus personagens e principalmente ao protagonista. Até se compararmos com outros protagonistas de Persona ou Shin Megami Tensei, Raidou está muito atrás de vários deles. Se ele tivesse uma personalidade mais marcante, provavelmente a história seria melhor, porque o estereótipo do protagonista silencioso e um pouco sério não combina com os momentos de puros absurdos, que beiram ao “Looney Tunes”, que a narrativa atinge ao seu final.

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Chegando nesse ponto do review, qualquer um deve estar achando que eu não recomendaria esse jogo, isso se você já não estiver me mandando para aquele lugar. Porém, aí vem a grande sacada: eu fico verdadeiramente feliz por esse jogo estar sendo lançado. Claro, não gostei muito dele, mas a esse ponto isso não importa tanto, o importante é que ele é um marco na história da Atlus que finalmente pode ser experimentado de uma forma melhorada; que fãs antigos e novos da desenvolvedora vão poder (re)jogar com belos gráficos e uma excelente dublagem. Por mim, o tratamento que RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army teve é o mínimo que qualquer remaster deve receber. Claro, eu posso não ter gostado muito do jogo por si só, mas é inegável que, como um remaster, ele é muito especial, e espero que, assim como eu, vocês também possam ver isso.

Nota do Crítico
Bom

RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army

RAIDOU Remastered: The Mystery of the Soulless Army

Lançamento: 19.06.2025

Desenvolvedora: Atlus

Publicadora: SEGA

Gênero: RPG

Classificação: 14 anos

Plataformas: Xbox Series X , PC , Nintendo Switch , PlayStation 5

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