Cena de A Casa do Dragão (House of the Dragon)

Créditos da imagem: Divulgação

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A Casa do Dragão volta às origens de Game of Thrones para começo afiado

Série derivada estreia neste domingo (21); Omelete já viu o primeiro episódio

Omelete
3 min de leitura
19.08.2022, às 04H01.

Há alguns elementos que invariavelmente vêm à mente quando se fala de Game of Thrones: violência explícita, nudez (também explícita), disputas de poder, reviravoltas e, claro, o toque fantástico trazido por dragões e caminhantes brancos. Todos esses componentes contribuíram para o frisson em torno da série, que bateu sucessivos recordes de audiência durante sua exibição, e agora são espertamente usados para nos introduzir à derivada A Casa do Dragão, que estreia neste domingo (21).

Para tirar logo da frente a comparação: o primeiro episódio da nova série tem sexo, intrigas e sangue de sobra. E, claro, belos dragões, já que estamos falando de um período da história de Westeros em que eles eram numerosos e estavam no auge de suas forças. Aos que acompanharam a original, esses elementos trazem uma sensação de familiaridade, remetendo aos primeiros anos da produção (não por acaso, também os mais queridos do público). Mas nem eles, nem a dose de referências funcionariam caso não houvesse uma história interessante para se apoiar - e isso A Casa do Dragão apresenta, ao menos em seu início.

A trama acompanha um período específico da dinastia Targaryen, quando quem ocupava o Trono de Ferro era o rei Viserys I (Paddy Considine) – aproximadamente 170 anos antes do nascimento de Daenerys Targaryen. Acontece que o monarca tem apenas uma filha, Rhaenyra (Milly Alcock, na adolescência), e começa a se formar uma questão em torno de sua sucessão, já que seu herdeiro apontado é seu irmão Daemon (Matt Smith), príncipe de temperamento forte e não exatamente afeito às maneiras da corte.

O imbróglio tem seu risco estabelecido logo nos primeiros minutos da série, quando um personagem diz que a maior ameaça ao poder dos Targaryen são, bem, eles mesmos. É quase como se eles estivessem no lugar dos Roy, a disfuncional família de bilionários da renomada Succession, também da HBO.

Ao longo do piloto, o roteiro de Ryan Condal (criador da série ao lado de George R.R. Martin) se ocupa de habilmente apresentar as peças do tabuleiro. Poucos minutos são suficientes para estabelecer a rivalidade entre Daemon e a Mão do Rei, Otto Hightower (Rhys Ifans); a amizade de Rhaenyra com Alicent (Emily Carey, também na fase jovem), filha de Otto; e o histórico de rejeição de Westeros a mulheres no Trono, personificado na figura de Rhaenys (Eve Best), conhecida como a “rainha que nunca foi”.

Ainda que não se aprofunde particularmente em nenhum dos personagens neste primeiro momento, a história revela o suficiente sobre eles para manter o interesse no drama que vai se desenrolar a partir dali. E aqui têm mérito, também, as escalações. Matt Smith, em especial, torna seu Daemon uma presença tão ameaçadora quanto digna da simpatia do espectador, mobilizando para si as atenções quando está em cena.

É de se elogiar, também, a direção segura de Miguel Sapochnik na estreia. Veterano de Thrones e showrunner da nova série ao lado de Condal, ele cria cenas de ação memoráveis e consegue transmitir fascinação nas cenas envolvendo os dragões – bem construídos pelo time de efeitos especiais da série.

O resultado da mistura é um piloto bem amarrado e eficiente, que cumpre com louvor a função de levar o espectador de volta a Westeros sem alienar recém-chegados. Se A Casa do Dragão chegará ao nível de sucesso de Game of Thrones, é impossível prever – mas seu início promissor é um bom sinal.

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